Número total de visualizações do Blogue

Pesquisar neste blogue

Aderir a este Blogue

Sobre o Blogue

SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 12 de março de 2013

Hai dies...

Hai dies que la nuossa mimória se lhembra de mos lhembrar sfregantes bibidos. 
Hoije, seguies ne l camboio que zlizaba subre carris, benies de pies, cumo quaije siempre, mas nun benies apertado. De lhibro abierto tous uolhos buían las palabras an lheitura bagarosa “Uma Luz que nos nasce por dentro” de Virgínia do Carmo i bés-te a salir de l lhibro. Achas-te sentado a zlhado deilha. Yá muitá que nun teníeis un tempico solo para ls dous. Foi mui buono! Mirabas-me cun uolhos de ber por drento i you antraba ne ls tous i lhebas-te la cumbersa para adonde tue queries. 
Tenies necessidade de falar daqueilhe cuntratiempo. Nien siempre somos justos i senti que tenies ganas falar daqueilho: «sabes, you sabie que nun serie buono quedarmos alhá todos.» «Mas nun foi justa ne l que feç. 
You apuis tamien nun fui mui scurreito». «Inda bien que assi foi. Yá biste l que serie aqueilha giente toda alhá? Oulhamo nos ne ls uolhos – nun habie necessidade de mais çculpas ó perdon -, staba todo dito l que hai tanto tiempo percisabas falar. 
Foi buono para dambos a dous la cunbersa i l sunriso abierto que zatamos.
…/…
Há dias que a nossa memória se lembra de nos lembrar momentos vividos. Hoje, seguias no comboio que deslizava sobre os carris, vinhas em pé, como quase sempre, mas não apertado. De livro aberto colhiam os olhos as palavras em leitura lenta “Uma luz que nos nasce por dentro” de Virgínia do Carmo e a mente sai do livro. 
Encontras-te sentado a seu lado. Já muito tempo que não tínhamos um tempo só para os dois. Foi tão bom! Olhavas-me com olhos de ver por dentro e eu entrava nos teus e levas-te a conversa para onde querias. Tinhas necessidade de falar daquele contratempo. Nem sempre somos justos e senti que tinhas vontade de falar do assunto: «sabes, eu sabia que não seria bom ficarmos lá todos.» «Mas não foi justa no que fez. 
Eu depois também não fui muito correcto». «Ainda bem que assim foi. 
Já viste o que seria aquela gente toda lá?» Olhamo-nos nos olhos - não havia necessidade de mais desculpas ou perdão -, estava falado o que há tanto tempo precisavas falar. Foi bom para ambos a troca de palavras e o sorriso franco que soltamos.

Por: António Cangueiro

Sem comentários:

Enviar um comentário