Nos primeiros anos o evento celebrava apenas a cultura dos gaiteiros e tocadores da região. Segundo Raul Tomé, presidente da Associação Cultural e Ambiental de Palácios, que organiza o evento, as tradições associadas ao ciclo do pão também foram integradas no festival para relembrar como se faziam estes trabalhos noutros tempos. “Quisemos preservar a música tradicional aqui da região da Lombada e resolvemos fazer um convívio entre os tocadores que havia nas aldeias próximas. Posteriormente, no mesmo encontro, e alargando o número de dias, inserimos o ciclo do pão para mostrar aos mais novos como é que os nossos antepassados passavam sacrifícios para sobreviver. Aquilo que era habitual nas aldeias era o comunitarismo por isso nunca se começava a acarreja sem toda a gente ter feito a segada”.
Esmeralda Aliste, com 74 anos, habitante de Palácios, recorda como era feita a segada quando era jovem. “Não havia máquinas, não havia nada para segar. Uma pessoa tinha que segar como aqui vemos. Juntavam-se alguns, conforme era a família. Antigamente até pagavam a jeira para ir a segar”.
O presidente da câmara de Bragança também pôs mãos ao trabalho durante a manhã de segada. Hernâni Dias acredita que há cada vez mais curiosos a participar. “É algo que marca positivamente aquilo que são as nossas tradições e muita gente que não conhece vem aqui. Há pessoas que fizeram mais de 700 quilómetros para estar aqui o que mostra que tem interesse sob o ponto de vista cultural e etnográfico, não só para o território como para o país”.
A música tradicional ibérica também esteve representada em vários momentos, sobretudo com o vigésimo primeiro Encontro de Gaiteiros e Tocadores do Nordeste.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves
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