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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 16 de julho de 2024

Igreja de São Pedro, Mós. “Ubi Petrus, ibi Ecclesia”!

 No lado Nascente das “fraldas” da Serra da Nogueira, cerca de 10km a Sul de Bragança, encontra-se a aldeia de Mós, sede de freguesia que anexa a de Paçó. Localidade existente desde a Fundação da Nacionalidade, pertencia ao Mosteiro do Castro de Avelãs em 1258. Mós esteve durante séculos ligada à então vila e sede de concelho Rebordãos, em termos administrativos e religiosos. Razão para a aldeia ser designada, até 1936, por Mós de Rebordãos.
Configurada no sentido Norte-Sul, é irrigada por linhas de água derivadas do rio Sabor, com destaque para a Ribeira do Penacal, a garantir boa atividade agrícola e de pastorícia. Apresenta um bem preservado património, nomeadamente a Forja, o Moinho e o Lavadouro comunitários, a Fonte do Mergulho, pombais e a Igreja Paroquial de São Pedro, implantada em posição central, e a Capela de São Tiago, situada no extremo Norte da aldeia.


A Igreja de São Pedro foi reconstruída em meados do século XVIII, contendo então, além do altar-mor, dois altares na nave, aparentemente insertos nos meios arcossólios existentes, dedicados ao Santo Cristo e a Nossa Senhora do Rosário. Tinha Irmandade do Santíssimo Sacramento. Os altares mantêm-se, os da nave posicionados colateralmente nas paredes que ladeiam o arco triunfal e a imagem do Sagrado Coração de Jesus substituiu a de Santo Cristo, no lado do evangelho. Estes dois altares, de eixo único e talha cor creme, costeiras azuladas a floreados e decoração dourada, são gémeos: mesa em forma de urna; colunas espiraladas de fuste à base de pâmpanos, acantos e fénices, à semelhança da arquivolta do ático, e capitel a remeter para o coríntio; espaldar cimeiro concheado. A nave, de piso em soalho e laje de mármore, paredes rebocadas e pintadas de branco e teto em madeira tipo berço, tem na parte fundeira coro-alto de madeira, balaustrado, com escadas de acesso do lado da epístola. Do lado do evangelho consta o compartimento do batistério e púlpito simples com escadas em granito adossadas à parede. A capela-mor, separada por arco triunfal de granito, é mais estreita que a nave e apresenta um altar de tipologia rocaille, restaurado, à semelhança de todo o conjunto, em 2004. 
Em talha policromada e dourada, o retábulo apresenta duas colunas avançadas assentes em consolas, com fuste liso e capitel coríntio. Em tribuna profunda, com costeira pintada a floreados de azul e arco ondulado, expõe-se o Orago São Pedro com vestes e atributos pontifícios, sobre trono de ascendente escalonamento triplo. É ladeado, no lado do evangelho, por imagens de Santo António e São José, sobre peanha, e Santa Teresinha de Jesus e Santo Estevão, no da epístola. De ático recortado, o resplendor contém três rostos angélicos e fénix.
O teto é apainelado a caixotões moldurados, com pinturas da Virgem Maria ladeada pelas de São Pedro e São Paulo, sendo os restantes de motivos vegetalistas. Do lado do evangelho está a porta de acesso à sacristia. Olhando exteriormente para o Templo, voltado para o arruamento e com adro murado, da traça arquitectónica setecentista sobressai o frontispício. O portal, aparelhado em granito, tem pilastras exteriores almofadas, tal como as jambas, e dintel recortado. Sobre o entablamento reto alinham-se nos extremos pináculos com bola e ao centro frontão triangular definido por volutas interrompidas por cruz trevolada. No tímpano mostra-se imagem de São Pedro em granito, em nicho com dossel e mísula concheados. O frontão é ladeado por óculos circulares a dar luz para o coro-alto. A empena é truncada pelo campanário, com duplo vão em arco de volta perfeita a acolher os sinos. É coroado por cruz latina entre aletas, com pináculos de barretina iguais aos que encimam os pilares que enquadram o frontispício. 
O acesso é feito por escadas de ferro do lado esquerdo. “Onde está a Igreja não há morte senão a vida eterna”!

Susana Cipriano e Abílio Lousada

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