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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

ERVEDOSA

Ervedosa foi antiga vila, tendo recebido forais de D. Dinis em 5-07-1288, e de D. Manuel I em 22-07-1514, em Lisboa.
Desse tempo conserva ainda o Pelourinho junto da Igreja, símbolo da autonomia judicial, constituído por uma coluna octogonal, sendo o capitel trapezoidal, encimado por uma esfera.
Arqueologicamente têm aparecido "pilões para moer minérios", principalmente na mina da Borralheira, talvez indicando que seria explorada já na idade do Bronze ou Cobre. Não erraremos se afirmarmos que Ervedosa é habitada desde os tempos pré-históricos.
É abundantemente referenciada em vários manuais, com factos diversos, alguns de natureza nobre, como é o caso do título de Visconde de Ervedosa dado a D. António Pereira de Castro Sepúlveda, fidalgo cavaleiro da casa real, em 8-03-1807, o que prova a importância que a localidade tinha ainda no século XIX. Em 7 de Dezembro de 1859, falecia em Arufe D. Maria Josefa, Viscondessa de Ervedosa.
Sob o ponto de vista eclesiástico, era abadia de S. Pedro de Penhas Juntas, como curado, com apresentação feita pelo respectivo abade.
No campo judicial, pertencia em 1832 à Comarca de Bragança, em 1852 à de Mirandela e, desde 1862 até actualidade, à de Vinhais.
Dados curiosos referentes à vida sócio-económica do ano de 1796: teria 217 homens, 227 mulheres, 2 barbeiros, 5 eclesiásticos seculares, 5 sem ocupação, 1 cirurgião, 96 lavradores, 14 jornaleiros, 3 alfaiates, 6 sapateiros, 5 carpinteiros, 1 pedreiro, 12 criados e 8 criadas.
Por volta de 1865 tinha 145 fogos e mais recentemente possuía:
São evidentes os efeitos da emigração.
Pelourinho
Actualmente a Suíça é dos países que absorve grande parte da juventude local. Mesmo assim, a agricultura familiar de subsistência continua a ser a principal ocupação, com recurso cada vez mais frequente à  mecanização, e produções abundantes de vinho, castanha, cereal e azeite. Em termos de pecuária há gado bovino,ovino e caprino. A grande tradição é a exploração mineira. Em 1926 estavam em grande laboração as suas minas com 254 operários. Esta exploração mineira acabou por fechar em 1969, devido a vários factores.
Como pontos de interesse tem o cruzeiro, a antiga cadeia (casa da Tulha onde está a Junta de Freguesia), com a sineta, a Capela de S. Nicolau, numa ermida na Ribeira (único vestígio da antiga povoação?), o Pelourinho, a Igreja Matriz do Século XVIII e a Capela de S. Cristóvão, do Século XIX.
Lugar de excelência é o Largo do Cruzeiro, com um conjunto bem notável, constituído pela Capela de Santa Ana, a escola primária com duas salas, o cruzeiro, a Casa do Povo, a Residência Paroquial e o Coreto octogonal em pedra.
A fonte das Nogueiras, datada de 1829 e a Fonte dos Possacos, da mesma época, são construções integralmente de pedra, com cobertura circular e a sua água conserva a mesma frescura e sabor muito apreciados.
As casas de rés-do-chão e 1º andar, com escadas e patamares exteriores, são cada vez mais raras, pelas influências das migrações.
Outros lugares de encontro são os 4 Cafés e as antigas eiras, transformadas em acolhedores largos ajardinados.
Os passatempos preferidos variam conforme os grupos etários: os mais velhos continuam a jogar ao fito e os mais novos preferem os bailes na Casa do Povo ou ao ar livre, e ainda o futebol que tem tradições nesta aldeia, que foi bicampeã distrital da FNAT em 74 e do INATEL em 75.
A toponímia deixa perceber a importância judicial e religiosa da localidade: o Cabeço da Forca, a nascente, onde hoje se situa a Mãe d'Água, e, a noroeste, o Cabeço de Sant'Ana, onde se conservam vestígios de um antigo castro. A delimitar o termo da freguesia de Ervedosa e o de Penhas Juntas, ergue-se, imponente, o Cerro, uma verdadeira muralha natural de rocha. Do lado oposto, quem olha de Ervedosa para as terras de Ledra, fica um calçada romana, intacta a espaços, que, provavelmente ligava Braga (Braccara Augusta) a Astorga.
Como manifestações culturais, preserva ainda o Cantar dos Reis, a Serra da Velha (na quaresma) e a fogueira do Natal.
A Associação de Caça e Pesca tem trazido algum movimento à aldeia, pela abundância das espécies cinegéticas, nomeadamente o coelho, a perdiz e a lebre. São frequentes as montarias ao javali, sempre concorridas e animadas.
"Casa do ti Caexo"
Lenda da Aldeia
No sítio das Corujas, termo de Ervedosa, concelho de Vinhais, habitava um fidalgo rico muito soberbo, possuidor de uma grande quinta, situada na margem esquerda do rio Tuela, junto à Foz da Ribeira, afluente do mesmo rio.
Um dia o Fidalgo ordenou à sua criada que à hora da ceia tivesse pão de trigo na mesa. Não podendo obter trigo, a criada apresentou-lhe centeio, do qual o Fidalgo não gostou.
Envaidecido da sua posição social, prorrompeu em injúrias contra este cereal a que chamava comida de perros. Logo, de tão envaidecido que estava, no auge da fúria e num gesto mortal, esfaqueou o pão, que começou a jorrar sangue.
Imediatamente veio uma praga de formigas que invadiu essa encantadora quinta, obrigando o Fidalgo rico e  sua família, logo nessa mesma noite, a abandonar a sua vivenda e o Lugar de Corujas e a refugiar-se no alto mais próximo.
Dizem os mais antigos, que nesse alto existe ainda hoje a primeira casa construída nessa época a qual chamam "Casa do ti Caexo", que chegou quase intacta aos nossos dias.
As pessoas que se refugiaram nesse alto, dedicavam-se principalmente à pastorícia. Este local era rico em pastagens, sobretudo de uma erva à qual chamavam "Erva Doce", que com o decorrer do tempo deu origem ao nome desta localidade. "Erva Doce - Ervedosa". Aí se formou o povo de Ervedosa, tendo sido vila e concelho durante muito tempo.

in:ervedosa.blogspot.pt

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