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sexta-feira, 7 de junho de 2024

Assim, meu amor...

Por: Paula Freire
(colaboradora do Memórias...e outras coisas...)


Assim, meu amor, 
a transparência das águas são flores de acalanto na ternura longa do teu ser, 
paisagem etérea, sublime segredo de um sonho antigo, 
pele de um livro escrito pelo tempo. 

.

Assim, meu amor, 
colhes as folhas verdes do cântico arcano no teu colo de suspiro e verso.
Saberia eu da luz mais infinitamente bela
para te depositar no regaço dos lábios
o prelúdio da eternidade! 
E o delicado dos teus olhos, deslizariam novamente
pela distância do silêncio,
à sombra dos segredos e da essência 
de cada lágrima guardiã das memórias.
Mas, pela geografia do meu corpo, 
peregrinam apenas os limites espraiados do meu toque indefinido
e a voz do teu plácido e abandonado murmúrio.  
Ali dorme, gentil, o destino de nos termos.
Porque não somos poetas de carne e osso, 
só miragem e reflexo, espelho líquido em tapetes de prata
num afago de veludo e fervor primal,
sob as catedrais vastas de outra intimidade.

.

Assim, meu amor,
hoje romperei o véu das distâncias implacáveis
para que as esperanças descubram asas renascidas
na seiva das plantas vivas 
e no universo de um novo tempo.
E invocarei o anoitecer num manto de água
para abraçarmos a fonte despida do luar e da saudade.

@Lázaro Rios
(heterónimo de Paula Freire)

______________________

criação IA . design #paula_freire_fotografia

Paula Freire
- Natural de Lourenço Marques, Moçambique, reside atualmente em Vila Nova de Gaia, Portugal.
Com formação académica em Psicologia e especialização em Psicoterapia, dedicou vários anos do seu percurso profissional à formação de adultos, nas áreas do Desenvolvimento Pessoal e do Autoconhecimento, bem como à prática de clínica privada.
Filha de gentes e terras alentejanas por parte materna e com o coração em Trás-os-Montes pelo elo matrimonial, desde muito cedo desenvolveu o gosto pela leitura e pela escrita, onde se descobre nas vivências sugeridas pelos olhares daqueles com quem se cruza nos caminhos da vida, e onde se arrisca a descobrir mistérios escondidos e silenciosas confissões. Um manancial de emoções e sentimentos tão humanos, que lhe foram permitindo colaborar em meios de comunicação da imprensa local com publicações de textos, crónicas e poesias.
O desenho foi sempre outra das suas paixões, sendo autora das imagens de capa de duas obras lançadas pela Editora Imagem e Publicações em 2021, “Cultura Sem Fronteiras” (coletânea de literatura e artes) e “Nunca é Tarde” (poesia), e da obra solidária “Anima Verbi” (coletânea de prosa e poesia) editada pela Comendadoria Templária D. João IV de Vila Viçosa, em 2023. Prefaciadora dos romances “Amor Pecador”, de Tchiza (Mar Morto Editora, Angola, 2021), “As Lágrimas da Poesia”, de Tchiza (Katongonoxi HQ, Angola, 2023), “Amar Perdidamente”, de Mary Foles (Punto Rojo Libros, 2023) e das obras poéticas “Pedaços de Mim”, de Reis Silva (Editora Imagem e Publicações, 2021) e “Grito de Mulher”, de Maria Fernanda Moreira (Editora Imagem e Publicações, 2023). Autora do livro de poesia Lírio: Flor-de-Lis (Editora Imagem e Publicações, 2022).
Em setembro de 2022, a convite da Casa da Beira Alta, realizou, na cidade do Porto, uma exposição de fotografia sob o título: "Um Outono no Feminino: de Amor e de Ser Mulher".
Atualmente, é colaboradora regular do blogue "Memórias... e outras coisas..."- Bragança e da Revista Vicejar (Brasil).
Há alguns anos, descobriu-se no seu amor pela arte da fotografia onde, de forma autodidata, aprecia retratar, em particular, a beleza feminina e a dimensão artística dos elementos da natureza.

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