Por: António Pires
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
De acordo com os mais recentes dados estatísticos das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, em todo o mundo são desperdiçados anualmente perto de 90 milhões de toneladas de alimentos. Um problema que se verifica, segundo a mesma fonte, não só ao nível do consumo, como nas três fases do ciclo produtivo, a saber, produção, colheita e distribuição.
Ao longo desta última década, foram muitas as campanhas de sensibilização em Portugal, quer difundidas nas rádios, quer nas televisões, dirigidas aos proprietários dos restaurantes, para os envolver directamente na luta contra o desperdício alimentar. Porque tomado como assunto da mais elementar importância, e que tem a ver, entre outras coisas, com uma questão moral e de consciência, o “projecto” foi acolhido com um redondo “sim”, que resultou num enorme sucesso, pelo que as provas estão à vista: doa-se a comida que sobra pelas inúmeras instituições de solidariedade, que diariamente servem dois pratos quentes a quem deles necessita.
Sensibilizado também eu com este fenómeno, partilho hoje aqui com o “vasto auditório” uma experiência testemunhada no âmbito da minha actividade profissional, em contacto frequente com o campo, nas as aldeias deste distrito.
Numa agricultura com estatuto familiar/subsistência – à excepção da castanha e da azeitona -, basicamente, o que se colhe no nosso meio rural, num ciclo produtivo sazonal, são couves, nabiças, grelos, batatas, cebolas, tomates, abóboras, maçãs, pêras, figos, marmelos, dióspiros, etc.
Derivado da considerável percentagem de agricultores absentistas (vivem a quilómetros das produções agrícolas, por razões familiares ou profissionais), a maior parte dos produtos acima mencionados, que foram por eles plantados/semeados, não são colhidos; ficando, assim, lamentavelmente, a apodrecer na terra e nas árvores – uma situação que até dói, porque estes produtos, na cidade, são caríssimos, havendo muitos agregados familiares que não lhes podem chegar.
Vejamos meia dúzia de exemplos, verificados ontem, pela minha pessoa, num hipermercado da cidade de Bragança, não esquecendo de acentuar a gigantesca diferença de qualidade entre os produtos expostos nas prateleiras do grande espaço comercial e os de origem caseira: quilo de tomate, 2,99€; couve penca, 3,99€; cebola, 1,90€; maçã mofo/brava, 2,59; batata, 3,45€; salsa (origem Espanha), 14,99€ e abóbora, 1,89€.
Uma realidade mais do que justificável para, neste respeitável e credível blogue, cumprir uma das suas mais nobres missões, o serviço público, aproveito para lançar um desafio ao nosso insigne edil de Bragança, Dr. Hernâni Dias, para, em parceria com os demais presidentes das juntas de freguesia do concelho, se criar uma espécie de centro de recolha e distribuição de frutos e legumes, precisamente com o propósito de se evitar o desperdício destes tão importantes produtos alimentares.
Estou convictamente convencido, pois, que, a ser posta em prática esta ideia, e mesmo que os produtos em causa tivessem um preço simbólico para os consumidores, se traduziria na criação de alguns postos de trabalho, porquanto seria necessário quem colhesse e transportasse tais produtos.
Tal como em relação à ideia do teleférico, os dados estão lançados.
Ao longo desta última década, foram muitas as campanhas de sensibilização em Portugal, quer difundidas nas rádios, quer nas televisões, dirigidas aos proprietários dos restaurantes, para os envolver directamente na luta contra o desperdício alimentar. Porque tomado como assunto da mais elementar importância, e que tem a ver, entre outras coisas, com uma questão moral e de consciência, o “projecto” foi acolhido com um redondo “sim”, que resultou num enorme sucesso, pelo que as provas estão à vista: doa-se a comida que sobra pelas inúmeras instituições de solidariedade, que diariamente servem dois pratos quentes a quem deles necessita.
Sensibilizado também eu com este fenómeno, partilho hoje aqui com o “vasto auditório” uma experiência testemunhada no âmbito da minha actividade profissional, em contacto frequente com o campo, nas as aldeias deste distrito.
Numa agricultura com estatuto familiar/subsistência – à excepção da castanha e da azeitona -, basicamente, o que se colhe no nosso meio rural, num ciclo produtivo sazonal, são couves, nabiças, grelos, batatas, cebolas, tomates, abóboras, maçãs, pêras, figos, marmelos, dióspiros, etc.
Derivado da considerável percentagem de agricultores absentistas (vivem a quilómetros das produções agrícolas, por razões familiares ou profissionais), a maior parte dos produtos acima mencionados, que foram por eles plantados/semeados, não são colhidos; ficando, assim, lamentavelmente, a apodrecer na terra e nas árvores – uma situação que até dói, porque estes produtos, na cidade, são caríssimos, havendo muitos agregados familiares que não lhes podem chegar.
Vejamos meia dúzia de exemplos, verificados ontem, pela minha pessoa, num hipermercado da cidade de Bragança, não esquecendo de acentuar a gigantesca diferença de qualidade entre os produtos expostos nas prateleiras do grande espaço comercial e os de origem caseira: quilo de tomate, 2,99€; couve penca, 3,99€; cebola, 1,90€; maçã mofo/brava, 2,59; batata, 3,45€; salsa (origem Espanha), 14,99€ e abóbora, 1,89€.
Uma realidade mais do que justificável para, neste respeitável e credível blogue, cumprir uma das suas mais nobres missões, o serviço público, aproveito para lançar um desafio ao nosso insigne edil de Bragança, Dr. Hernâni Dias, para, em parceria com os demais presidentes das juntas de freguesia do concelho, se criar uma espécie de centro de recolha e distribuição de frutos e legumes, precisamente com o propósito de se evitar o desperdício destes tão importantes produtos alimentares.
Estou convictamente convencido, pois, que, a ser posta em prática esta ideia, e mesmo que os produtos em causa tivessem um preço simbólico para os consumidores, se traduziria na criação de alguns postos de trabalho, porquanto seria necessário quem colhesse e transportasse tais produtos.
Tal como em relação à ideia do teleférico, os dados estão lançados.
António Pires
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