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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

LENDA DAS AMENDOEIRAS

Diz a lenda que um poderoso rei mouro andou em guerra por terras do Norte frio onde a neve cobre tudo durante parte do ano. Dessas lutas trouxe consigo prisioneiros e escravos. Aconteceu porém que, entre os escravos, vinha uma jovem princesa linda, de olhos muito azuis, cabelos cor de ouro, pele luminosa e porte altivo de rainha.
    Pois foi por essa jovem que o rei mouro se apaixonou. Para ele, era a Bela Princesa do Norte. Ela era sua prisioneira, sua escrava, mas o rei, fascinado pela beleza da jovem, deu ordens para que ela vivesse livre no seu reino. "Que não a persigam, que não a molestem", foram as ordens do rei.
    A bela princesa nórdica agradeceu com um lindo com lindo sorriso e o rei ficou feliz.
    Algum tempo depois, o rei foi encontra-la em preparativos para regressar á sua terra Natal.   
    Alarmado, o jovem mouro quis saber que razões a levaram a desejar abandona-lo e ao seu reino. A Bela Princesa do Norte disse-lhe que eram muitas as saudades que sentia da sua terra onde nascera. Preso àqueles olhos azuis, logo ali o rei lhe declarou o seu amor e lhe pediu que ficasse para casar com ele pois já não podia viver sem ela.   
    Mais uma vez a Princesa do Norte agradeceu com o seu belo sorriso.
    Fez-se o casamento; as festas e a alegria pareciam nunca mais acabar. Foi no meio do último dia de festas que o rei deu falta da Bela Princesa que era agora sua esposa.
-Procurem-na, procurem-na - dizia o rei desesperado.
    Acabaram por encontrá-la doente, estendida na cama, quase morta e chorando, chorando..
    Vieram médicos e sábios, mas ninguém conseguia curar a jovem que já mal tinha forças para sair da cama.
    Abatido e desgosto, o rei já não sabia o que fazer para salvar a sua mamada. Foi então Que pediu para falar ao jovem apaixonado um velho prisioneiro que também viera das terras do Norte. E disse que sabia como curar a princesa.
    Entre desconfiado e esperançoso, rei deixou que o velho falasse com a enfraquecida princesa.
    O velho era um poeta e começou a falar-lhe das recordações e saudades que ambos sentiam das suas terras do Norte. A Bela princesa do Norte abriu os olhos e sorriu. E a esperança a esperança voltou do coração do mouro.
     O poeta disse ao rei como podia fazer voltar a alegria à sua amada. Falou-lhe da neve que cobria os campos e caminhos lá ao norte e explicou-lhe que a princesa sentia a falta desse manto branco por onde costumava passear o seu olhar. Aconselhou o pequeno rei a mandar plantar muitas e muitas amendoeiras pois estas, ao florirem, dariam a ilusão de que a neve cobria os campos.
    O rei assim fez e algum tempo depois ele próprio acompanhou a princesa para que ela olha-se os campos frente à sua janela.
    -Neve! A minha querida neve!
    O lindo sorriso e as juras de amor foram o agradecimento.
    Ambos estavam felizes e o reino encheu-se de amendoeiras com flores brancas que davam à bela nórdica a ilusão de estar na sua terra Natal.

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