O número foi avançado na abertura da vigésima sexta edição da feira da vila, na sexta-feira, que enaltece estes produtos. O presidente da câmara, João Gonçalves, realça a importância da agricultura para o concelho.
“A actividade agrícola é de longe o suporte económico do concelho. Em primeiro lugar a uva e o vinho, são obviamente a actividade económica mais importante e mais impactante. A maçã é muito mais recente, tem cerca de três décadas, mas já são cerca de 700 hectares de plantação, num ano normal 30 mil toneladas de produção. O azeite não tem um impacto tão grande, mas é também um produto de excelência”, frisou o autarca.
No entanto, as tempestades de Maio e Junho provocaram graves prejuízos nas culturas deste concelho. A maça foi das mais afectadas. De acordo com o presidente da Associação de Fruticultores e Viticultores do Planalto de Ansiães, Luís Vila Real, este é o segundo ano com quebras significativas.
“Já é o segundo ano consecutivo em que temos uma situação destas. Este ano ainda para agravar mais o problema foi ainda mais intenso que no ano anterior e o grau de destruição foi muito maior. Estamos a falar de uma área afectada de 90%, com quebras de produção na ordem dos 95 a 98%. Em termos de prejuízo bruto anda na ordem dos 10 milhões de euros de prejuízo”, disse.
O calor extremo dos últimos dias também está a fazer adiantar as vindimas. O produtor César Fernandes diz que esta semana já vão começar a colher uvas, mas a qualidade é a prevista.
“É mais cedo do que o previsto, ou seja, nestes últimos dois anos tem sido fora do habitual, um pouco mais cedo. As alterações climatéricas conduzem-nos para vindimarmos um pouco mais cedo do que era costume. Em termos qualitativos acho que se vai manter a qualidade, em termos de quantidade é capaz de descer um pouco em relação ao normal, por causa das intempéries”, referiu.
Quanto à produção de azeite, o produtor José Almeida, fala de uma quebra de 10% em relação ao ano passado, quando houve quebras significativas.
“Há olivais que não têm nada, outros têm muito, porque a altura da floração, do vigamento foi em alturas diferentes, mas a maioria não tem azeite. Esperamos uma quebra de 10%, em relação ao ano anterior, quando tivemos uma quebra de 70%”, referiu.
A Feira da Maçã, do Vinho e do Azeite decorreu em Carrazeda de Ansiães, entre sexta-feira e domingo, com cerca de 100 expositores, não só destes três produtos, mas também de artesanato, mel, frutos secos, entre outros. Foi ainda inaugurada a nova zona industrial, que está agora na segunda fase de venda de lotes.
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