O cancro dos castanheiros e as doenças do castanheiro continuam a preocupar os produtores.
Porfírio Martins de São Martinho de Angueira, no concelho de Miranda do Douro é produtor de castanheiros, com cerca de 1000 exemplares e confessou que está a perder a esperança porque as suas árvores estão infectadas com cancro do castanheiro.
“Sou proprietário de 1000 castanheiros e estamos a perder a esperança porque está tudo a morrer e não adianta. O que mais nos atinge, neste momento, é o cancro, não é a tinta. A praga da tinta pouca identificamos e outras que desconhecemos porque os castanheiros secam de um ano para o outro”, contou Porfírio Martins, que para além de produtor de castanha também é presidente da Florest’ Água – Associação de Produtores Florestais e Regantes de São Martinho.
Este foi um testemunho, no âmbito da IV Edição das Jornadas Técnicas do Castanheiro do projecto Transfer Castanha e onde os presentes puderam ouvir recomendações especializadas sobre as pragas que afectam esta produção. Uma das palestrantes foi Rosalina Marrão, investigadora do CIMO – Centro de Investigação de Montanha do Instituto Politécnico de Bragança que recomendou o uso de armadilhas delta para a redução da praga do bichado.
“Para o bichado da castanha o uso da armadilhas é recomendável. Usamos estas armadilhas para realizar a monotorização dos adultos dessa praga e além disso também pode ser utilizada para a captura em massa e aí o número de armadilhas terá de ser muito maior. Mas vai minimizar a presença da praga no souto” recomenda Rosalina Marrão.
Estas armadilhas podem ser adquiridas através de associações de agricultores e em lojas especializadas de venda de produtos fitofármacos. Outra das pragas que assola os soutos é a tinta. A investigadora Eugénia Gouveia recomendou a plantação de cereais à volta das árvores
“Nós não temos essa técnica completamente desenvolvida também, mas sabemos que os cereais não são hospedeiros de phytophthora. A phytophthora está sempre no solo, o que significa que não dará condições para esta praga crescer, ou seja, quando ela cresce e se instala acaba por morrer, porque não consegue sobreviver nas raízes dos cereais. Implementar como forma complementar a impedir que a phytophthora se espalhe é uma forma de aplicar os cereais como um fungicida biológico” Eugénia Gouveia.
Transfer Castanha é uma iniciativa do IPB, que visa dar mais conhecimento aos agricultores. A próxima sessão tem lugar hoje, em Vinhais.
Escrito por Brigantia
Maria João Canadas
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