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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 23 de abril de 2018

SUÇÃES - Freguesias do Concelho de Mirandela

SUÇÃES é uma aldeia e também freguesia do concelho de Mirandela, donde dista cerca de 10 km para noroeste. Situada entre a Serra de Passos e o Rio Tua, e na margem direita deste.
Nesta freguesia existem várias lendas e lugares identificados com os Mouros, levando nos a verificar que o seu povoamento é anterior ao século VIII. Aparece referenciada nas Inquirições de 1258 (com o nome de Suxães) e de 1280, e nos forais quer de Mirandela quer de Lamas de Orelhão a cujo concelho pertenceu.
A sua história passa um pouco pelas leis da época, e, mais tarde, à volta da família Pavão, cuja casa Brasonada ainda lá se encontra, bem assim as suas extensas propriedades rurais. A Ordem do Hospital tinha lá também algumas das suas terras. Tem como orago N.ª Sr.ª da Assunção. Segundo alguns autores, a freguesia de Suçães não existia no século XII, mas aparece já no seguinte, filial de Santa Luz de Lamas, cujo abade devia apresentar até à doação a fidalgos por D. Sancho e por D. Dinis. Ainda no século XVIII o padroado não era da coroa, pois o Vigário de Suçães era apresentado pelo Colégio de S. Jerónimo de Coimbra. O decreto de 27 de Março de 1867 cria ali a sede de uma escola primária.
A sua população atingia os 1.292 habitantes em 1950, sendo 685 do sexo masculino e 607 do feminino, altura em que ali havia 1 professora, 1 mercearia e 5 lavradores/agricultores registados. Em 1991 eram 918 residentes, para no censo de 2001 serem 766 pessoas, das quais 382 eram do sexo masculino. Claro que nestes dados se inclui a sede de freguesia e as anexas, ou seja, respectivamente, Suçães, Eivados, Eixes e Pai Torto. Em todas estas aldeias, a base da economia é a agricultura e a pecuária, com terras de cereais, oliveiras, vinha frutas e algumas amendoeiras.
Em Suçães há até um viveiro de estufas de diversas plantas, já em moldes modernos, onde não faltam as futuras oliveiras, e que muito contribui para o emprego diário de alguns trabalhadores. A juventude costuma reunir junto de Casa do Povo e da escola primária e telescola, à entrada do povoado. De resto, é a rua que atravessa a aldeia e segue para Pai Torto, o centro do viver das suas gentes. No Largo do Eirô estão as casas apalaçadas, símbolo da enorme riqueza rural de outros tempos. A seguir está o tanque construído em 1948, junto do bairro do seixo. Depois é a Sede da Junta de freguesia, o Lavadouro, a Igreja Matriz. Esta, em linda cantaria, é horizontal, simples mas cheia de características rústicas. Ali perto jogam à malha ou conversam das suas vidas calmas e de trabalho. Continuando rua abaixo, no sentido norte, casas modernas misturam se com as antigas, em xisto, escadas e patamares exteriores.
Carroças a lembrar carros de bois, um Cruzeiro onde está o Sr. dos Aflitos. Depois são os campos de cultivo e a ligação para outras aldeias da freguesia. Nas soleiras das portas, as senhoras ainda vão fazendo as suas colchas de renda. Jogando às cartas, brincando à sua maneira, fazendo a renda, jogando à malha, passeando pela estrada, é assim o pulsar das gentes de Suçães nos tempos de lazer. O mesmo acontece com as anexas. Não podemos deixar de indicar o Lar da Terceira Idade, o Polidesportivo e campo de ténis, e o Museu Rural instalado nos baixos da Sede da Junta de Freguesia, imensamente rico em materiais etnográficos e ligados à vida social, económica e cultural das gentes de Suçães.
Pai Torto tem um núcleo de casas já comidas pelo tempo donde sobressai uma ou outra mais recente e de materiais modernos.
Eixes foi freguesia independente, pertencente ao mesmo concelho, Lamas, até este ser extinto em 1853. Parece ter origem árabe e teve o culto local a S. Frutuoso, seu orago na altura. Esta povoação junto do rio Rabaçal e da estrada para Valpaços tem crescido nas margens dessa via, pois torna se um local mais aprazível e de mais fácil acesso para a cidade de Mirandela, donde dista pouco mais de três quilómetros.
Eivados é uma aldeia com cerca de 40 moradores, tem o Largo do Prado ao fundo do povo com boas árvores, ou mais acima o Largo do Terreiro. É aqui neste que os locais gostam de estar à sombra ou nas soleiras e escadas das habitações, passando os tempos de calor ou domingos e feriados. A rua principal é a Rua do Fundo do Povo, onde se podem admirar as suas casas rurais típicas em xisto.

In III volume do Dicionário dos mais ilustres Transmontanos e Alto Durienses, coordenado por Barroso da Fonte.

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