O Registo Civil de Bragança, durante este mês, praticamente todos os dias tinha a sala de espera cheia e um aglomerado de pessoas à porta, o que está a gerar indignação.
Carlos Miguel precisa de uma certidão de óbito e há uma hora que está à espera para ser atendido. A sua senha é o número seis, mas o atendimento vai apenas no número dois. A viver há seis anos na cidade, diz que a experiência não está a ser muito boa no que toca aos serviços públicos.
“Aqui em Bragança estou a notar uma diferença muito grande. Eu vim da zona do Alentejo, de uma cidade completamente diferente, Évora, muito mais ágil a tratar de qualquer situação e aqui Bragança falam tanto da qualidade de vida e eu não acho qualidade de vida nenhuma desde que cá estou. Se têm a noção de que em Agosto Bragança duplica ou triplica a população por causa dos emigrantes, acho que deviam ter o bom senso de ter mais pessoal, funcionarem de outra forma e porque não abrir outro balcão”, disse.
Alexandra Costa é emigrante, mas em breve deixará de ser. Vem da Suíça definitivamente para Portugal e começa a querer tratar de alguns assuntos. Há uma hora à espera para obter umas senhas para mudar o endereço do cartão de cidadão, admite que já começava a ficar “impaciente”.
“É difícil vir ao registo civil nestas alturas e nas outras também. Estive cá no ano passado na Páscoa e também não consegui tratar de nada, não sei se é por falta de pessoal, ou por falta de organização. Acho que devia haver outra loja de Registo Civil, uma não é suficiente para tanta população que tem Bragança”, salientou.
Maria Guerra não está numa situação muito diferente. Foi para a porta do Registo Civil logo às nove da manhã, mal abriu, para levantar o passaporte de uns amigos, já que estes não o conseguiram fazer no dia anterior porque já não havia mais senhas para os atender. Não entende porque está há tanto tempo à espera.
“Quando cheguei tirei a senha e depois perguntei ao segurança e ele disse-me que apesar de ser só para levantar os passaportes tinha que estar uma hora à espera. Não faz sentido, porque quando estão a fazer um cartão de cidadão ou um registo vão demorar mais tempo, portanto no intervalo, enquanto as pessoas estão a assinar ou o que quer que seja chamavam estes casos”, afirmou.
Ao que conseguimos apurar, na manhã de quinta-feira havia cinco funcionários atender ao público no Registo Civil de Bragança. No entanto, a sala de espera estava cheia e à porta era visível o aglomerado de pessoas. O tempo de espera chegava a ser superior a uma hora. As senhas são limitadas. Na porta está até afixado um papel onde é possível ler “não há senhas toleráveis”.
Contactámos o Ministério da Justiça para perceber se foi tomada alguma medida ou feito reforço no mês de Agosto para dar resposta ao aumento de afluência com a vinda dos emigrantes. No entanto, até ao momento não conseguimos qualquer esclarecimento.
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