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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 10 de março de 2013

O capital social como activador do regionalismo transnacional


A possibilidade de o movimento regionalista português articular em rede uma intervenção
pública está presente, desde logo, na ideia da sua confederação, com ensaios desde 1928 (Vila, 1928), passando por 1937 e 1941, e, finalmente, materializada no Conselho Nacional das Casas Regionais,em 2001 (Melo, 2005: 121-125). 
Também está representada no Conselho das Comunidades Portuguesas, criado em 1996 como órgão consultivo do estado português (http: //ccp-mundial. org). 
fracasso congregador sob a ditadura deve-se, em grande medida, ao conflito latente
entre sociedade civil e estado e ao cerceamento oficial do espaço público (Melo, 2005). 
Este fenómeno sugere que é somente sob a democracia que é possível estimular o alargamento do espaço público e articular de modo mais produtivo as relações institucionais entre a sociedade e o estado (Couton e Cormier, 2001).
Num contexto de globalização crescente dos fluxos migratórios e electrónicos de massas (Appadurai, 1997: 3, 8-9 e passim), o associativismo regionalista adaptou-se, construindo a ideia duma comunhão transnacional, só possível em comunidades já consolidadas na diáspora e com acesso e familiaridade com os meios electrónicos. 
À ideia duma pertença territorial sobrepõe-se o sentimento de comunhão entre pessoas (e associações) que partilham um ponto comum prévio, mas cujo elo é reforçado pela sociabilidade e intercâmbio.
Tal processo tem uma forte componente de reconhecimento sociocultural mas é também o corolário da necessidadedumamaior representatividade e capacidade reivindicativa junto das autoridades públicas (ver exemplo ítalo-canadiano em Harney, 1998).
Concretizando para o caso transmontano, os três congressos realizados em Portugal (1921, 1941 e 2002; ver bibliografia específica e Fonte, 1998b e 2003a) são um forte instrumento de pressão sobre o poder político. Visam resolver problemas materiais e institucionais e desconcentrar competências ou, até, a regionalização político-administrativa, tendo menor tom reivindicativo no contexto ditatorial (1926-1974, donde, abarcando o II Congresso).
São ainda, e por isso mesmo, um espaço de encontro de comprovincianos influentes ou com autoridade aceite ou legitimidade na respectiva área profissional. São também um espaço de confluência de todo um conjunto de associações congéneres e até de instituições públicas cujos dirigentes as apoiam ou perfilham parte do ideário.
O intercâmbio entre dirigentes era também frequente, com confraternizações e palestras como ponto alto (muito promovido pela casa de Lisboa, p. e., face às do Rio, Luanda e Guimarães: ver Trás-os-Montes e Alto Douro, n.º 2, 1948; “Confraternização...”, 1971).
Daí, ainda, as uniões inter associativas. A Federação das Casas Regionais dos Transmontanos e Alto-Durienses, ponto alto da concertação de esforços, foi criada em 2001, numa gestação que vinha de 1985/6 (em reuniões entre várias casas,visando também lançar o III Congresso; ver Fonte, 2003b) e após propostas antigas malogradas (ver Varejão, 1926).
Outros exemplos revelam a consciência da importância de uniões sectoriais: ver a “Federação Transmontano-Duriense de Bandas Filarmónicas”, fundada em 1999 em Vila Real (http://www. geocities. com/FTDBF) ou a cooperativa de autores e criativos transmontanos Trasald, também criada recentemente (ap. informação pessoal de Barroso da Fonte).
As plataformas unitárias devem muito à internet, e o alcance da comunidade imaginada e da comunidade regional transnacional é por ela muito reforçado.O elo virtual tem um grande impulso, não só com os sítios específicos mas também com o correio electrónico e a possibilidade de pesquisa e de novos contactos através de grandes motores de busca como o Google. Alguns dos sítios são das federações, mas outros são portais regionalistas, como o “Espigueiro”, sintomaticamente subtitulado “Central de Informações Regionais” e criado pela universidade local, a UTAD (ver http: //www. espigueiro. pt). Neste existe informação útil (p. e., um sistema de informação geográfico-cadastral) e notícias sobre a província, hiperligações
para instituições relevantes e um serviço de busca de pessoas que se desencontraram (“ponto de contacto”) para utilizadores registados.

Daniel Melo
AQUÉM DO MARÃO
O associativismo regionalista transmontano em Portugal e na diáspora

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