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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 2 de março de 2013

Noroeste Transmontano e as suas Barragens


Cávado, Rabagão e Bessa

São três os principais rios que nascem, fertilizam e refrescam os solos de Barroso: Cávado, Rabagão e Bessa. Todos férteis em truta e outros espécimes piscícolas. O primeiro nasce na Fonte Fria, na vertente sul da Serra do Larouco, (1.525 m).  A Câmara fez, à sua passagem,  bem junto à marginal, um parque de lazer, com um reconfortante açude que substitui, para muitos, a praia atlântica e mediterrânica, para além de parque de merendas. Segue o leito que sempre teve até à foz, em Esposende. Mas não chega lá sem ser útil ao país, mais do que a Barroso. Nesse leito foram construídas, há cerca de meio século, a albufeira de Sezelhe que por túnel subterrâneo de cerca de  5 km, leva o reforço de água à Barragem do Alto Rabagão. O caudal que prossegue originou e mantém a barragem de Paradela construída em 1956. Não se esgota aí esse caudal, antes reúne novos riachos que vão encontrar-se em Vila Nova de Sidrós, com o segundo rio mais importante do concelho: o Rabagão, depois de cumprir o seu fadário. 
O Rabagão nasce na lama dos Porcos, em Codeçoso (Meixedo), dirige-se para sul, fecunda esse imenso e fértil vale, atravessa a EN 108 (Montalegre-Chaves), banha e distrai os pescadores da boa truta. Originou a ponte romana de Peirezes e entra, mansamente, em S. Vicente da Chã, onde começa a maior Barragem do sistema Cávado-Rabagão, construída entre 1958 e 1966. Teve esta albufeira o privilégio de ter a primeira central de bombagem do país, ou seja, além do túnel que perfura a serra de Viade  para ir buscar o reforço do caudal ao Cávado.  Tem mais um túnel de 5,9 km que leva a água da Barragem de Pisões (ou Alto Cávado) para a da Venda Nova (1950). Mas, em caso de necessidade, esse aproveitamento, até àquela data, inédito, era composto por uma central subterrânea, com dois grupos turbino-alternador-bomba de 45 MVA cada. Essas bombas permitem a bombagem das águas da albufeira de Venda Nova para a de Pisões. A subestação é composta por dois transformadores com as saídas a 150 KV.
A Central de Venda Nova é a mais antiga central de rede eléctrica primária, tendo entrado em exploração em 1951. Pertenceu à Hidroeléctrica do Cávado, a mesma empresa que construiu a de Pisões, também conhecida por Alto Rabagão. Construiu também a de Salamonde que entrou em serviço em 1953. Embora esta albufeira ocupe terrenos dos concelhos de Vieira do Minho e de Terras de Bouro, uma boa parte pertence ao concelho de Montalegre. E o sistema Cávado-Rabagão, ainda alimenta mais uma barragem: a da Caniçada. 
Bem podemos dizer que Montalegre é o concelho das Barragens que conferem beleza, frescura e desporto às populações periféricas. E sobretudo iluminam e dão força motriz a muitas unidades industriais do norte de Portugal. Mas os Barrosões têm sido injustiçados porque pagam a energia que exportam mais cara do que quem a recebe e, as contrapartidas, estão longe, muito longe, de compensarem a ocupação dos melhores vales, que obrigaram à desertificação do concelho e à não cobrança de impostos, como o IMI.
Em Terras de Barroso há, pois, três barragens que produzem energia que abastece o país. Pisões, Venda Nova e Paradela. Integralmente em solo do concelho de Montalegre. Ainda parcialmente em solo de Montalegre está a Barragem de Salamonde. É nesse solo que se fundem os dois importantes Rios que ao longo do seu curso refrescam e injectam nos terrenos envolventes, a humidade que os lameiros exigem para florescer o feno e medrar a erva que engordam, com o farelo e a batata, os gados bovino,  caprino e suíno que constituem a subsistência económica da região.
Mas esse caudal não cessa aí  a sua valência: gera a quinta albufeira do Minho (a de Caniçada), onde chega, por desvio construído, o caudal do Rio de Vilarinho das Furnas.
Bem poderá dizer-se que as Terras planálticas de Barroso, já de si agressivas e muito difíceis de trabalhar, dificultam a produtividade quer pela natureza do chão agreste, como pelo rigor dos invernos, num palco, onde se vivem nove meses de inverno e três de inferno.
Turisticamente conferem as várias albufeiras do sistema Cávado-Rabagão, uma beleza paisagística incomparável. Acresce o aproveitamento que as Câmaras do Alto Tâmega possibilitaram na captação de águas para abastecimento domiciliário a concelhos menos dotados desse bem essencial à vida. E ainda a prática da pesca à truta, em riachos, antes de entrarem nas albufeiras. Também a motonáutica começa  a seduzir os mais ousados sobretudo quando o Algarve e as praias mais concorridas, ficam longe de satisfazer as possibilidades, face à crise que afecta a maioria dos populares. Por tudo isto estranha-se que os hoteleiros e ambientalistas não tenham apostado em  empreendimentos turísticos nas margens destes rios Portugueses, ainda sem poluição  e sem concorrência. Pensamos que até os jornalistas e editores que se interessam pelo naturismo ainda não tenham descoberto esta faixa de incomparável beleza entre a Cabreira, o Larouco e o Gerês.

Barroso da Fonte
in:jornal.netbila.net

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