sexta-feira, 19 de julho de 2019

Jornadas do Lúpulo apontam dificuldades do sector mas também aguçam interesse

Terminam hoje em Bragança as II Jornadas do Lúpulo e da Cerveja, em que se discutem as perspectivas de investimento e a situação do sector.
O objectivo da iniciativa organizada pelo Instituto Politécnico de Bragança em colaboração com a Bralúpulo é mostrar as potencialidades na região da cultura da planta usada no fabrico da cerveja, bem como chamar a atenção para a necessidade de apoio, como explicou Manuel Ângelo Rodrigues, da comissão organizadora. “O objectivo é manter esta cultura na agenda política regional e nacional. Na região, temos poucas alternativas de cultivo para o tipo de solos onde o lúpulo pode ser cultivado, isto é, os solos de melhor qualidade, este tipo de solos na região, normalmente, tem uma ocupação associada a lameiros ou à actividade hortícola, que estão numa situação difícil, o que significa que o lúpulo seria de facto as grandes culturas para estes ambientes”, afirmou.

No entanto, um dos problemas é a baixa rentabilidade do lúpulo, actualmente, e o elevado investimento inicial necessário para novas explorações, como destacou António Rodrigues que é um dos dois últimos produtores comerciais de lúpulo no distrito e no país. “Os custos de produção estão a aumentar e os preços pagos estabilizaram, temos de inovar, encontrar alternativas e baixar os custos de produção, adaptando máquinas”, destacou.

Apesar das dificuldades, o lúpulo volta a despertar interesse e prevêem-se novos investimentos na região. Um deles é na exploração de 6 hectares em Pinela, Bragança, de António Rodrigues, que deverá ganhar mais 1 hectare numa parceria com o centro social e Paroquial do Santo Condestável. “Uma parceria que estamos a iniciar com uma IPSS, vão fazer a reinserção social de reclusos, que vão produzir uma cerveja artesanal. Temos já iniciados os primeiros preparativos para implantar e fazer o estudo das variedades que serão necessárias para produzirem”, contou.

E não é caso único. Depois das primeiras jornadas em 2015, o inglês Piers Bedford, radicado em Lisboa, decidiu investir no lúpulo em Bragança e está a trabalhar num campo de testes, contando com o apoio do IPB.

Para além de palestras e debates, houve ainda provas comentadas de cerveja no centro da cidade e hoje realiza-se uma visita aos campos de lúpulo da região, onde existem as duas últimas explorações no país desta planta usada no fabrico da cerveja. 

Escrito por Brigantia
Jornalista: Olga Telo Cordeiro

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