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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 30 de abril de 2018

Dizeres e Ditos Na Carta Gastronómica de Bragança

Sebastiana Maria dos Santos Batista
Sr.ª Dona Sebastiana Maria dos Santos Batista, 56 anos, vive em Bragança. Teve cinco filhos e tem sete netos. Pequena ia com a cria para os lameiros.
Os ricos vendiam aos pobres.
Vivia-se do que dava a casa. O cevado era fundamental, comiam toucinho, coelhos, feijões e caldo de couves. Cozinhava-se no borralho, na sertã e nas trempes. A matança do porco fazia-se à torna jeira. As tripas do cevado lavavam-se no ribeiro em água corrente, depois em casa com água morna, temperada com louro e rodelas de laranja. As tripas delgadas destinavam-se aos chouriços e linguiças, as grossas para os salpicões e palaio. Faziam salpicão de língua do porco.
As bocheiras comiam-nas os pobres.
Para a festa da Sra. da Hera levavam pão, bolos de bacalhau e frango frito ou estufado.
Naquela altura o dinheiro andava fugido.
No Natal comia-se polvo seco ou de meia cura cozido, e as sobras fritavam-se, No Entrudo as pessoas comiam chouriço de pão, pé de porco e butelo, na Páscoa folar (casa sem folar não era casa), na festa cabrito, cordeiro e leitão assados. O leitão (torradeiro) era torrado com pingo, só mais tarde é que veio a Vaqueiro. O café fazia-se no púcaro com a brasa dentro.
Os velhos comiam caldo, às mulheres paridas davam-lhe galinha velha durante uma semana. Os meninos de colo enchiam a boca com rolhos de açúcar embebidos em água.
Trabalhou desde muito nova como criada de servir. Tudo quanto sabe de cozinha aprendeu com as patroas.
Foi a salto procurou uma vida melhor. A vida é muito ingrata!

Carta Gastronómica de Bragança
Autor: Armando Fernandes
Foto: É parte integrante da publicação
Publicação da Câmara Municipal de Bragança

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