Pedi informações detalhadas para perceber e contextualizar a situação.
De facto, as populações de Murçós e Agrochão têm razão neste alerta.
Quem quiser ir de uma aldeia à outra tem de percorrer 23 km, para cada lado - vejam a fotografia retirada do Google Maps -, quando uma estrada de, mais ou menos, meia dúzia de quilómetros resolvia a questão, se para tanto houvesse boa vontade de quem de direito.
Existe um caminho de terra batida, a ligar estas duas localidades, mas, por motivos óbvios, não é aconselhável fazê-lo.
Telefonei ao Sr. Presidente da Câmara de Vinhais, com o intuito de perceber o enquadramento da situação e saber se tinha algo de concreto para me dizer. Infelizmente o que existe é um entendimento entre as duas autarquias de que a estrada é necessária, mas não passa disso, boas intenções.
Sendo as duas autarquias – Vinhais e Macedo de Cavaleiros - comadres do mesmo partido político, esperava-se que tivesse surgido este entendimento há muito tempo e a obra estivesse feita. Estamos perante uma questão de sensatez, equidade e promoção do bem-estar das populações.
A crescente desertificação do interior transmontano deve-se à falta de sensibilidade dos órgãos de gestão autárquica e nacional, ao não implementarem políticas públicas que incentivem à fixação das populações e apoiem a natalidade para quem assim o entender.
Este simples caso de duas aldeias esquecidas no interior transmontano, em que as gentes de Murçós não têm mercearia nem posto de combustível, necessitando de se deslocar Agrochão, faz com que as pessoas tenham vontade de abandonar a aldeia. Vejamos: as gentes de Agrochão, só tinham a ganhar com as compras dos vizinhos; as gentes de Murçós, eram servidos dos bens de que necessitam. Todos tinham a ganhar. No atual contexto, a população de Murçós pensa duas ou três vezes antes de ir às compras.
É pena que os autarcas não governem com equidade os seus munícipes.
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