Por: Fernando Calado
(Colaborador do Memórias...e outras coisas...)
(Colaborador do Memórias...e outras coisas...)
A longa noite de Bragança me acolhe. Arrefece e arrefece cada vez mais e mais. Uma penumbra antiga cobre a cidade. Somente o nevoeiro fica. Uma mulher no centro comercial emprestava os olhos à noite. E falava para natais antiquíssimos...mas já não estava ali. As vezes sorria. Depois ficava só o rosto como se os olhos perseguissem medos velhos e tão presentes.
...só a cerveja era tão amiga! E bebia mas a sede era maior. Verão quente para esquecer!
E a cidade passava embrulhando a felicidade em papel negro com fitas vermelhas.
...e as estrelas acordam deixando a noite doer até aos dedos...choupos erguidos no jardim do desencanto.
E é natal e uma mulher anónima sente-se bem....e bebe....
...e eu regresso a casa sonhando lareiras que nunca se apagam...desejando a todos um natal com beijos e sorrisos e palavras que se dizem... e ficam.
Fernando Calado nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança.
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.


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