Número total de visualizações do Blogue

Pesquisar neste blogue

Aderir a este Blogue

Sobre o Blogue

SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 14 de dezembro de 2025

Sobre as Memórias…e outras coisas - BRAGANÇA


 Tudo o que faço, escrevo e partilho nasce de uma intenção simples e profunda, que se transformou em convicção, alavancar Bragança e enaltecer as suas gentes. É um compromisso.

As palavras que deixo escritas, as imagens que divulgo, as memórias que resgato têm o mesmo propósito, dar voz à terra que me formou, valorizar as pessoas que a mantêm viva e dignificar uma identidade que não se perde, mesmo quando o tempo a tenta diluir ou algumas forças "vivas" a ignoram e abandonam.

O Blogue e o Grupo do Facebook, feitos de partilhas, recolhas, teimosias e convicções são a forma que encontrei de contribuir para que Bragança não seja apenas um lugar no mapa, mas um território de orgulho, de história, de cultura e de humanidade.

Trago comigo o passado, respeito-o e honro-o. Vivo o presente com dedicação e verdade e olho para o futuro com esperança e responsabilidade, sempre com a certeza de que tudo o que faço pretende elevar Bragança e todos aqueles que a tornam única.

É assim que caminho. É assim que continuo. Sempre por Bragança, pelo nosso concelho e pelo nosso distrito. Sempre pelas nossas gentes.

Conto com todos!

HM

A Yoko e O Memórias…e...outras coisas…BRAGANÇA, em Chichibu, Saitama, Japão. Com o andor tradicional de santuário do xintoísmo de Chichibu-Jinja.

Os tesouros de Miranda do Douro… Ou mais um ano terminado em «5»...

Por: Rui Rendeiro Sousa
(Colaborador do "Memórias...e outras coisas...")


 Ontem, perguntaram-me se era Mirandês… Respondi, perguntando qual o motivo para a pergunta. Sendo a resposta elucidativa: «Porque, por vezes, parece. Anda sempre com o Mirandês para trás e para a frente, e até já menção fez ao Burro Mirandês». Lá terá, o interlocutor, razões para o afirmar. Porém, de facto, não sou Mirandês de «nascença», nem sequer, nos estudos genealógicos tenho algum antepassado de Miranda, que se restringem os antepassados, pelo distrito bragançano, aos concelhos de Macedo de Cavaleiros, Vinhais e Bragança... E lá tive de explicar ao dito interlocutor o fascínio que tenho por temas Mirandeses, parecendo um «filho adoptivo» de… Terras Mirandesas (e, de alguma forma, serei…). 

Começa logo porque a minha Avó Maria, que já aqui trouxe algumas vezes, “falaba dua forma stranha”. Um dia, tal o fascínio pelos estudos dialectais, influências do meu saudoso amigo Amadeu Ferreira, decidi aprender Mirandés. E fui descobrindo que, afinal, havia imensas afinidades entre a “forma stranha” de falar da minha Avó Maria e o Mirandés. “Ele era trasdonte, ele era home, ele era persidente, ele era hoije, ele era biaige, ele era passado manhã, ele era preguntar”… “Ele era” tanta coisa! O que me conduziu a absorver o tanto que eminentes linguistas produziram acerca dos dialectos setentrionais, particularmente sobre o Mirandés e os designados como «Dialectos Trasmontanos». E lá fui parar às isoglossas e demais termos específicos quando se avaliam processos fonológicos, linguísticos ou lexicais. Tendo percebido que o Mirandés já teve uma área de falantes muito mais alargada, abrangendo igualmente, na totalidade ou parcialmente, os concelhos de Vimioso, Mogadouro, Macedo de Cavaleiros, Bragança, Vinhais e Freixo de Espada à Cinta. Está explicado o meu fascínio por temas Mirandeses…

Mas há muito mais… Há a Bola Doce Mirandesa, que é uma delícia! Há a suculenta Posta à Mirandesa, proveniente da autóctone raça de bovinos... Mirandesa! E, no âmbito da gastronomia, ainda há o magnífico Canhono Mirandês, mais a alheira de Miranda que adoptou o nome de “tabafeia”, embora os entendidos na matéria assumam que se trata de enchidos distintos. Mas não irei aqui discutir isso… E, fora da gastronomia, não posso esquecer-me do que motivo também deu à «inquirição»: o Burro Mirandês! Para lá dos célebres Pauliteiros de Miranda, a acrescentar às tantas designações que, inteligentemente, levam, tão longe, o «Miranda», «Mirandês» ou «Mirandesa». Acrescendo a isso as medievais Terras de Miranda, quando Miranda do Douro quase existência não tinha. São muitos tesouros juntos, acrescentem-se-lhe o Menino Jesus da Cartolinha (que muitos não saberão que, indirectamente, aos Castelhanos se deve…), a Concatedral, o Castelo, o Centro Histórico (e muito gosto da «Rue de la Costanielha»!), o Museu das Terras de Miranda, e tanto mais! Da Arqueologia, onde existe um Monumento Nacional (o Castro de Aldeia Nova), aos Miradouros, às Aldeias, ao Parque Natural do Douro Internacional… 

Ou que, daqui por poucos dias, se cumprirão 739 anos sobre o «nascimento» de Miranda, através do foral que lhe foi atribuído pelo monarca que foi educado por um Macedense e, consequentemente, Bragançano. Não obstante o nosso grande Abade de Baçal lhe ter atribuído um outro foral, 150 anos antes, mas esse foi a outra Miranda, a «do Corvo» - o nosso magnífico Abade também tinha o direito a equivocar-se. Embora suspeite que Miranda já existisse, previamente, com outro nome. Mas isso, já deixarei para outras calendas… A verdade é que, enquanto tal, Miranda do Douro ainda não existia em meados do século XIII, cerca de 30 anos antes do dito foral dionisino. Porém, pelas medievais Terras de Miranda já havia mais de uma dezena de Paróquias, acrescidas de mais de duas dezenas de povoações perfeitamente identificadas. 

Miranda do Douro, para lá de todos os encantos que possui, também guarda uma História sublime. A começar pelo ano terminado em «5», pois cumpriram-se, neste 2025, exactamente 480 anos sobre a elevação de Miranda do Douro a Diocese e, posteriormente, a cidade. Factos esses que foram bem assinalados. Depois de mais de 400 anos sob a alçada da Diocese de Braga e, anteriormente, da Diocese de Astorga, passámos a ter superiores eclesiásticos a tomarem, com proximidade, conta do seu rebanho. Porque Braga, em efectivos termos, a única coisa que pretendia eram os rendimentos que daqui obtinha. Parece que D. João III e a sua rainha, D. Catarina de Áustria, perceberam esse afastamento de trasmontanas terras, longe que ficavam do Arcebispo de Braga… E lá se constituiria a nova Diocese à custa, essencialmente, dos rendimentos do célebre Mosteiro de Castro de Avelãs, o que conduziria à sua definitiva ruína… Mas isso, são outras histórias…

Miranda do Douto também é de alguma forma, a «cidade mártir». Desde logo, com a Guerra da Restauração, a qual levaria a um cerco à cidade, há aproximadamente 380 anos. Ou, pouco depois, há 315 anos, quando foi tomada pelos «espanholicos» no âmbito da Guerra da Sucessão, por “bias” da traição de um sargento «tuga» que se deixou ser subornado. Já vem de longe a história dos subornos e de «vender a alma ao diabo»… Menos de um ano após, conta a lenda, lá surgiria um jovem, fidalgo guerreiro, a incentivar os Mirandeses para a luta contra os ocupantes. E assim parece ter nascido a grande devoção de Miranda, o Menino Jesus que, ao que consta, no século XIX, coisas da moda, terá levado um chapéu, a cartola, passando a ser o Menino Jesus da Cartolinha. 

Todavia, o pior aconteceria há pouco mais de 260 anos, aquando da Guerra dos Sete Anos, cujos acontecimentos, por terras portuguesas, ficariam conhecidos por Guerra Fantástica ou Guerra do Mirandum, no caso particular dos desenvolvimentos por terras do actual distrito. Suspeita-se que, por nova traição, desta vez do respectivo Governador Militar, a resistência do Castelo de Miranda terminaria com a conhecida explosão do paiol de pólvora, que resultaria na morte de umas centenas de militares e civis, bem como na destruição do castelo. E Miranda do Douro nunca mais seria a mesma, perdendo, até, poucos anos após, a categoria de sede do bispado. E há tanto mais sobre Miranda do Douro! 

Particularmente as razões para considerar que o Mirandés deveria ser uma «luta» de todos nós. Afinal, era o idioma, com algumas adaptações, que a “nh’ábó Maria” falava. Afinal, muito antes de ter aprendido o que era grão de bico, feijão frade ou couve penca, já lhes chamava “erbanços”, “tchítcharos” ou “coube trontcha”… Afinal, antes de saber que existia a letra [v], a chuva era “tchuba”… Afinal, tanta coisa… 

Afinal, após tantos anos dedicado a estas terras, à sua genuinidade, à sua unicidade, percebi por que me perguntaram se era Mirandês. Não sou, mas… “tengo muita proua ne l que ye la nuossa eissencia”. E admiro a resistência dos que não sabem desistir dessa mesma essência. 

(Foto: Vortexmag)


Rui Rendeiro Sousa
– Doutorado «em amor à terra», com mestrado «em essência», pós-graduações «em tcharro falar», e licenciatura «em genuinidade». É professor de «inusitada paixão» ao bragançano distrito, em particular, a Macedo de Cavaleiros, terra que o viu nascer e crescer. 
Investigador das nossas terras, das suas história, linguística, etnografia, etnologia, genética, e de tudo mais o que houver, há mais de três décadas. 
Colabora, há bastantes anos, com jornais e revistas, bem como com canais televisivos, nos quais já participou em diversos programas, sendo autor de alguns, sempre tendo como mote a região bragançana. 
É autor de mais de quatro dezenas de livros sobre a história das freguesias do concelho de Macedo de Cavaleiros. 
E mais “alguas cousas que num são pr’áqui tchamadas”.

Ancabronar-se... an mirandés – Maria da Glória Lourenço, nacida an Custantin

Comissão Europeia acusada de desmantelar décadas de proteção da natureza e do ambiente

 Bruxelas apresentou na quarta-feira um pacote de medidas para “simplificar a legislação ambiental” em áreas como as emissões da indústria e as avaliações ambientais. A WWF e outras organizações acusam a Comissão Europeia de estar a desmantelar décadas de proteção da natureza, do ambiente e da saúde pública.

Foto: Anja Odenberg/Pixabay

Em causa está a publicação do novo Environmental Omnibus e do Grids Package (relativo à infraestrutura energética da Europa), que incluem a proposta de uma Diretiva para a Aceleração das Renováveis.

“Estes textos confirmam aquilo que a sociedade civil, cientistas e cidadãos preocupados têm vindo a alertar há meses: a Comissão Von der Leyen está a desmantelar décadas de proteções ambientais arduamente conquistadas, colocando em risco a qualidade do ar, da água e a saúde pública, em nome da competitividade”, acusa, em comunicado, a WWF Portugal.

Segundo a organização ambientalista, estas medidas enquadram-se no caminho que tem recentemente sido adoptado por Bruxelas, um que, acusa, se pauta pelo enfraquecimento da proteção do ambiente.

Outros exemplos passados são o enfraquecimento do Regulamento da UE sobre Desflorestação e a redução das proteções contra químicos e pesticidas.

“Esta proposta marca mais um triste marco na loucura da desregulação”, comentou Sabien Leemans, Gestora de Biodiversidade no Gabinete de Política Europeia da WWF. “É como assistir repetidamente a um acidente de carro em câmara lenta: a Comissão propõe mudanças ‘menores’, perde completamente o controlo, e acabamos com eurodeputados e Estados-Membros a destruir leis ambientais inteiras. Já vimos isto com o primeiro omnibus, com o Regulamento da UE sobre Desflorestação, e o mesmo pode muito bem acontecer com esta proposta.”

A WWF salienta que as novas medidas representam “sérias para os ecossistemas europeus e para a saúde pública”.

Considera, por exemplo, que a “anunciada revisão e flexibilização da Diretiva-Quadro da Água é extremamente alarmante”. Isto porque “os ecossistemas de água doce já estão em estado crítico, e danos adicionais agravarão riscos para a saúde, reduzindo a capacidade destes ecossistemas de nos protegerem de desastres climáticos”.

Outra fonte de preocupação é o lançar de um “teste de resistência” às Diretivas Aves e Habitats, algo que “está totalmente desalinhado com a atual crise da biodiversidade”. “Ecossistemas saudáveis são vitais para combater as alterações climáticas, mas a Comissão parece ignorar isto, desconsiderando avisos científicos.”

“As Diretivas Aves e Habitats são a espinha dorsal da proteção da natureza na Europa”, comenta Sofie Ruysschaert, Responsável Sénior de Política de Restauro da Natureza na BirdLife Europe and Central Asia. “Enfraquecê-las agora não só destruiria décadas de progressos alcançados com grande esforço, como também empurraria a UE para um futuro em que ecossistemas — e as comunidades que deles dependem — ficam perigosamente expostos.”

O novo Grids Package remodela a forma como os projetos energéticos são aprovados, tendo como objetivo acelerar a transição para energias renováveis. A WWF receia que isto leve a projetos mal planeados, conflitos com a vida selvagem e resistência das comunidades locais.

A organização sublinha que “a diretiva enfraquece regras ambientais ao permitir que mais projetos contornem salvaguardas essenciais. Isto coloca áreas ecologicamente sensíveis, como sítios Natura 2000 ou rios de fluxo livre, em maior risco e pode tornar exceções em norma”.

“As propostas claramente não visam acelerar as energias renováveis: favorecem interesses industriais e contradizem jurisprudência estabelecida da UE, enfraquecendo salvaguardas ambientais e ameaçando o Estado de direito.”

Ioannis Agapakis, advogado no Programa de Vida Selvagem e Habitats da ClientEarth, recorda que “a Comissão atuou sem qualquer avaliação de impacto ou provas, apesar das recomendações claras da Provedora de Justiça, um nível de arbitrariedade que levanta dúvidas sobre a sua vontade de defender o Estado de direito”.

“A UE deve escolher se continuará a ser líder global na proteção das pessoas e da natureza, ou se se tornará um terreno desregulado ao serviço de interesses corporativos.”

A organização apela agora ao Parlamento Europeu e aos Estados-Membros para rejeitarem este pacote de medidas e “travarem a vaga de desregulação que representa”.

Devemos alimentar as aves silvestres?

 Esta pergunta não tem uma resposta simples. Julieta Costa, da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), explica as razões.

Foto: Pedro Pina

Os comedouros de jardim e de varanda, destinados às aves de cidade mais comuns, são cada vez mais populares, mas serão benéficos? E será certo ou errado alimentar patos em parques urbanos, como aqueles que encontramos no Jardim Gulbenkian?

Julieta Costa, coordenadora de Conservação Terrestre da SPEA, nota que em Portugal as aves não necessitam de mais alimentos do que os que encontram na natureza. Desde sementes a bagas e pequenos insetos, há comida disponível em quantidade suficiente, mesmo em meses mais frios.

Galinha-d’-água (Gallinula chloropus), no Jardim Gulbenkian. Foto:Diogo Oliveira
Lugres (Spinus spinus) num comedouro. Foto: Mike Pennington/Wiki Commons

No entanto, refere a coordenadora, se quisermos instalar um comedouro ao pé de casa, isso será útil “em invernos rigorosos, quando a neve impede as aves de acederem ao alimento”. “Pode também funcionar como atrativo para observadores e fotógrafos”, até porque alimentar as aves pode ser uma forma de ligação com a natureza.

Existem também casos em projetos de conservação, nomeadamente quando são dirigidos a espécies em risco ou em que “as condições do meio são desfavoráveis”, que necessitam de “suplementação alimentar”. “É nestas situações que faz sentido intervir”, sublinha. Mas essas são as exceções, pois ao darmos alimento às aves – por exemplo, num jardim ou num comedouro – podemos estar a trazer-lhes “mais prejuízos do que benefícios”. Desde logo, porque a agregação de muitos animais num só local “aumenta a probabilidade de transmissão direta e indireta de doenças, através de contactos entre indivíduos ou com fezes, saliva ou sementes contaminadas.”

Julieta Costa lembra vários exemplos: Salmonella sp. em tentilhões e outros passeriformes na Europa e América do Norte; Trichomonas gallinae em verdilhões no Reino Unido (responsável por mortalidade significativa); e vírus da pox aviária em chapins. E alerta ainda para os alimentos de valor nutricional reduzido dados a pequenos passeriformes ou a aves maiores, como patos – “por exemplo pão ou restos de comida humana” – pois podem provocar tanto deficiências alimentares como problemas de saúde. Igualmente preocupante é que “a disponibilidade constante de alimento artificial pode alterar comportamentos naturais, reduzindo a procura de recursos no meio e criando dependência”.

E a água é importante?

Quanto à água o caso é diferente, pois a sua escassez nos meses mais quentes faz-se sentir numa boa parte do território. “Em países como o nosso, onde o stress hídrico sazonal é real, os bebedouros e pontos de água artificiais (como charcas, tanques ou até simples recipientes) podem ser extremamente úteis, especialmente no verão”, explica a responsável da SPEA, que acrescenta que “nestes contextos a falta de água pode ser mais limitante do que o alimento, inclusive em zonas urbanas”.

Existem pequenos riachos, espelhos de água, tanques e lagos artificiais no Jardim Gulbenkian, mas ao pé de nossas casas, ou nos nossos quintais, cada um poderá fazer a sua parte. Assim, no que respeita a recipientes com água, Julieta Costa aconselha a que sejam rasos, com poucos centímetros de profundidade, o que permitirá às aves beberem e banharem-se sem perigo e, sempre que possível, mantê-los afastados do alcance dos gatos! Idealmente devem estar em locais com sombra para manter a água fresca, de preferência longe de janelas ou superfícies envidraçadas, para diminuir o risco de colisões.

Na foto da baixo., espelhos de água no Jardim Gulbenkian; na foto de cima., um pardal (Passer domesticus) a refrescar-se. Fotos: Ricardo Oliveira Alves e Diogo Oliveira

Estado transfere Viveiro das Trutas de França para o Município

 O Estado cedeu o imóvel do antigo Viveiro das Trutas de França para a esfera do Município de Bragança, foi anunciado esta sexta-feira.


"No âmbito de um Programa Nacional de Transferência de Imóveis devolutos do Estado para Autarquias Locais, designado “Gestão do Património Imobiliário 
Público sem Utilização”, o Município de Bragança foi contemplado com a cedência de um imóvel (o antigo Viveiro de Trutas do “Prado Novo”, da aldeia de França) com vista à sua reabilitação e valorização enquanto centro dedicado à interpretação dos ecossistemas ribeirinhos", divulgou o município, em comunicado.

A cerimónia de formalização da transmissão de imóveis para as autarquias teve lugar a 10 de outubro, no Palácio de Queluz, em Sintra, e contou com a presença de Pedro Rego, Vice-presidente da Câmara Municipal de Bragança.

A intervenção prevista para este imóvel será desenvolvida ao abrigo do projeto “Preservar Montesinho”, incorporado pelo Município de Bragança no quadro do modelo de Cogestão do Parque Natural de Montesinho.

De acordo com a autarquia, "o antigo viveiro será valorizado como espaço educativo, científico e de sensibilização ambiental, contribuindo para reforçar o conhecimento sobre a fauna e flora aquática e para a preservação dos ecossistemas ribeirinhos do concelho".

O Município de Bragança salienta, ainda, "a importância de iniciativas que reforçam a ligação entre as comunidades e o património natural do concelho, enquadrando-se, também, na estratégia de valorização do território e de promoção do Parque Natural de Montesinho, que ainda carece de infraestruturas de acolhimento capazes de proporcionar experiências educativas, interativas e inovadoras", lê-se.

AGR

Ameaça de empresa de deixar de distribuir jornais no Interior gera revolta no distrito de Bragança

 A ameaça de a empresa VASP, responsável pela distribuição da generalidade dos jornais nacionais por todo o território nacional, deixar de prestar esse serviço em oito distritos do interior do país, nomeadamente no de Bragança, gerou uma onda de revolta em vários quadrantes da sociedade.


“Na ausência de soluções que assegurem a manutenção integral do serviço nos atuais moldes, a VASP informa que se encontra a avaliar a necessidade de proceder a ajustamentos em determinadas rotas, nomeadamente nos seguintes distritos: Beja, Évora, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Viseu, Vila Real e Bragança”, indicou a empresa, em comunicado, citado pelo Correio da Manhã.

A VASP é detida pelo empresário Marco Galinha, também dono do Diário de Notícias, depois da separação de outros títulos, como Jornal de Notícias, O JOGO e TSF.

A empresa distribui pelos quiosques do país os jornais, sobretudo nacionais.

Deputados preocupados

Os três deputados eleitos por Bragança mostraram-se preocupados com a possível falta de jornais nos territórios do interior, pondo em risco a coesão territorial, após o anúncio da Vasp sobre a necessidade de fazer ajustamentos na distribuição diária.

Os dois deputados do PSD eleitos pelo círculo de Bragança, Hernâni Dias e Nuno Gonçalves, afirmaram que “estão preocupados com a situação e esperam que a mesma seja resolvida em nome da coesão territorial, mas dentro dos princípios definidos pelo Governo quanto aos apoios e ao seu caráter concorrencial”.

“O Governo duplicou o porte pago e tem subsidiado entregas em municípios do interior quando fecharam rotas. Há uma preocupação, da parte do Governo, com a coesão territorial e com o acesso à comunicação social de qualidade”, explicou o deputado Nuno Gonçalves.

Segundo os parlamentares sociais-democratas, “o governo não quer criar instrumentos de dependência, nem quer passar cheques a empresas em concreto, e entende que qualquer solução deve ser concorrencial”.

“O Governo afirma que não vai ceder a chantagens e que o pagamento da distribuição deve ser assegurado por quem produz a imprensa”, afirmaram.

Por seu lado, a deputada Júlia Rodrigues, eleita pelo Partido Socialista (PS), manifestou também a sua “profunda preocupação” com a possibilidade de a empresa Vasp poder vir a cessar a distribuição de jornais em todo o interior do país.

“Esta decisão teria um impacto direto na vida das populações, reduzindo o acesso à informação, agravando desigualdades já existentes e colocando em causa o direito dos cidadãos a estarem informados, sobretudo num território que enfrenta desafios persistentes de despovoamento e isolamento”, frisou a parlamentar do PS.

Para Júlia Rodrigues, “é fundamental que o Governo avalie urgentemente esta situação e encontre soluções que garantam a continuidade da distribuição de imprensa no distrito de Bragança e em todo o interior”.

A deputada do PS entende que “a coesão territorial também se faz assegurando que ninguém fique privado de um serviço essencial como o acesso à informação”.

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), por seu lado, considerou que a redução das áreas de distribuição de imprensa é uma situação “grave” e “suscetível de impacto negativo na garantia do acesso à informação”, estando a recolher informação complementar.

Em comunicado, a ERC afirmava estar a acompanhar a informação divulgada sobre a possibilidade de a Vasp – Distribuição e Logística, S.A. ajustar a distribuição diária de imprensa em oito distritos do interior do país, na sequência de dificuldades financeiras.

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) também manifestou a sua “mais profunda preocupação” face ao anúncio da Vasp.

Presidente da CIM acredita em solução

Já o presidente da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes, Pedro Lima (PSD), mostra-se “preocupado” com esta situação mas diz acreditar “que [a suspensão] não irá acontecer”.

“O Governo já disse que não aceitará que isso aconteça”, frisou.

No entanto, lembra que “isto é uma questão de coesão territorial” e que os transmontanos “não são cidadãos de segunda”. “Temos de ter a consciência da realidade demográfica. Nós somos mais envelhecidos do que o Litoral. Portanto aqui os hábitos estão um pouco mais atrasados. Os meios digitais são amplamente utilizados, mas, devido a esse grau de envelhecimento, há hábitos diferentes, nomeadamente no recurso a jornais impressos”, sublinhou.

Também o Partido Comunista Português (PCP) se pronunciou na Assembleia da República e questionou mesmo o Governo sobre esta matéria.

“Uma eventual decisão naquele sentido criaria uma intolerável situação de desigualdade entre territórios e populações no acesso a publicações periódicas”, lê-se.

O deputado Alfredo Maia, antigo jornalista, questionou o Governo sobre os compromissos que o Governo assumiu para com a VASP “com vista à garantia de distribuição de publicações periódicas no interior”, bem como “o grau de cumprimento desses compromissos e como o justifica”. Por fim, perguntou “que medidas pretende tomar o Governo” perante a ameaça da VASP.

Tabacarias dizem que ameaça é injustificada 

Viriato Fernandes, proprietário de três tabacarias e quiosques em Bragança, recorda uma reunião com o dono da distribuidora em que foi anunciada a intenção de pressionar o Governo.

“Isto é uma maneira de pressionar o Governo. Eles não têm prejuízo porque nós é que pagamos os portes”, garantiu ao Mensageiro.

Ainda assim, o empresário admite que, sobretudo desde a pandemia, tem verificado uma mudança de hábitos na população. 

“Os jornais vendem-se menos.

Baixaram cerca de 80 por cento. Desde que começaram a partilhar notícias pelos telemóveis já se sentia. A pandemia foi um rombo total”, disse.

O investigador Giovanni Ramos, do Instituto Politécnico de Coimbra, autor do estudo sobre os desertos noticiosos, sublinhou, em declarações ao Mensageiro, que a questão da pirataria é um dos problemas que tem afetado a circulação dos jornais, mas pede que se olhe para esta situação “com atenção”.

“Acho que é um grande alerta"

O facto de fazerem essa ameaça é uma oportunidade de discutir o problema mais a fundo.

Todos os anos os jornais perdem mais um pouco a circulação em papel. Mas se olharmos para o panorama de há dez anos, vemos que as quebras são acentuadas. É preciso pensar num modelo que seja sustentável. Daqui a pouco a situação ficará irreversível”, defende. “O problema afetou os jornais locais, que já não estão presentes em muitos concelhos, mas agora afeta os nacionais.

Estes cidadãos não têm o direito de serem informados? Já os estávamos a privar de informação dos jornais locais e agora vamos privá-los dos jornais nacionais?”, questiona.

A Associação de Imprensa de Inspiração Cristã (AIC) manifestou “a sua indignação absoluta perante a possibilidade do fim da distribuição de jornais em vários distritos do Interior de Portugal por parte da única operadora que assegura esse serviço, a VASP”. 

“Esta situação representa um atentado direto ao direito fundamental dos cidadãos à informação, claramente consagrado no Artigo 37.º da Constituição da República Portuguesa, que estabelece a Liberdade de expressão e informação e diz claramente que “todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e de ser informados, sem impedimentos nem discriminações” e que “o exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura”.

A desigualdade no acesso à informação é incompatível com o regime democrático e representa um retrocesso civilizacional que não pode ser tolerado.

É urgente sublinhar, com toda a clareza, que sem informação não há cidadania plena e sem cidadania plena não há democracia real”, sublinha a AIC, em comunicado.

António G. Rodrigues/Francisco Pinto

A Ponte de Valbom - uma ponte reconstruída há 200 anos!

Por: Rui Rendeiro Sousa
(Colaborador do "Memórias...e outras coisas...")


 Às voltas com o universo da Revolução Liberal por Terras de Bragança, fui, casualmente, parar ao magnífico Rio Sabor e à não menos magnífica Ponte de Valbom (que na documentação também surge grafada como de Valbão…). Para a qual houve instruções de reconstrução há, precisamente, 200 anos, decorria o ano de 1825! Época na qual, como já por aqui trouxe, a propósito de uma Pastoral do Bispo de Bragança, estas terras andavam a «ferro e fogo», à custa das lutas entre Absolutistas e Liberais. 

E “fai” amanhã 200 anos e um mês, que o rei D. João VI dava autorização à Câmara de Bragança para que cobrasse um imposto sobre carne e vinho vendidos, tendo em vista reedificar a dita ponte, que ligava Bragança a Outeiro, sede do «velhinho» concelho de «Outeiro de Miranda». Cobrança essa que também reverteria para reparar as calçadas da cidade de Bragança. Curiosidades…

Numa região onde tudo o que é antigo e explicação o Povo não encontra, é Mouro. Com excepção das pontes, que quando «a pinta» é antiga, são todas, ou quase todas, Romanas… Porém, pela região bragançana, assim de repente e mentalmente, só me lembro de duas que faziam parte dos antiquíssimos traçados das Vias Romanas. Não era o caso da Ponte de Valbom, tratando-se de um exemplar medieval, cuja primeira referência cumpriu, há pouco tempo, a provecta idade de 600 anos! Afinal, ainda temos “uas cousas antiguetchas” por aqui…

Embora tenha sofrido diversas obras de reparação e consolidação, ao longo dos séculos. É curiosa a História da Ponte de Valbom, sabendo-se que nos anos 30 do século XV, a mesma já estava construída. Todavia, no início do século XVI, terá precisado de obras. E pretendia a Câmara de Bragança que o Mosteiro de Castro de Avelãs, mais uns quantos concelhos pequenos, mas autónomos, contribuíssem para essas mesmas obras. Naturalmente, reclamaram os lesados, argumentando que os seus privilégios antigos, bem como os seus forais, os isentavam de tal contribuição. E, naturalmente ainda, por sentença régia, foram escusados da dita contribuição. Mais curiosidades…

Hoje, depois dessas obras autorizadas por D. João VI, provavelmente, concluídas três anos após (por lá existem umas «alminhas» ostentando a inscrição «1828»), repousa a «velhinha» ponte sobre o Sabor, ao lado do progresso representado pelo viaduto da «novíssima» A4. Outros tempos, outras as vias… Quantos dos nossos antepassados terão atravessado a Ponte de Valbom?...

(Foto: Terras de Trás-os-Montes)


Rui Rendeiro Sousa
– Doutorado «em amor à terra», com mestrado «em essência», pós-graduações «em tcharro falar», e licenciatura «em genuinidade». É professor de «inusitada paixão» ao bragançano distrito, em particular, a Macedo de Cavaleiros, terra que o viu nascer e crescer. 
Investigador das nossas terras, das suas história, linguística, etnografia, etnologia, genética, e de tudo mais o que houver, há mais de três décadas. 
Colabora, há bastantes anos, com jornais e revistas, bem como com canais televisivos, nos quais já participou em diversos programas, sendo autor de alguns, sempre tendo como mote a região bragançana. 
É autor de mais de quatro dezenas de livros sobre a história das freguesias do concelho de Macedo de Cavaleiros. 
E mais “alguas cousas que num são pr’áqui tchamadas”.

TEATRO - BRAGANÇA

𝐁𝐫𝐚𝐠𝐚𝐧𝐜̧𝐚 𝐫𝐞𝐟𝐨𝐫𝐜̧𝐚 𝐚 𝐬𝐮𝐚 𝐯𝐨𝐳 𝐧𝐨 𝐩𝐥𝐚𝐧𝐨 𝐧𝐚𝐜𝐢𝐨𝐧𝐚𝐥

 A Presidente da Câmara Municipal de Bragança, 𝑰𝒔𝒂𝒃𝒆𝒍 𝑭𝒆𝒓𝒓𝒆𝒊𝒓𝒂 𝒊𝒏𝒕𝒆𝒈𝒓𝒂 𝒐 𝑪𝒐𝒏𝒔𝒆𝒍𝒉𝒐 𝑫𝒊𝒓𝒆𝒕𝒊𝒗𝒐 𝒅𝒂 𝑨𝒔𝒔𝒐𝒄𝒊𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐 𝑵𝒂𝒄𝒊𝒐𝒏𝒂𝒍 𝒅𝒆 𝑴𝒖𝒏𝒊𝒄𝒊́𝒑𝒊𝒐𝒔 𝑷𝒐𝒓𝒕𝒖𝒈𝒖𝒆𝒔𝒆𝒔 (ANMP), após eleição no XXVII Congresso da Associação, que decorre em Viana do Castelo.

Trata-se de um momento particularmente relevante para Bragança: é a primeira vez que um Presidente deste Municípo integra o órgão executivo da Associação Nacional de Municípios Portugueses - ANMP. 

🗳️ Esta eleição projeta Bragança no centro do debate nacional sobre o poder local, reforçando a capacidade de intervenção do Município junto dos vários órgãos de soberania nacionais e, também, a nível internacional. 

🔗 Mais informações AQUI.

𝑩𝒓𝒂𝒈𝒂𝒏𝒄̧𝒂 𝒗𝒐𝒍𝒕𝒐𝒖 𝒂 𝒂𝒇𝒊𝒓𝒎𝒂𝒓-𝒔𝒆 𝒄𝒐𝒎𝒐 𝒕𝒆𝒓𝒓𝒊𝒕𝒐́𝒓𝒊𝒐 𝒅𝒆 𝒄𝒖𝒍𝒕𝒖𝒓𝒂 𝒆 𝑳𝒖𝒔𝒐𝒇𝒐𝒏𝒊𝒂

 Zeferino Venade Ribeiro foi o vencedor da 4.ª edição do 𝐏𝐫𝐞́𝐦𝐢𝐨 𝐋𝐢𝐭𝐞𝐫𝐚́𝐫𝐢𝐨 𝐝𝐚 𝐋𝐮𝐬𝐨𝐟𝐨𝐧𝐢𝐚 𝐏𝐫𝐨𝐟𝐞𝐬𝐬𝐨𝐫 𝐀𝐝𝐫𝐢𝐚𝐧𝐨 𝐌𝐨𝐫𝐞𝐢𝐫𝐚. A cerimónia de entrega do prémio foi realizada ontem, na Sala de Atos do Município de Bragança, no Teatro Municipal.

📚 Um Prémio que valoriza a criação literária, a diversidade cultural do espaço lusófono e o legado do Professor Adriano Moreira.

👉 Mais informações e registo fotográfico completo AQUI.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Concerto de Natal - OUTEIRO

🎓 𝑴𝒂𝒊𝒔 𝒐𝒑𝒐𝒓𝒕𝒖𝒏𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆𝒔 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒆𝒔𝒕𝒖𝒅𝒂𝒓. 𝑴𝒂𝒊𝒔 𝒇𝒖𝒕𝒖𝒓𝒐 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒐𝒔 𝒋𝒐𝒗𝒆𝒏𝒔 𝒆𝒎 𝑩𝒓𝒂𝒈𝒂𝒏𝒄̧𝒂.

 Esta sexta-feira, o Município assinou contratos para atribuição de bolsas de estudo a alunos do Ensino Superior: 56 apoios, num investimento de mais de 47 mil euros.
Um passo importante para garantir que o acesso ao ensino não depende da condição económica, mas sim do trabalho e da vontade de aprender.

Mais informações AQUI.

A rádio brigantia em parceria com o GDB Grupo Desportivo de Bragança vai transmitir os jogos em casa para o Campeonato de Portugal, assista nas redes sociais Facebook e YouTube

Votos de um Natal cheio de luz, alegria e proximidade!

Por: João Cameira
(Colaborador do "Memórias...e outras coisas...")


 O Natal aproxima-se e, com ele, a vontade de partilhar momentos, afetos e pequenos gestos que aquecem o coração. Esta época convida-nos a abrandar, olhar em volta e valorizar aquilo que verdadeiramente importa: as pessoas que fazem parte da nossa vida e a comunidade que nos rodeia.

Num tempo em que tudo parece acontecer através de um ecrã, ou mais, e a compra de um simples presente se resolve com dois cliques, vale a pena lembrar o impacto que as nossas escolhas têm no lugar onde vivemos, especialmente em territórios do Interior. Optar pelo comércio local é muito mais do que evitar filas ou prazos de entrega — é um gesto de apoio direto aos pequenos negócios que dão vida às nossas ruas, às nossas cidades e ao nosso dia a dia.

Quando compramos um livro numa livraria ou papelaria, uma peça de artesanato na loja de um jovem artesão ou uma peça de roupa num atelier de uma designer, estamos a fortalecer a economia local, a incentivar o talento da nossa terra e a preservar a autenticidade, que não encontramos em grandes plataformas online. Cada compra é um investimento na nossa comunidade — e cada rosto que sorri e nos cumprimenta ao entrar numa loja, vale muito mais do que qualquer carrinho de compras digital.

Neste Natal e nas próximas compras que tenhamos de fazer, sejamos todos mais conscientes do poder que cada um de nós tem, em reforçar a coesão social e territorial. 

Que esta época seja feita de encontros verdadeiros, de abraços demorados e de tempo vivido em comunhão com os próximos e família.

----------

João Cameira nasceu em Beja, viveu em Viana do Castelo e Macau, estudou em Lisboa, casou em Bragança e tem dois filhos.
É licenciado em Geografia e Planeamento Regional pela Universidade Nova de Lisboa, com Pós-Graduação em Gestão e Conservação da Natureza pela Universidade dos Açores e Pós-Graduação em Gestão Pública pelo Instituto Politécnico de Bragança.
A sua vida profissional iniciou-se em Vinhais e desde 1999 que trabalha no Município de Bragança, passando pelo Sistema de Informação Geográfica, Divisão de Ambiente e Divisão de Promoção Económica e Turismo. Em 2002 envolveu-se no trabalho voluntário em diversas organizações e entidades, nomeadamente na Azimute, nos Serviços Sociais do Pessoal da Câmara Municipal de Bragança, no Centro Social e Paroquial do Santo Condestável e no Lions Clube de Bragança.
Em 2012 foi seleccionado pela redação do Diário de Notícias e Jornal de Notícias como 1 de 20 portugueses extraordinários no âmbito do desenvolvimento de trabalho voluntário e, em 2018 pela Embaixada do EUA para participar no programa “Entrepreneurship and Strategic Innovation”, no âmbito do International Visitor Leadership Program.

A Feira Franca está de volta ao Franco este fim de semana!

A Gulbenkian evoluiu, mas os tempos atuais fazem-nos regressar ao "deserto" e à ausência da proclamada, só proclamada, Coesão Territorial.

DOIS CLIENTES DO NOVO BANCO FICAM SEM 35 MIL EUROS POR ALEGADA BURLA INFORMÁTICA EM TRANSFERÊNCIAS ONLINE

 Dois clientes do Novo Banco, em Mirandela, foram lesados em mais 35 mil euros devido a uma alegada burla informática quando estavam a fazer pagamentos através do homebanking. 


Ambos já apresentaram queixa às autoridades e apontam o dedo à entidade bancária, alegando ter existido uma falha no sistema de segurança.

O banco descarta responsabilidades referindo que as operações em causa “foram todas autorizadas” pelos titulares das contas e adianta que “tudo indica” que os computadores em que as transações foram iniciadas poderão ter sido “previamente comprometidos pela instalação de software malicioso

Nélia Pinheiro viu desaparecer da conta da empresa mais de 25 mil euros, fruto de duas transações, quando estava a efetuar uma transferência online para um fornecedor. “Foi alterado o NIB do fornecedor e foi inserido o NIB de outra pessoa junto dos meus colaboradores e a transferência foi feita para esse indivíduo, em vez de cair para o nosso fornecedor”, conta.

A primeira transferência foi superior a 20 mil euros e a segunda de 4999 euros. Nélia Pinheiro considera que houve uma falha do sistema de segurança do Novo Banco dado que alega não ter sido dado qualquer alerta de possível transação fraudulenta. “Estas transferências, que são imediatas, devia haver um alerta para este montante e não só porque se alguém entrou na conta ou tentou entrar, deviam cair alertas de segurança, porque algo diferente se estava a passar”, diz. “Foram feitas várias autorizações, que não foram feitas no nosso telemóvel, ou seja, não gerou alerta nenhuma, não gerou qualquer intriga para eles, porque as transferências imediatas, temos que escrever qual é o assunto, e nem isso eles foram ver”, lamenta.

Nélia Pinheiro adianta que o Novo Banco alega que a origem do problema poderá estar na falta de um sistema eficaz de anti-vírus do computador que utilizou, mas esta cliente não aceita esta versão. “Temos os computadores protegidos com antivírus e com outras coisas mais fortes que as empresas já têm de ter”, refere esta cliente do Novo Banco que agora exige que a entidade bancária lhe restitua o dinheiro. “Sei de gente que já lhe aconteceu com outros bancos, foi-lhe retribuído o valor. E no novo banco, não assumem”, adianta.

Nélia Pinheiro já apresentou queixa na GNR sobre o caso e garante que está disposta a avançar com o assunto para tribunal. Também André Santos, proprietário de um stand de automóveis, foi vítima de uma burla idêntica. Este cliente do Novo Banco, ficou sem 9,999 euros quando estava a fazer uma transferência online com recurso ao homebanking. “Estava a fazer uma transferência normal, na aplicação, como muitas que fazemos, e de repente reparei que a internet estava meio estranha a trabalhar, mas pensei que seria de haver pouca rede. Depois, verifiquei que quando fiz a confirmação da minha transferência, foi para a conta dos burlões”, conta.

André Santos também considera que houve uma clara falha no sistema de segurança do banco. “É muito estranho, um particular fazer uma transferência de 9,999 euros, pelo que a própria segurança do banco não funcionou”, afirma este empresário do ramo automóvel tem apenas foi informado que a conta de destino do seu dinheiro “é uma conta remota no qual o banco não pode ter acesso”, acrescenta.

Já apresentou queixa na PSP e aguarda a resposta do Novo Banco à sua reclamação. No total, estes dois clientes ficaram sem mais de 35 mil e 400 euros.

Na resposta escrita enviada a Nélia Pinheiro, o Novo Banco afirma que as operações em causa “foram devidamente autenticadas, registadas e contabilizadas”, garantindo que “não se registou no Novo Banco ou nos seus sistemas de canais digitais, qualquer incidente, avaria técnica ou deficiência no serviço prestado”, alegando que, para todos os efeitos, “quem estava a submeter a operação era o titular do acesso em posse de dados pessoais e intransmissíveis”, acrescenta o banco.

Artigo escrito por Fernando Pires (jornalista)

𝐒𝐢𝐧𝐚𝐥𝐢𝐳𝐚çã𝐨 𝐝𝐨𝐬 𝐂𝐚𝐦𝐢𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐝𝐞 𝐒𝐚𝐧𝐭𝐢𝐚𝐠𝐨 𝐞𝐦 𝐅𝐫𝐞𝐢𝐱𝐨 𝐝𝐞 𝐄𝐬𝐩𝐚𝐝𝐚 à 𝐂𝐢𝐧𝐭𝐚!

 É com grande orgulho que partilhamos o nosso mais recente vídeo, que mostra a sinalização do percurso dos Caminhos de Santiago no nosso concelho.
Freixo de Espada à Cinta volta a destacar-se como território de património, história e autenticidade, e agora com um percurso ainda mais claro, seguro e acolhedor para todos os peregrinos e visitantes.

Entre paisagens únicas do Douro Superior, aldeias cheias de tradição, património cultural singular e a hospitalidade que nos caracteriza, este é um caminho que vale a pena descobrir.

Aproveite para planear um fim de semana em Freixo de Espada à Cinta!

Venha conhecer o percurso, desfrutar da gastronomia local, passear pelas nossas ruas históricas e sentir a tranquilidade que só esta terra sabe oferecer.

Assista ao vídeo, partilhe e venha viver esta experiência connosco!