A conduta de rega de Vale de Madeiro, em Mirandela, não se encontra aberta e está a complicar a vida aos agricultores. A responsabilidade é da delegação de Regional de Agricultura. Emanuel Baptista não compreende a postura do Director Regional de Agricultura do Norte.
Emanuel Batista é presidente da Associação de Beneficiários do Perímetro de Rega de Vale de Madeiro e diz que já solicitou a abertura da conduta, até porque a barragem já está na sua capacidade máxima, mas teve uma resposta negativa. A delegação de Agricultura do Norte alegou que é necessário manter o caudal ecológico da ribeira.
“Pedimos à direcção regional que é a titular da obra para abrir a conduta de rega e não nos foi concedida essa abertura. Porque tem que se manter o caudal ecológico da ribeira, quando no Verão a ribeira não corre. A ribeira no verão não tem caudal ecológico e não sei como o vão conseguir manter, durante o verão. E o mais grave é que a Barragem transborda pela descarga superior essa água que é mais do que o caudal ecológico que o Ministério do Ambiente obriga e essa água não está a ser utilizada, havendo agricultores proprietários de estufas. Não percebo o porquê do nosso director não nos conceder a abertura do caudal da rega” disse Emanuel Batista.
Emanuel Batista não entende esta postura da Direcção Regional de Agricultura que, diz estar a causar enormes constrangimentos aos utilizadores da conduta de rega.
O presidente da Associação de Beneficiários do Perímetro de Rega de Vale de Madeiro diz mesmo que os protestos são tantos que já chegaram ao seu local de trabalho.
“No meu local de trabalho era uma romaria de agricultores a perguntar o porquê de a conduta não estar aberta e que quem é a responsabilidade. A associação de regantes não tem responsabilidade no canal da rega. Apenas tem responsabilidade na gestão do canal da rega. Mas para o canal da rega funcionar a Direcção Regional tem que abrir a conduta principal para nós podermos accionar todos os hidrantes e deixar à disponibilidade dos seus utilizadores a água para eles fazerem a sua agricultura.”
Emanuel Batista não contém a indignação com situação e deixa algumas questões no ar sobre os critérios aplicados pela direcção regional de agricultura do Norte.
“Nós agricultores transmontanos precisamos que os responsáveis solucionem esta questão e não provoquem ainda mais a desertificação em Trás-os-Montes. Temos uma estrutura que podemos utilizar mas não a utilizamos quando a pretendemos. É preferir dizer que não vamos realizar a exploração agrícola e é melhor irmos para uma zona onde nos ajudem e não nos compliquem a vida. O que neste momento a direcção regional de Trás-os-Montes e o seu director está a fazer” advertiu Emanuel Batista.
Esta associação integra 182 agricultores que beneficiam desta conduta de rega, pertencentes às localidades de Mirandela, Vale de Madeiro, Carvalhais, Vila Nova das Patas, Vale Pereiro e Vilar de Ledra, numa área a rondar os 144 hectares. Até ao momento ainda não foi possível obter uma reacção de Manuel Cardoso, Director Regional de Agricultura do Norte, sobre este assunto.
Escrito por Terra Quente (CIR)
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