Estudantes da Educação de Bragança indignados com quota de 100 euros para votar

As eleições para a Associação de Estudantes da Escola Superior de Educação de Bragança (AEESEB) estão a gerar contestação dos alunos por terem de pagar 100 euros de quotas para poderem votar.
O preço é considerado "um absurdo" por Tiago Fernandes que ficou impossibilitado de apresentar uma lista por, como disse à Lusa, os colegas que o acompanhavam não terem condições financeiras para regularizarem as quotas.
"Em nenhuma associação de estudantes do país as quotas são tão altas. Quotas tão caras só as do Futebol Clube do Porto e as do Benfica", ironizou, afirmando que "os estudantes da escola estão extremamente indignados".
A votação para escolher a nova direção da associação de estudantes está marcada para dia 29 de maio e "é a primeira vez" que é pedido um valor tão elevado pelas quotas, de acordo com o estudante.
As condições impostas pela atual direção "até podem, ser legais" por estarem de acordo com os estatutos, mas os contestatários alegam que, sobretudo no atual momento, "ninguém tem 100 euros para poder votar nestas eleições".
Tiago Fernandes entende que se trata "apenas de ma tramoia para poderem ganhar" aqueles que fazem parte da atual direção, embora o presidente em exercício Filipe Ribeiro surja na única lista candidata, mas noutro lugar.
A Lusa tentou sem sucesso falar com a atual direção, que se dirigiu aos alunos através de um comunicado publicado no Facebook, explicando "o procedimento dos sócios da AEESEB".
"Em primeiro lugar, ser sócio da associação deveria ser um direito de todos os alunos, e não apenas um interesse com o fim de se candidatarem a algo. Em segundo lugar, no último ano letivo tudo foi decidido em reunião da direção da nossa associação", lê-se no comunicado.
A publicação esclarece os valores das quotas conforme o período em que é efetuado o pagamento e deixa claro que quem regularizar "de 21 de abril a 12 julho" paga 100 euros.
Lembra ainda que segundo os estatutos, "só os membros de pleno direito se podem candidatar ou votar" e membros de pleno direito são "os sócios com as quotas em dia".
"Como podem ver caros colegas, aqui ninguém rouba ninguém, os valores foram decididos assim para não ser só sócio da AEESEB quem tem segundos interesses", remata o comunicado.
A contestação dos estudantes está patente nos comentários à publicação como o de uma aluna que refere "nunca ninguém pagou para votar, nunca foi pedido isto, e agora como finalmente vai haver uma lista contra, decidem lembrara-se que se deve seguir os estatutos".

Porto Canal