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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Lã de ovelha churra pode ser um complemento à pastorícia

Produto em vias de extinção, mas com potencial económico. Associação ALDEIA quer revitalizar a produção de lã no Planalto Mirandês e está incentivar os produtores ao aproveitamento e transformação da matéria-prima.
A associação ALDEIA, com sede em Vimioso, no distrito de Bragança, quer dar um novo impulso à produção de lã proveniente de ovinos de raça churra mirandesa, considerando que o produto tem potencial económico. 
No passado, a lã de ovelha churra chegou a ser o sustento de muitas famílias. Praticamente em cada casa havia um tear. Contudo, a introdução das fibras sintéticas veio colocar esta actividade rural no caminho da extinção. 
Com o objectivo de revitalizar o produto e incentivar os produtores de gado ovino ao aproveitamento e transformação da lã na confecção de peças de vestuário, mantas ou outros agasalhos, a associação ALDEIA promoveu um campo experimental em Duas Igrejas, concelho de Miranda do Douro. 
"Com estas iniciativas pretendemos dar a conhecer ao público as técnicas associadas a esta actividade rural em vias de extinção, já que as pessoas detentoras deste conhecimento estão todas elas com idade avançada e as gerações mais novas não pegam nestas práticas", diz à Renascença Isabel Sá, da associação ALDEIA. 
Isabel Sá sublinha que “devidamente aproveitada, a lã poderá tornar-se num complemento económico das explorações deste tipo de rebanhos”, reconhecendo que, nos últimos anos, “se tornou num fardo para os produtores, já que o preço a que o produto é vendido não chega para pagar o custo da tosquia e, por isso, muitas vezes é queimada ou enterrada". 
Por sua vez, Pamela Raposo, secretária técnica da Associação de Criadores de Ovinos de Raça Churra Mirandesa, defende que "vale a pena apostar na produção de lã de ovelha churra, mas de uma forma bem estudada, valorizada e diferenciada no mercado, já que este produto tem características diferentes das outras raças, porque cada uma tem a sua consistência e textura" e pode ser um complemento à pastorícia. 
Da tosquia ao fio 
Miguel Moreno, um dos poucos tosquiadores do planalto mirandês, revela que “um molho de lã tirado de uma ovelha de raça churra dá para fazer uma camisola" e que estes animais “são fáceis de tosquiar”. 
As mulheres sempre tiveram nesta actividade um papel de relevo. A elas cabia limpar a lã, cardar, fiar, entre outras tarefas, até a lã ficar pronta para ser tricotada. 
Emília Lopes explica que é preciso abrir a lã para que as impurezas sejam retiradas para seguir para o manelo ou copo, um instrumento artesanal onde é colocado o molho de lã, para depois seguir para a roca, onde é fiada, e cada fio é trabalhado à dimensão da sua utilização. 
A lã de ovelha churra apresenta fibras longas e pontiagudas e é muito resistente.

Olimpia Mairos in Renascença

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