Peça única de arte sacra para celebrar 500 anos de Santa Casa de Mirandela

Para assinalar o meio milénio de vida da Santa Casa da Misericórdia de Mirandela, 11 mulheres bordaram pequenos miosótis numa peça única de arte sacra que vão entregar à igreja da Misericórdia de Mirandela.

A Nossa Senhora das Misericórdias foi encomendada para ser adornada, após Manuela Gândara, uma das responsáveis pela oferenda, ter visto a que o artesão José Luís Silva Pires havia feito para oferecer em Roma ao Papa Francisco. "Falei com as outras pessoa do grupo, que nos juntamos a bordar, e fiz a proposta. 500 anos de Misericórdia de Mirandela, 500 anos que tem de ser marcados, e foi nesse aspecto e depois falei com a Santa Casa da Misericórdia. Escolhemos a flor de miosótis pelo seu significado e também escolhemos os fios com que bordávamos. Fios de seda porque Mirandela foi terra de seda, fio de linho porque Mirandela também foi uma terra de linho e algodão porque foi o que mais barato ficou. Foram 500 horas de trabalho", explicou Manuela Gândara.

São 500 miosótis, bordados em vários tons, que cobrem a parte exterior do manto de Nossa Senhora das Misericórdias mas a obra não fica por aqui... "Bordámos em vários tons, temos um manto com 500 miosótis, que são os 500 anos, 104 que são as 104 localidades do concelho de Mirandela, depois tem 11 flores brancas, na parte interior, à volta da cabeça, que somos as 11 pessoas que bordámos, tem 90 miosótis sob o vestido que são os 90 provedores conhecidos, com 52 miosótis, em tons de azul, que são as 52 semanas do ano, 58 miosótis pequeninos, à volta das imagens dos meninos, que são as pessoas da nossa família e três, no cinto, que são três membros do nosso grupo que já partiram", enumerou Manuela Gândara.

A peça, que será oferecida a dia 19 deste mês, na igreja da Misericórdia de Mirandela, é composta por miosótis, pelo seu significado, por fios de bordar em seda e linho, como homenagem a dois fios têxteis que muito se produziram no concelho e algodão, por ser o que mais se usava pelo seu baixo custo.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves