quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Caça ao pombo abriu em todo o país menos no Parque de Montesinho

 Os caçadores do Parque Natural de Montesinho (PNM), em Bragança e Vinhais, sentem-se discriminados porque não puderam iniciar a caça ao pombo torcaz e pombo bravo, cuja época abriu no dia 20 de agosto em todo o país, mas nesta área protegida está limitada a outubro-dezembro. “Isto é uma discriminação. Nós pagamos licenças do mesmo valor que os outros caçadores”, afirmou Paulo Hermenegildo, presidente Associação de Caça e Pesca de Rabal, uma aldeia inserida naquele parque.


Antes de a caça à rola estar proibida em todo o território nacional, os caçadores de Montesinho entretinham-se caçando esta espécie. “Mas agora até outubro não podemos caçar nada. Ficamos prejudicados face aos restantes caçadores. Isto é injusto”, alertou Carlos Reis, caçador há 30 anos.

Noutras aldeias, cujos territórios confinam com Rabal, como Baçal e Meixedo, a caça ao pombo começou no passado fim-de-semana. “Em Meixedo não se pode caçar em toda a área da aldeia, pois uma parte dos terrenos estão inseridos no parque de Montesinho e aí não se pode caçar. Apenas resta um cantinho que não é considerado área protegida e estamos limitados a essa parte”, contou Germano Silva, da Zona de Caça Associativa de Santa Ana, com cerca de 30 associados.

Os caçadores não concordam com o calendário venatório, nem entendem estas restrições, só porque as aldeias pertenceram ao Montesinho. “Não faz qualquer sentido”, afirmou Hermenegildo.

Pedro Nogueiro, caçador, deu voz à “indignação”, dos caçadores do PNM, pois no entender dos que querem caçar “são restrições sem qualquer sentido”.

Os caçadores reclamam a revisão do Plano de Ordenamento do Montesinho “para acabar com as discrepâncias e diferenças”, destacou João Francisco, caçador há mais de 50 anos. “Parece que há caçadores de primeira e de segunda”, referiu.

Glória Lopes

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