D. André Furtado de Mendonça – Mestre em artes e doutor em teologia, deão da Sé de Lisboa, D. Prior de Guimarães, deputado da Junta dos Três Estados e reitor da Universidade de Coimbra. Natural de Lisboa, faleceu em Miranda a 21 de Julho de 1676, mas no Livro dos óbitos de Miranda, já citado, diz-se que morreu no dia 20.
Era filho de João Furtado de Mendonça, comendador de Borba, governador do Algarve e de Angola, presidente da Câmara de Lisboa, do conselho das Índias e conselheiro de Estado, e de sua mulher D. Madalena de Távora.
Foi nomeado reitor da Universidade de Coimbra por provisão de D. Afonso VI de 6 de Outubro.
Estando ele na regência deste cargo, no claustro de 22 de Novembro de 1667, leu-se uma carta do rei D. Afonso VI na qual lhe fazia saber que desistira da governança do reino. Nesse mesmo claustro foi resolvido fazer demonstrações festivas pela elevação ao trono do príncipe D. Pedro, que depois o nomeou bispo de Miranda.
A primeira vez que se encontra mencionado com o título de bispo eleito de Miranda é a 6 de Maio de 1672, mas continuou a governar a Universidade até 24 de Fevereiro de 1673 data em que foi eleito para vice-reitor Frei António da Luz, lente de véspera de teologia e ele se despediu em claustro(116).
Era filho de João Furtado de Mendonça, comendador de Borba, governador do Algarve e de Angola, presidente da Câmara de Lisboa, do conselho das Índias e conselheiro de Estado, e de sua mulher D. Madalena de Távora.
Foi nomeado reitor da Universidade de Coimbra por provisão de D. Afonso VI de 6 de Outubro.
Estando ele na regência deste cargo, no claustro de 22 de Novembro de 1667, leu-se uma carta do rei D. Afonso VI na qual lhe fazia saber que desistira da governança do reino. Nesse mesmo claustro foi resolvido fazer demonstrações festivas pela elevação ao trono do príncipe D. Pedro, que depois o nomeou bispo de Miranda.
A primeira vez que se encontra mencionado com o título de bispo eleito de Miranda é a 6 de Maio de 1672, mas continuou a governar a Universidade até 24 de Fevereiro de 1673 data em que foi eleito para vice-reitor Frei António da Luz, lente de véspera de teologia e ele se despediu em claustro(116).
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(116) Anuário da Universidade de 1881 a 1882, p. 228, «Catálogo dos reitores».
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A guerra de 28 anos que sustentámos com a Espanha, após a aclamação de D. João IV em 1640, fez com que as dioceses de Portugal e colónias ficassem privadas de bispos, sendo governadas pelos cabidos respectivos, porque a corte de Roma, devido a intrigas de Espanha, recusava-se a confirmar os prelados nomeados por D. João IV enquanto não fosse reconhecido perante as nações como soberano legítimo e declarada oficialmente a autonomia portuguesa(117).
O mais que Roma chegou a conceder neste particular dos bispos, foi prontificar-se a confirmar os indivíduos indigitados, mas de seu moto próprio, sem fazer menção de régia nomeação, o que não foi aceite por contrário aos direitos de apresentação da coroa portuguesa, como se vê do seguinte período de uma carta de D. João IV dirigida em 8 de Julho de 1645 a Manuel de Saldanha, reitor da Universidade de Coimbra: «Recebeu-se, diz a carta régia, aviso de Roma que Sua Santidade havia confirmado os bispados da Guarda, Vizeu e Miranda nas pessoas por my nomeadas, mas de seu motu-proprio sem fazer menção das minhas presentações nem ainda do meu Real nome, cousa tão prejudicial ao direito desta corôa como se deixa considerar» (118).
Miranda, privada de bispo desde 1636 com a morte de D. Jorge de Melo, continuou sem prelado confirmado e por isso inapto para reger a diocese, até depois das pazes celebradas com Castela em 1668, embora saibamos que em 1646 era bispo eleito deste bispado D. Pedro de Meneses, ministro pelo braço eclesiástico do tribunal da Junta dos Três Estados (119) o que, em carta de 22 de Setembro de 1640, dirigida a Filipe III de Portugal, recusou o dominicano Frei João de Vasconcelos o bispado de Miranda(120).
Em algumas Constituições do bispado de Miranda encontra-se uma lista manuscrita dos prelados desta Sé, acompanhada de pequenas notícias biográficas, e se lê que D. André Furtado de Mendonça tomou conta do bispado em 1636, o que é impossível como dissemos. Essa lista merece pouca confiança. Veja-se o que escrevemos a propósito de D. Rodrigo de Carvalho.
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(117) Ver em MENESES, Luís de – História de Portugal Restaurado, as longas negociações que houve em Roma sobre o caso da confirmação dos bispos.
(118) Livro III das Provisões in «Guia Histórica do Viajante no Buçaco», p. 117.
(119) MENESES, Luís de – História de Portugal Restaurado, parte I, livro IX, p. 194.
(120) SANTA CATARINA, Lucas de, Frei – História de S. Domingos, parte IV, livro I, cap. XIX e XL.
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Também foi bispo eleito de Miranda Estêvão da Cunha, deputado da Inquisição de Lisboa em 1636, prior de S. Jorge, na mesma cidade, cónego da Sé do Algarve e um dos quarenta fidalgos aclamadores de D. João IV, falecido em 1666 (121).
O retrato deste prelado está em tela no Paço Episcopal de Bragança, com a legenda: D. Andreas Furtado de Mendoça (sic) / Ulyssipone natus primum episcopus / hujus dioecesis post felicem acclama / tionem domini regis Joannis IV obiit in / civitate Mirandensi die XXI julii / anno M.D.C.LXXVI.
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(121) FREIRE, Anselmo Braamcamp – O Conde de Vila Franca, 1899, p. 64, em nota.
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MEMÓRIAS ARQUEOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA
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