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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 26 de junho de 2018

VAMOS TODOS AO FENO!

Olá familiazinha!

No último dia de Primavera e no primeiro dia de Verão tivemos trovoadas. O nosso tio Duarte, pastor de Prado Gatão (Miranda do Douro), que já anda há muitos anos na universidade do pastoreio, confessou-nos que no dia 20, quarta-feira à tardinha, teve a sua pior experiência de toda a vida no que às trovoadas diz respeito, porque os raios eram tantos que até o telemóvel lhe foi parar ao chão e as ovelhas fugiram logo para a corriça. Contou também que a pedra foi tanta que nem dava para ver por onde ia, com os raios a passarem-lhe ao lado.

Nestas situações nunca devemos abrigar-nos debaixo das árvores, mas fazer como o tio Duarte, que seguiu o rasto das ovelhas que fugiram e o guiaram até à corriça.

O tio Cepeda, de Terroso (Bragança), disse-nos que, no dia 21 à noite, aconteceu a maior tromba de água que já viu, pois algumas casas e estábulos da aldeia ficaram inundados, assim como muitas produções agrícolas destruídas. Também achei curiosa a expressão da tia Delfina Canelhas, de Paradinha de Outeiro (Bragança), que quando lhe perguntei pelo tio Miranda, seu marido, me respondeu: “— Ele já foi abrir o escritório, porque os empregados não têm chave!...”. Isto deve-se ao facto de os dias já serem muito quentes e as pessoas se levantarem muito cedo para aproveitar o fresco da manhã.

No rescaldo do Piquenicão deste ano, podemos dizer que foi um dia de ginásio para muita da nossa gente grande, pois como a avó Laurinda, de 90 anos, nos contou, subiu e desceu todas as escadas do santuário, assim como o tio António, de Lampaça (Valpaços), que fez a mesma proeza, mas a caminho dos 95 anos de idade. O contentamento é geral e toda a nossa família ficou com vontade do próximo.

Deus chamou a nossa tia Eduarda, de Bragança, esposa do tio Ernesto Oliveira, depois de muitos anos de sofrimento e de o marido ter sido o seu melhor enfermeiro. Chegou ao fim o seu sofrimento aos 85 anos. Que tenha o descanso eterno e os nossos pêsames à família enlutada.

Esta semana estiveram de parabéns os nossos priminhos gémeos, Henrique e Maria, que completaram uma dúzia de anos, bem como Ana Bela (47), do Fundo da Veiga (Gostei); Valdemar (75), da Paradinha Nova (Bragança); Pompeu (64), de Suçães (Mirandela); António Lopes (84), de Bragança; Margarida (72), de Argemil (Chaves); Ricardo Domingues (21), de Santa Juzenda (Valpaços); António dos Reis (86), de Roriz (Chaves); Rosa Cristina (42), de Parada (Bragança) e António Cascalhinho (90), de Vila Boa de Carçãozinho (Bragança).

Agora venham todos daí, vamos ao feno!

Estamos na época da ceifa do feno. Antigamente produzia-se mais feno porque havia mais criação de animais. O trabalho era todo manual e por isso requeria muita mais gente. Com a chegada das máquinas, o trabalho pode ser feito por uma ou duas pessoas.

O feno é uma mistura de plantas, constituída por gramíneas e leguminosas, usado como forragem para os animais. A secagem do feno faz com que a água lhe seja retirada mas o seu valor nutritivo continua o mesmo, permitindo a sua armazenagem durante muito tempo. É usado para alimentar os animais durante todo o ano, principalmente nas alturas de escassez de alimento, provocada tanto pela estiagem do Verão como pelos Invernos mais rigorosos. Quem não teve pontaria para a escolha do dia da sua segada, foi o nosso tio Rebelo, de Real Covo (Valapaços) porque, como nos disse “seguei-o ontem à tarde e veio uma chuvada que nem lhe digo a marca!... Não tive sorte nenhuma… O problema é que já dizem que vai voltar a trovejar e como o lameiro ainda tem humidade, aquilo começa a arder por baixo e a ficar preto, preto e a cria não o pode comer, porque quando o está a comer está sempre a espirrar, por causa do pó e do mofo e a isto não há volta a dar. Fiquei muito desanimado. Ainda tenho feno arrumado para a cria toda durante todo o ano. Mas olhe, tinha dois lameiros, um vendi-o e também foi segado e agora dá um bom trabalho porque o feno tem que se tirar do lameiro. Dois reboques dele para tirar do lameiro e pô-lo aos montões... É complicado para um velho…”

A colheita do feno é constituída pela segada, pela viragem, pela acarreja dos fardos e, por fim, pelo seu armazenamento adequado, em lugares secos e ventilados.

Segundo nos disse o tio Rebelo, uma vaca adulta consume uma média de 5 quilos de feno por dia, ou seja, cerca de meio fardo de feno. Antigamente a ceifa do feno era uma das tarefas da agricultura que mais gente requeria, a par da malha e da vindima. Actualmente com a mecanização da agricultura, quase passa despercebida e por isso se perdeu o convívio que existia.

Tio João
in:jornalnordeste.com

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