quarta-feira, 20 de março de 2024

... quase poema... ou do saltāo que fica

Por: Fernando Calado
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)

Hoje encontrei o saltāo pousado  tranquilamente no tronco da minha parreira... e tudo me serve para escrever estas coisas que não servem para nada.
É um gafanhoto como outro qualquer… parecido a tantos outros que andam por aqui…naquele saltar sem jeito só para animar os lameiros que se deitam à sombra dos freixos…
Mas este saltão não tem vontade de saltar… como é seu dever… e somente pousa e ali fica… no remanso do passeio… no vagar da aldeia e na frescura da parreira
…é verdade…este saltão sabe da vida e das coisas… cansado do seu destino… agora acha que o mais sensato é ficar… sempre no mesmo sítio… vendo sempre o mesmo tronco… as mesmas pessoas… o mesmo jeito de dizer e de pensar: - a vida é uma coisa muito bonita!
…Bom dia, saltão…
- Bom dia…diria o saltão… que fica!

Fernando Calado
nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança. 
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.

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