segunda-feira, 8 de julho de 2019

Miranda do Douro já tem licença de distribuição de gás natural

Há um ano foi anunciado que a Sonorgás, do grupo Dourogás, havia vencido as concessões para 18 concelhos, na região transmontana, sendo que já era responsável pelas redes noutros seis, mas Miranda do Douro, em Bragança, e Mesão Frio, em Vila Real, não estavam abrangidos.
Presente na cerimónia de entrega desta licença, em Miranda, o secretário de Estado da Energia, João Galamba, disse que não encontrou explicações para a não inclusão dos dois concelhos. "Tomei conhecimento da questão, fui investigar porque e não encontrei nenhuma razão de maior para que estes dois concelhos ficassem excluídos e tomei a decisão de se avançar. Estava previsto só que estavam excluídos porque... não consigo perceber porquê. Era o contrato original, não fiz nenhuma alteração, apenas decidi avançar. É do interesse da concessionária assinar este contrato portanto os atrasos não se deveram à concessionária. O importante é que, seja qual for a razão, já foi decidido agora".

O presidente da câmara de Miranda do Douro também não sabe apontar as razões. Ainda assim, Artur Nunes sublinha o empenho de João Galamba para que Miranda também fosse contemplada. "Não há uma explicação lógica que me tenha chegado porque é que Mesão Frio e Miranda do Douro tinham ficado de fora deste conceito. Foi um trabalho duro porque há já uns anos que vimos a reivindicar este contrato de concessão. O senhor secretário de Estado também se empenhou bastante para que fosse possível. Como foi dito pela Dourogás, vai começar este ano, no mês de Setembro, para a instalação do depósito depois as redes serão iniciadas no começo do próximo ano e demorará mais um ano ou dois".


Já que o concelho tem duas barragens, o que o torna, segundo Artur Nunes, “grande produtor de energia”, o autarca defendeu, perante João Galamba, a redução do custo do gás natural no território. "Sendo o concelho de Miranda forte e grande produtor de energia, pelas empresas que se possam vir a instalar aqui, penso que era importante que houvesse uma redução do custo. Se estamos a pagar também os combustíveis mais caros, porque vêm de Matosinhos para aqui, acho que seria de direito termos aqui uma redução dos custos da energia. É uma discussão que vamos levar a cabo no próximo Governo e os municípios que têm barragem deverão ter um benefício acrescido pelo facto de produzirem energia".

Galamba contraria o pedido de Artur Nunes alegando que a tarifa única nacional, que está em vigor, beneficia o interior. "As concessões, o transporte de gás e de electricidade têm uma tarifa única nacional e isso beneficia o interior. Enquanto for secretário de Estado lutarei sempre por uma tarifa única nacional, quer no gás quer na electricidade, e lutarei para que o preço da electricidade e do gás baixem para todos os portugueses. A tarifa única nacional é um importante factor de coesão. No dia em que a tarifa deixar de ser única quem perderá é o interior".

A instalação do depósito para o gás natural, em Miranda do Douro, começa em Setembro mas a construção de redes só se iniciará em 2020, prevendo-se que demore entre um a dois anos. À semelhança de Miranda, Mesão Frio também recebeu a licença esta última sexta-feira.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

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