Descobrir possíveis valorizações para os materiais acumulados em escombreiras e explorar minério com as devidas salvaguardas ambientais é o que se pretende com o inédito acordo assinado, a 24 de setembro, entre a MTI – Ferro de Moncorvo, SA, e a Universidade de Aveiro, envolvendo as áreas de Ambiente, Materiais e Geociências da UA.
As minas de Torre de Moncorvo, segundo algumas vozes, das maiores jazidas de ferro existentes na Europa, estão concessionadas à MTI – Ferro de Moncorvo, SA, empresa em que 20% do capital está nas mãos de investidores nacionais. O gigante mineiro Rio Tinto chegou a mostrar interesse na exploração e a entrar em negociações com o ministério, na altura, dirigido por Álvaro Santos Pereira. Posteriormente, a MTI assinou o contrato, de quatro anos, com o Governo para exploração experimental.
Nesta fase serão necessários estudos de viabilidade, estudos técnicos, estudos de cariz social e estudos ambientais. O estudo de impacte ambiental e todo o processo de avaliação de impacte ambiental é crítico, porque pode determinar se a exploração mineira avança ou não em Torre de Moncorvo. A larga experiência do Instituto de Ambiente e Desenvolvimento (IDAD) na elaboração de estudos ambientais, de estudos de impacte ambiental e em avaliação de impacte ambiental, foi e vai continuar a ser determinante nesta colaboração.
A aproximação entre a MTI e a UA terá começado no interesse da empresa em aproveitar os materiais acumulados, ao longo dos anos, nas escombreiras da mina que deixou de estar em laboração há alguns anos. É esta vertente que é inovadora no contexto dos acordos de cooperação entre universidades portuguesas e empresas do sector. Por outro lado, “qualquer exploração mineira exige sempre um controlo ambiental muito rigoroso e, neste aspeto, a UA oferece as melhores condições para desenvolver este tipo de trabalho”, explica Carlos Guerra, administrador da MTI. A competência técnica e científica encontrada no Departamento de Geociências e na unidade de investigação GEOBIOTEC – que envolve vários investigadores com experiência de trabalho em minas -, acrescenta o administrador da MTI, terá dado garantias à empresa para envolver também esta área da UA no acordo agora estabelecido, na vertente de extração e mineração.
O acordo prevê estudos que levem à valorização dos materiais das escombreiras, nomeadamente a reciclagem através do sector da cerâmica – a estudar pelos investigadores do Departamento de Materiais e Cerâmica - e dos rejeitados (impurezas) que acompanham o minério de ferro, nomeadamente sílica, óxido de titânio e terras raras.
in:uaonline.ua.pt/
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