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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 27 de março de 2018

Cozinheiros transmontanos com sucesso em Saint Tropez

Casal transmontano contratado para restaurante de hotel de luxo em Saint Tropez.
Rita Silva é chefe de cozinha e Valter Ribeiro chefe de pastelaria. Conheceram-se na Escola de Hotelaria e Turismo de Mirandela e nos últimos sete anos têm mostrado os seus “dotes” em diversos restaurantes de hotéis de luxo, no sul de França, uma das zonas mais caras do turismo mundial.

Actualmente, estão em Saint Tropez, mas o sonho é abrir um restaurante em Portugal.

Rita Silva tem 28 anos, é natural de Vale de Juncal (Mirandela) e Valter Ribeiro, 29 anos, é de Alfândega da Fé. Estão casados há cinco anos, mas as suas vidas cruzaram-se há doze, quando ambos frequentaram a Escola de Hotelaria e Turismo de Carvalhais (Mirandela).

Em 2008, Valter ingressou no curso de pastelaria intensiva, em Óbidos. Posteriormente, foi estagiar para um hotel, em Paris, com três estrelas Michelin, e mais tarde para Toulouse. Aí já com a Rita que, entretanto, deixou o Sheraton, no Porto, onde esteve a trabalhar durante um ano.

Desde 2010, ambos têm sido contratados para diversos restaurantes de hotéis de luxo, no sul de França e em períodos de Inverno vão exercer as suas profissões para os Alpes Franceses. “Tem sido uma experiência fantástica que nos tem permitido evoluir na nossa área e termos sentido o nosso trabalho reconhecido pelos chefes que contratam os nossos serviços”, conta Rita que começou como cozinheira de terceira e já chegou a chefe.

Também Valter já tem o estatuto de chefe de pastelaria.

Nos últimos seis anos, o casal começou por estar em Porquerolles, uma ilha próximo de Toulon, no Sul de França, no mar Mediterrâneo, pertencente ao departamento de Var, Provence-Alpes-Côte d’Azur, na maior e mais ocidental das três ilhas principais das Îles d’Hyères.

Trabalharam num restaurante com uma estrela Michelin e um hotel de quatro estrelas. “Depois o chefe gostou tanto do nosso trabalho e contratou-nos para um hotel cinco estrelas, nos Alpes, que neste momento é Palace, a categoria de excelência dos hotéis e só existem 16 em toda a França”, sublinha Valter Ribeiro.

Posteriormente, estiveram em Courchevel, nos Alpes franceses, uma das zonas mais luxuosas do mundo, com muitos hotéis com estrelas Michelin. “Naquele local existem sete restaurantes que figuram no guia Michelin. É mesmo a única estação de esqui a dispor de tamanha quantidade de estabelecimentos estrelados”, conta Rita Silva.

Há cerca de um mês, mudaram-se de malas e bagagens para Saint Tropez, até ao mês de outubro. A cidade, antigamente formada somente por uma vila de pescadores, é actualmente um dos pontos turísticos franceses frequentados por jovens milionários e estrelas de Hollywood.

Tal transformação deu-se nos anos 60, quando a atriz francesa Brigitte Bardot se mudou para Saint Tropez, levando consigo muitos fãs e admiradores de seu estilo de vida hedonista.

A cidade já foi homenageada algumas vezes. A banda de rock progressivo/psicódelico Pink Floyd escreveu uma música chamada Saint-Tropez, publicada no álbum Meddle, de 1971. Em 2011, a cantora Rihanna, faz referencia à cidade na sua música Cockiness dizendo: “I’m your St.Tropez!”.

“Enviamos os nossos currículos e fomos chamados para um hotel Palace de um grupo que está em franca expansão mundial. O chefe fez muitos quilómetros para ir ver o nosso trabalho e gostou tanto que não hesitou em assinar contrato connosco”, explica Valter que ainda não tem planos para voltar a Portugal.

“O nosso sonho é um dia voltar, criar um restaurante nosso e transformar a nossa cozinha transmontana. Mas para já isso é impossível porque ainda não estão reunidas as condições necessárias”, refere Rita que não se ente uma emigrante genuína. “Costumamos dizer que não somos os verdadeiros emigrantes, porque não trabalhamos o ano inteiro e vimos cá apenas uma vez. Por norma, vimos duas vezes no ano e não fazemos intenção de ficar muito tempo no estrangeiro”, adianta.

Planos para ter filhos é que ainda não estão para breve. “Para já é impensável, porque começamos a trabalhar às oito da manhã e só saímos à meia noite ou mais”, adianta o jovem chefe de pastelaria que já fez um trabalho para uma revista portuguesa especializada. Onde criou uma sobremesa à base de cereja, amêndoa e azeite, com influência da sua terra, Alfândega da Fé.

Elogios à escola

Rita e Valter não esquecem os tempos que passaram na Escola de Hotelaria e Turismo de Carvalhais (Mirandela). “Sentimos muita saudade dos tempos em que frequentamos a escola. Foi aí que ficamos a conhecer os pormenores para entrarmos no mundo do trabalho nesta área”, diz Valter Ribeiro.

“Tivemos muito bons formadores na escola que souberam criar um grupo excelente com bases sólidas para ter sucesso na sua vida profissional e temos conhecimentos de que muitos alunos estão em casas de referência o que nos enche de orgulho”, confessa Rita.

Olhando para trás, a jovem natural da aldeia de Vale de Juncal, a escassos sete quilómetros de Mirandela, não se arrepende de ter optado por esta área, mas deixa um conselho para os que pretendem ter sucesso. “Pensávamos que não era importante a aprendizagem de idiomas estrangeiros, que só contava a cozinha e mais nada. Puro engano, por experiência própria, porque sentimos muita dificuldade no início desta aventura”, diz.

Ambos defendem que o nosso país devia apostar mais na formação. “Sentimos uma enorme diferença, porque em França a formação é uma prioridade das próprias empresas e permite uma constante aprendizagem sempre muito importante para desenvolver as nossas capacidades”, afirma Valter Ribeiro.

Por Fernando Pires
Revista Raízes

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