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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 3 de abril de 2018

"Memórias do Salto" chegam ao Museu Abade de Baçal

O Museu Abade de Baçal, em Bragança, inaugura no próximo dia 7 de abril a exposição "Memórias do Salto: Emigração clandestina no estado Novo em Trás-os-Montes", um projeto de mediação patrimonial que visa valorizar, registar e divulgar as memórias dos portugueses oriundos do Nordeste Transmontano que emigraram de forma ilegal para França entre 1958 e 1974. Trata-se de um projeto desenvolvido pelos Amigos do Museu Abade de Baçal e pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Nos anos sessenta, em pleno regime do Estado Novo, muitas foram as pessoas que por todo o país se aventuraram a procurar uma vida melhor para lá das fronteiras de Portugal. 

E porque as fronteiras estavam fechadas, foi necessário passar a salto, clandestinamente, longe das patrulhas da Guarda Fiscal, que muitas vezes fechava os olhos porque sabiam que aqueles homens e mulheres “iam ao destino governar a vida”. 

Mas muitas vezes eram apanhados e chamada a Pide, uma polícia política a quem interessava sobretudo os passadores, um grupo de homens que se organizava também clandestinamente em redes que envolviam muitas outras pessoas, com tarefas bem definidas para levar o grupo até um determinado ponto. 

No início dos anos sessenta era perigoso passar em Espanha. A viagem chegava a demorar mais de uma semana, sempre de noite, muitas vezes a pé, por sítios que ainda hoje os ex-emigrantes não sabem descrever. Depois de 1967, os espanhóis facilitavam mais e as viagens começaram a demorar menos tempo e o dinheiro pago aos passadores também diminuiu. 

Estes testemunhos são contados na primeira pessoa e foram alvo de uma recolha oral nos concelhos de Vinhais, Bragança, Vimioso, Miranda do Douro, Mogadouro e Macedo de Cavaleiros. 

Um projeto da Associação dos Amigos do Museu do Abade de Baçal, em colaboração com o Museu do Abade de Baçal e a Faculdade de Letras do Porto que obteve cofinanciamento do Norte 2020, com o nome de “Memórias do Salto”, que dá forma a esta narrativa. 

Durante mais de um ano, uma equipa de investigadores percorreu este território do Nordeste Transmontano à procura de testemunhos vivos de todo o processo que envolveu a emigração, antes do 25 de abril de 1974. 

Emigrantes, passadores, angariadores, guardas-fiscais, elementos da Pide, partilharam as suas memórias, que este projeto pretende salvaguardar e valorizar integrando-as agora no acervo do Museu do Abade de Baçal.

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