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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Inverno mágico em Trás-os-Montes e os caretos de Ousilhão

O Natal em Ousilhão é conhecido pela celebração de Santo Estevão e a tradicional festa dos rapazes, que tem como ritual característico e diferenciadore,  a passagem de testemunho do Rei e dois vassalos.
Os caretos, os máscaros, saem à rua nesses dias, fazem mil e uma tropelias, mas não podem ir à igreja, “na missa não entra careto” é incutido desde meninos, apesar da missa a Santo Estevão fazer parte da festa, fazem voltas à aldeia em busca de oferendas e donativos para a festa, chocalham, geram o caos, correm e assaltam as adegas onde são recebidos de braços abertos, por aqueles que antes já fizeram a mesma coisa.

A tradição dos caretos perde-se no tempo, ao tempo dos romanos vão buscar a magia e o diabólico, as máscaras simbolizando animais e cornudos escondem rapazes inebriados que percorrem a aldeia em cortejo após a missa, transportando o rei e vassalos, em cima de um carro de bois puxado e empurrado pelas ruelas enlameadas, que só terminam em volta de uma fogueira numa exaltação regada com vinho e bolos na mesa.

Não falta também a animação, a música com gaiteiros e tamborileiros, as castanholas, e no fim à noite há bailarico, agora animado por um conjunto musical, antigamente por um acordeão chegava para por a dançar toda a aldeia, muitas vezes requisitado a Espanha, como no tempo dos avós de dona Rosa, uma nativa de Ousilhão que nos fala com saudade desses tempos.

Assim se cumpre a tradição e se dá inicio ao inverno mágico em Trás-ao-Montes, onde muitas aldeias como Ousilhão, mantém vivas as tradições únicas e genuínas que mereciam, todas em conjunto, fazer para do Património Imaterial da Humanidade na Unesco.





António Pereira
in:diariodetrasosmontes.com

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