Joana Gonçalves, CEO da Imobiliária Mirandelense, com alguns imóveis em Macedo de Cavaleiros e em Vinhais, faz uma análise sobre o mercado de Mirandela, onde a imobiliária tem mais casas e apartamentos para venda, e diz que a procura não está a diminuir, apesar de o preço estar a crescer. “O aumento, em termos de venda, foi gradual nos últimos 5 anos. Por exemplo, há 5 anos era possível reservar um T3 em construção na ordem dos 145 mil euros mas neste momento não se consegue reservar nada abaixo de 180 mil euros e há alguns a ultrapassar os 200 mil. Não há muita oferta e o mercado usado, em boas condições, está muito próximo, em termos de preços, do mercado novo. Na minha opinião, as pessoas que tinham determinado comprar casa em 2023 vão continuar a comprar. Ainda continua a ser mais barato comprar do que arrendar. Para ter as condições que as pessoas procuram, em termos de renda, já se ultrapassam os 500 euros, e os empréstimos andam por aí”.
Quanto ao facto de se reservarem imóveis em construção, Joana Gonçalves diz que essa é uma prática que continua a ser muito recorrente. “Aquilo que vendi, nesse aspecto, foi quase tudo a jovens porque lhes dá tempo para se prepararem. Compra-se um apartamento, dá-se um sinal de reserva e os construtores têm 30 meses para entregar o prédio, o que dá tempo às pessoas de se preparem para aquela parte que tem de ser dada por quem compra. Na data da escritura, quem compra, já está apto para o financiamento. A venda em construção teve e tem sucesso pelos jovens”.
Este mercado é feito de “picos” e espera-se que, daqui a algum tempo, os preços baixem. Mas não será para já. “Num primeiro momento irá baixar o mercado usado, mas para baixar é preciso baixar a procura e aumentar a oferta. Porque neste momento isso ainda não está a acontecer. Os emigrantes ainda querem investir em Mirandela, há imóveis que estou a preparar para publicitar e eles acabam por ser vendidos antes de os publicitar”.
Agostinho Sá, da Imobiliária Lar A Gosto, em Macedo de Cavaleiros, diz que o preço das casas para venda não sofreu grandes alterações, pelo menos nos últimos tempos. A pouca subida que se regista deve-se ao facto de haver maior procura por casas. Neste caso, muitos dos que estão a investir são imigrantes. “A procura coincidiu com a vinda de brasileiros e outros imigrantes. Essa procura começou há dois ou três anos mas também se deve à vinda de pessoal das grandes cidades, que começou a ficar com rendas insuportáveis e regressou à sua terra natal”.
Agostinho Sá diz que não falta gente a comprar. “Há mais gente e poderia haver mais só que os imigrantes, neste momento, ainda não têm condições para isso”.
Bragança é o segundo distrito do país onde o preço das casas para venda mais subiu, no mês de Julho. O distrito fica-se apenas atrás de Viana do Castelo.
Além de Viana e Bragança, o preço também subiu em Santarém, Vila Real, Portalegre, Aveiro, Funchal e Porto.
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