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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

ALGOSO

Algoso no presente
Situada a 13 km de Vimioso, sede de concelho, Algoso assume-se como uma das mais importantes freguesias do mesmo, apresentando um glorioso passado, tendo mesmo sido vila e concelho durante séculos. Sabe-se que em 1291 a comenda de Algoso foi oferecida á Ordem do Hospital por D. Dinis e que em 1480 recebeu foral de D.Afonso V. Finalmente em 1855, procedeu-se á extinção do concelho de Algoso, passando a fazer parte de Vimioso. Este passado honroso e importante, simbolizado pela presença do castelo, do pelourinho, dos antigos paços do concelho e das ruínas do convento, pode ser ameaçado caso não se inverta a actual evolução demográfica de Algoso, que aponta para uma grave situação de desertificação e envelhecimento da população. Esta realidade é confirmado pelos Censos do INE, que em 1981 registavam 572 habitantes, em 1991 apenas 337 e que nos dias de hoje não andará muito além dos 200 habitantes. Algoso que pelos meados do século XX (1940-1950), tinha uma população á volta de 800 habitantes, viu esta população reduzir drasticamente com a emigração para o Brasil e França nos anos 60. Em termos de caracterização económica da freguesia, a agricultura tem uma importância fundamental, ocupando uma grande parte das terras da autarquia (1.162 hectares), constituindo a ocupação principal de mais de um terço da população activa, a qual se encontra envelhecida. O sector é dominado pelo cultivo de cereais, azeite, amêndoa, pela cortiça e pela agro-pecuária, cujo desenvolvimento recente tem sido implementado por investimentos resultantes de iniciativas de jovens agricultores. 
A industria é insignificante e assenta em actividades ligadas á construção civil. A nível comercial ha a registar a feira mensal (dia 9), que em tempos foi uma das mais importantes da região. 
O ensino resume-se á Escola Primária (2, 3 alunos), que em breve acabará por falta de crianças, numa localidade que há meia dúzia de anos possuía também Telescola (5º e 6º Ano). Actualmente os alunos que frequentam os 2º e 3º ciclo do ensino básico são obrigados a deslocar-se para Vimioso e aqueles que pretendem completar o ensino secundário é exigido o sacrifício de se deslocarem 65 Km até Bragança. 
Na área da saúde os serviços resumem-se á visita semanal de um médico ao Posto existente na Freguesia. Na vertente da acção social há ainda a salientar a existência de um Lar de 3ª idade. A Freguesia está também abastecida pela rede pública de distribuição domiciliária de água, rede de esgotos e recolha de lixo trissemanal. Em termos culturais e desportivos a Freguesia dispõe de um Centro Cívico, Salão de Festas e dois campos de futebol.     
O turismo encontra enormes dificuldades de encremento, apesar da beleza natural e paisagística, do artesanato e gastronomia muito ricas e do significativo património arquitectónico e arqueológico da região, no qual se destaca o Castelo, o Pelourinho, a Igreja Matriz, as Capela da Misericórdia, de S. Roque, de S. João Baptista e de N. Sª da Assunção, a Fonte Santa, a Estrada e a Ponte Romana, os Antigos Passos do Concelho, Ruínas do Convento, etc.…
Algoso no passado
Algoso, Ulgoso, Ylgoso, pelos anos de 1230, antiga vila e concelho, bispado e distrito de Bragança, tem como orago S. Sebastião. 
Está situada numa planície com um clima sadio, mas frio, por avistar as Serras da Sanábria, Bornes e Nogueira. Colhe trigo, centeio, cevada, azeite, vinho e muitos pastos. Terreno fertilíssimo, com feira a dia 9 de cada mês, que é a melhor da província em gado suíno. Como cabeça de concelho e comarca tem casa da câmara, cadeia e compreende 20 lugares: S. Cristóvão, Junqueira, Avinhó, Matela, Vale de Algoso, Uva, Mora, Valcerto, Travanca, Saldanha, Figueira, Granja de Gregos, Gregos, Teixeira, Atenor, S. Pedro da Silva, Granja de S. Pedro, Vila Chã da Ribeira, Urrós e Fonte Ladrão. Dista a 17 Km de Vimioso, 1 Km da Ribeira de Angueira, 3 Km da junção desta com o Rio Maçãs, e 23 Km de Duas Igrejas estação mais próxima do caminho de ferro. 
No ano de 1230 fizeram concordata os Templários e a Ordem de Malta em Coimbra, sobre várias terras letigiadas entre as quais entrava Ylgoso (Algoso), Vila Chã, Atenor, Pena Roias, Paradela e outras fora do bispado de Bragança. 
Em 22 de Junho de 1239 fez D. Pedro Costem, comendador dos Templários em Portugal, composição entre as comendas do Mogadouro e Pena Roias, pertencentes á sua ordem e a de Algoso.     A 13 de Fevereiro de 1291 fez el-rei D. Dinis composição em Coimbra, com o Gran-comendador de Malta, D. Fernão Peres, de alcunha o Mossejo, acerca da comenda de Algoso e de outras terras próximas. Em 1480, segundo os historiadores, Algoso recebeu foral por D. Afonso V e D. Manuel em 1 de Junho de 1510. A comenda de Algoso rendia anualmente para o Comendador sete a oito mil cruzados, incluindo nesta soma 2 partes dos frutos das abadias de Travanca, Sendim, Vilar Seco, Duas Igrejas e Guide.
O Castelo de Algoso mandado construir por Menendo Rufino no século XIII é o expoente máximo do poder local e aí reside o representante do rei que arrecadava os direitos reais em terra de Miranda e Pena Roias. 
O Pelourinho de Algoso é o símbolo da autonomia municipal. 
A Igreja Matriz foi cabeça de uma comenda da Ordem de Malta por mercê de D. Sancho II em 1229. 
Tem uma só nave, três portas (duas laterais e uma principal), uma “soberba” torre com sinos e relógio e na parede dela para a parte do sul armas reais e seis altares. 
Em 1 de Janeiro de 1592 concedeu el-rei carta de privilégios á Câmara Municipal de Algoso.     Algoso tem escola de instrução primária, masculina e feminina; aquela é muito antigo pois já existia em 1836, datando provavelmente das criadas pelos decretos de 6 de Novembro de 1772 e 11 de Novembro de 1773. A feminina foi criada pelo decreto de 8 de Setembro 1876. 
No civil esta Vila era governada por um Juiz de fora que cumulava com o juizado dos órfãos, três vereadores, um procurador do concelho, dois almotacés, um escrivão da Câmara, três tabaliães das notas, um escrivão de sisas, um das achadas da terra, um dos órfãos e mais quatro escrivães dos testamentos. 
Ao governo militar assiste um capitão-mor, um sargento-mor e quatro capitães de ordenança. 
Jacinto de Oliveira Castelo Branco, juiz de fora de Algoso tornou-se notável em 1808 por não acatar as ordens do capitão Junot nas invasões Francesas e por continuar a usar o nome de Sua Alteza Real, nos processos, apesar de el-rei já ter embarcado para o Brasil e os Franceses haverem declarado abolida a dinastia de Bragança. 
O concelho de Algoso foi suprimido em 1855, passando a fazer parte do concelho de Vimioso.
História do Castelo de Algoso
 A antiga linha defensiva da nacionalidade portucalense ao longo da margem esquerda do rio Sabor até à confluência da ribeira de Angueira era constituída por quatro castelos: de dois - o de Milhão e o de Santulhão - já nada existe e dos dois restantes o de Outeiro e o de Algoso, este último é sem dúvida o mais impressionante.
 Ocupa uma posição privilegiada, num promontório rochoso e alcantilado, a uma altitude de 681 metros, na extremidade formada pelo rio Angueira e pelo rio Maçãs. Foi edificado por Mendo Rufino, no reinado de D. Sancho I. Algum tempo depois, D. Sancho II concedeu-o à Ordem do Hospital.
 Neste castelo de Algoso residia o representante do rei que arrecadava os direitos reais em terras de Miranda e Penas Roias. Em 1710, por ocasião da guerra dos Setenta Anos, pouco depois da queda de Miranda, fizeram os espanhóis diversas surtidas em terras de Vimioso, atacando, entre outras, a antiga vila de Algoso, que contudo conseguiu manter a sua praça. Em termos de área, é um castelo diminuto. Tem uma planta rectangular, e a entrada a norte, onde a muralha está actualmente muito danificada.

 Subsiste ainda a torre de menagem, no interior da qual são visíveis sinais de ter possuído três registos, sendo os dois primeiros para habitação e o último de defesa. É impressionante a paisagem que do castelo se avista.
Descrição

O castelo diminuto em termos de área, mostrando planta rectangular. A entrada é feita a N. Este lado apresenta pano de muralha com fortes danos estruturais. Foi montada a estrutura na base do promontório. A base assim construída tem cerca de 12 metros de altura, a partir da qual se desenvolve a torre de menagem. Da mesma rocha construíu-se a base para mata-cães. A porta de acesso em arco pleno, foi inserida "à força" num recanto defendido por ligeiro cubelo que já não apresenta merlões. No interior da torre são visíveis sinais de ter possuido três registos, sendo os dois primeiros para habitação e o último de defesa. Em época incerta construiram um muro que dividia estes dois pisos em duas assoalhadas cada. O recinto que está intramuros é de reduzidas dimensões e possui afloramentos rochosos de várias toneladas.

in:algoso.com

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