Mais de 2.300 pessoas subscreveram até hoje uma petição na Internet em defesa da linha do Tua, naquela que é a terceira iniciativa do género e que pede a suspensão da barragem que vai submergir parte da última ferrovia do Nordeste Transmontano.
O presidente da associação ambientalista GEOTA, Miguel Joanaz de Melo, é o primeiro subscritor da petição manifesto pelo Vale do Tua dirigida ao Parlamento Europeu, Assembleia da República portuguesa e à UNESCO, a entidade que classificou o Douro como Património Mundial e que os promotores da iniciativa consideram estar em riso com a hidroelétrica.
O texto da petição aponta que “está iminente a destruição do Vale do Tua” e defende “a paragem imediata das obras da barragem, antes que sejam cometidos danos irreparáveis sobre um património de inestimável valor social, ecológico e económico, parte da herança cultural e identidade nacional”.
Os promotores indicam “sete razões” para parar a hidroelétrica em construção há quase dois anos, na foz do rio Tua com o Douro, entre os concelhos de Carrazeda de Ansiães (Bragança) e Alijó (Vila Real).
Alegam que a barragem “não cumpre os objetivos de aumento da produção nacional de energia” e que “é cara, não é necessária e existem alternativas”, além de a classificarem como “uma tentado social, ambiental, e cultural”.
A petição exige que se suspendam de imediato as obras da barragem de Foz Tua, que seja revogada a portaria que atribui 300 milhões de euros de subsídios às empresas elétricas pela construção de novas barragens e que seja reaberto o processo de classificação da Linha do Tua como Monumento de Interesse Nacional.
A Assembleia da República já discutiu outras duas petições com o mesmo propósito, em 2009 e em 2011, apresentadas pelos movimentos cívicos pela Linha do Tua e dos Cidadão em Defesa da Linha do Tua, sem consequências em relação às solicitações apresentadas.
A circulação na linha do Tua está suspensa desde o acidente de agosto de 2008, o quarto com outras tantas vítimas mortais.
Entretanto, foi aparvoada a construção da barragem de Foz Tua, que se iniciou em fevereiro de 2011, e que vai submergir os últimos 16 quilómetros, que ligam a ferrovia à linha do Douro.
A EDP está obrigada a avançar com um plano alternativo de mobilidade no Vale do Tua, que só deverá estar operacional no final da construção do empreendimento hidroelétrico.
A conclusão foi adiada em um ano, para 2016, depois da intervenção da Unesco, na sequência de queixas apresentadas pelos opositores da barragem, que alegavam estar em causa a classificação do Douro Património da Humanidade, devido aos impactos da obra na zona turística.
Uma comitiva da UNESCO visitou a região, ouviu os diferentes intervenientes e concluiu que a barragem é compatível com o Douro Vinhateiro, mas pediu o abrandamento dos trabalhos.
Lusa
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