quarta-feira, 21 de maio de 2014

Aldeia de Pinela - Caracterização

Implantando no “coração” da metade meridional deste concelho, a freguesia de Pinela dista sensivelmente 26 quilómetros da capital brigantina, em direcção ao sul. Em termos de ligações viárias à dita urbe, Pinela dispõe actualmente de três diferentes acessos, através do IP 4 e das E.N. 15 e 217.
O seu território paroquial é medianamente extenso, achando-se implantado em área planáltica de assinalável altitude média (cerca de 700 metros) e atingindo a cota máxima na orla oriental (905 m). É o mesmo cortado, no sentido poente-nascente por um curso de água, tributário da margem direita do Sabor.
Os recursos agrícolas (cerealíferos sobretudo) pecuários e florestais (silvicultura) constituirão, no seu conjunto, o principal esteio económico local. No respectivo subsolo ocultar-se-ão outros recursos – os minérios de volfrâmio e estanho – ambos já explorados nas minas denominadas de Cabanas e do Cabeço do Sardão.
Pinela conta cerca de trezentos e cinquenta residentes, denotando significativo decréscimo populacional em relação aos cerca de seiscentos habitantes registados em medos dos século. Não fugirá, neste aspecto, à tendência geral deste concelho brigantino, bastante marcado pela desertificação.
Um altivo cabeço rochoso domina a extensão planáltica da freguesia, deixando adivinhar, na sua designação, tratar-se de um antigo local fortificado – o Castelo de Pinela. O local conhecido por um sem número de outras designações - Castro, Castro de Avelina, Arvelina ou Alfenim – era já assinalado pelo Abade de Baçal como antigo povoado fortificado castrejo, em diversas notícias das famigeradas “Memórias”, posteriormente aproveitadas por autores mais recentes (como Neto ou A.C.F. Silva).
O despeito desses informes arqueológicos, o autor do relatório do P.D.M. de Bragança (Património natural e paisagístico), Lusitano dos Santos, sugere que a designação “castelo” lhe advenha apenas de respectiva geomorfológica – “um conjunto de pináculos rochosos de quartzitos que, ao elevarem-se num cabeço cerca de 100 metros acima da superfície planáltica e pela sua disposição fazem lembrar as ruínas dum Castelo medieval”.
Inegável parece porém o seu aproveitamento estratégico-defensivo, possivelmente desde os alvores da Proto-História (e, se calhar, voltando a servir de assentamento defensivo nos conturbados tempos alti-medievais da reconquista). O próprio topónimo principal da freguesia – Pinela advirá provavelmente desta circunstância em uma variante do vulgarizado termo “Penela” (iminência rochosa aproveitada para fins defensivos).
Tradições
Uma das tradições desta freguesia, como em muitas outras, é a matança do porco que, para além de ser fonte de alimento, proporcionava ainda o convívio entre os participantes, momentos de grande festa, com comida e bebida ao longo do ritual. Esta tradição realiza-se sempre no Outono ou no Inverno, ou seja, nas épocas mais frias, para que não se estraguem as carnes.
Outra tradição são os jogos, praticados pelos populares, essencialmente nos tempos livres, depois do trabalho, ou sempre que possível. Estes jogos aproximavam a população, que se divertia a jogá-los e a assistir aos jogos, torcendo pela equipa preferida, dando motivação aos participantes para praticarem jogos como o jogo do cântaro, do ferro, do pino ou chino, do fito, da malha e bisca dos nove.

in:cm-braganca.pt

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