Por: Humberto Pinho da Silva
(colaborador do "Memórias...e outras coisas..."
Encantado com o sol matinal da Primavera, resolvi descer à baixa portuense, de Metro.
De manhã, alagada de sol, a cidade parecia-me ainda mais bonita e mais colorida.
Ao meu lado viajava uma mulher – daquelas que ainda não se trajam a senhora, – sufocada de malas e malotões, que começou a murmurar, dando ao rosto, riscado de rugas, expressão, ao mesmo tempo de revolta e tristeza.
_ “ Já não se pode andar de Metro! Parece que vimos no vagão de mercadoria!... “
Ninguém reagiu ao comentário, dito em surdina, mas audível.
Compreendo, que trazer objectos nos transportes públicos, facilita a vida a quem viaja, e é ideal para turistas, que nos visitam.
Mas, que não hajam abusos. Pequenas malinhas, sacolas, que se esconde sob os bancos ou se colocam no corredor, é aceitável; agora, atravancar bancos e a passagem, com malotões e mochilas gigantescas, é incompreensível.
Nessa viagem, que realizei com destino à “ Trindade”, um grupo de jovens franceses, traziam tanta bagagem, que mal se podia circular.
Que se facilite, ao turista, parece-me justo, até é prova de simpatia para com quem nos visita; mas, “entupir” a entrada, e incomodar quem trabalha, e tem que chegar ao destino, a horas certa, parece-me falta de consideração.
Outrora, os turistas, que desembarcavam no aeroporto, se não tinham autocarro da agência de viagem do hotel, onde ficavam hospedados, alugavam um táxi.
Agora, mesmo os que arrastam malas colossais e gigantescas sacolas, às costas, vêm de Metro, e percorrem a cidade, em transportes públicos, sempre com as mochilas
O Metro, em princípio, é para transportar passageiros e não “ vagão de mercadoria”, como bem dizia a mulher.
Por que não se limita o acesso a malote ou mochila, de dimensão razoável, por pessoa, pelo menos em hora de ponta?
Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".
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(Henrique Martins)
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terça-feira, 5 de junho de 2018
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