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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 4 de abril de 2018

PASSOS - Freguesias do Concelho de Mirandela

PASSOS é uma freguesia do concelho de Mirandela, donde dista cerca de 8 km , e situa-se no sopé da Serra dos Passos, junto da estrada nacional n.° 15, e agora da IP4, que de Vila Real vai para Bragança. O seu orago é Nossa senhora da Graça. Pode se afirmar que o seu termo foi habitado já no 3.° Milénio antes de Cristo, já que foram descobertos vários vestígios da presença humana no chamado Buraco da Pala, na referida Serra.
Além deste abrigo pré histórico, muitos outros têm sido identificados e estudados pela arqueóloga Maria de Jesus Sanches e respectiva equipa, há cerca de 15 anos a esta parte. E estão à observação de todos: fragmentos de cerâmica, sementes de fava, bolota, cevada e trigo dessa época. São imensos os testemunhos da presença humana nos terrenos desta freguesia, a que não era estranha a proximidade do Rio Tua, margem direita, e os ribeiros que correm lá.
Depois desse período, as referências aos Passos tornam se mais frequentes. Aparece nos em forais de Lamas de Orelhão, a cujo concelho pertenceu até 31 12 1853, data em que passa para o de Mirandela. Era, por isso, da apresentação do Vigário da paróquia de Lamas. Em 30 de Setembro de 1881, por ordem papal, deixa de ser membro do arcebispado de Braga, integrando se na diocese de Bragança Miranda. Na década de 60 havia lá 2 lagares de azeite, 7 produtores de azeite, 1 hospedaria, 1 médico, 4 mercearias, 2 talhos e 1 professora. Em 1950 contava 685 habitantes e em 1991 ali residiam 485 pessoas. Em 2001 registavam-se 481 residentes, sendo 243 do sexo masculino.
Actualmente, os habitantes dos Passos continuam a dedicar se à agricultura e à pecuária. O tractor existe, mas não dispensam a carroça que foi substituindo o carro de bois. As produções de azeite, vinho, cereais, batata e fruta são abundantes. Gado, vacas, ovelhas e cabras também não faltam. Empregos noutros sectores, só em Mirandela, já que apenas há um barbeiro e um alfaiate, sendo nulas as indústrias, e a emigração sentiu se bastante. A aldeia é constituída por várias e longas ruas, como a Rua do padre João, a do Dr. Arnaldo Guedes que segue para a Serra, a Rua Direita, a da Fonte Moreira.
As casas são típicas, de patamares e escadas exteriores para o primeiro andar, muitas das quais com largas e compridas varandas de corrimões em madeira ou ferro forjado. São usadas para estarem à fresca no verão, aos serões, ou para se aquecerem à soalheira do sol de Inverno. Os locais de encontro habitual são o Largo do Terreiro, a estrada junto ao café, as soleiras das portas quando o tempo o permite. Jogam ao fito, e conversam dos seus anseios e preocupações. Do seu Património, além do Buraco da Pala, deve se indicar: os restos de um moinho na Ribeira, as Fontes da Moreira, quer a Limpa quer a Frieira coberta com arco de pedra, o Cruzeiro no alto da Serra dos Passos donde se vislumbra uma ímpar e inigualável paisagem natural das redondezas. A Igreja Matriz tem no interior talha dourada nos altares mor e laterais. E, no adro, um autêntico Jardim museu com talhões de barro, arado e carro de bois oval e em madeira, gadanha, pipo para o vinho, charrua, cantoneira das antigas cozinhas, pedras graníticas de várias representações, entre outros objectos. Ao lado, uma pequena casa que completa o Museu de S. Bento da Pala.

In III volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses, coordenado por Barroso da Fonte.

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