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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

O papel do mundo rural na conservação da natureza e da biodiversidade

Nos meios mais afastados do mundo rural é frequente ouvir-se que conservação da natureza e promoção da biodiversidade não se compactuam com a maioria das atividades do campo, nomeadamente a pecuária, a silvicultura, a agricultura ou a cinegética.
Ao comum cidadão, menos conhecedor da realidade nestes territórios, juntam-se algumas organizações ditas protetoras do ambiente e da natureza, algumas das quais, mais extremistas, defendem mesmo que a intervenção do Homem deve cessar nos ecossistemas, deixando a natureza entregue a si própria.

Nada poderia estar mais errado e a realidade do mundo rural, por muitos desconhecida, assim o comprova.

No dia-a-dia e na generalidade do território nacional, são os proprietários rurais, os agricultores e os gestores cinegéticos que têm um papel fundamental no fomento de espécies protegidas, na conservação dos habitats e na preservação da paisagem.

São eles, em grande parte, os responsáveis pelos excelentes resultados verificados em Portugal na recuperação da águia-imperial e águia-de-bonelli, do abutre-negro, do lince-ibérico ou na manutenção de boas condições para a proliferação das mais variadas espécies animais e vegetais.

É ainda do desconhecimento da maioria dos cidadãos (e omitindo aqueles que «antipatizam» com a caça), que está demonstrado que as zonas de caça bem geridas apresentam maiores índices de biodiversidade, incluindo espécies animais com elevado valor conservacionista, relativamente a áreas sem caça. As zonas de caça são, de facto, territórios onde se gere e explora a fauna cinegética, mas onde todas as acções de gestão e de melhoramento que aí são desenvolvidas favorecem igualmente outras espécies faunísticas. São assim locais onde existe abundância de recursos alimentares, habitats favoráveis e tranquilidade, permitindo que muitas espécies protegidas tenham reaparecido ou recuperado as suas populações.

É também fundamental o papel dos agricultores, que garantem a conservação dos solos e da água, obedecendo aos mais rigorosos critérios regulamentados pelas regras comunitárias, criando, de uma forma transversal, alimento para a fauna e um mosaico de habitats altamente favoráveis para a biodiversidade.

No que respeita à conservação da floresta pelos proprietários rurais, com a gestão do seu sub-coberto, nomeadamente com a prevenção de incêndios florestais têm também um dos papéis mais importantes na ecologia da paisagem Portuguesa, em contras-senso com a falta de gestão, cuja susceptibilidade a incêndios provoca recuos de décadas na conservação da natureza e da biodiversidade.

Igualmente, a gestão do sub-coberto por pecuária em regime extensivo, para além da já referida prevenção contra incêndios, cria uma dinâmica no complexo sistema florestal, permitindo a manutenção e a gestão de sistemas agro-florestais que muitas vezes seriam deixados ao abandono se não tivessem este tipo de aproveitamento, exemplo disso é a manutenção de um dos habitats mais ricos em biodiversidade do mundo, os montados de sobro e azinho.

A crescente oferta de turismo da natureza, de bird-watching, e das mais diversas variantes de turismo do mundo rural são uma clara prova que o campo Português se tem transformado, cada vez mais, num meio de excelência da conservação da natureza e da biodiversidade.

Numa sociedade moderna, as bases da sustentabilidade dos recursos naturais e da sua biodiversidade deverão ser constituídas pelo trabalho conjunto dos ecologistas e dos agentes do mundo rural. Sendo estes últimos os actores que conferem uma dinâmica diária na conservação da Natureza e da Biodiversidade … 365 dias por ano!

Revista Sábado

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