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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 16 de julho de 2024

O MICROBIOMA COMUM (O CIDADÃO CIENTISTA)

Por: José Mário Leite
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)

Sob orientação da Maria João Leão, promovido pela GIMM e com o apoio da Câmara Municipal de Oeiras, um grupo de investigadores, liderados por Isabel Gordo, Karina Xavier e Luís Teixeira, apelou aos cidadãos da região de Lisboa para participarem num projeto inovador: identificar, estudar e caracterizar o Microbioma Intestinal Humano em Portugal, começando pelo concelho de Oeiras, alargado às zonas circundantes e, mais tarde, se houver apoios, estendê-lo a todo o país. Para tal e, não podendo levar os cidadãos à bancada do laboratório, pede-se-lhes que sejam eles a executar as primeiras tarefas observando, obviamente, o protocolo científico que permita a validação das amostragens que estarão na base do estudo.
É mais um passo no caminho da Ciência Mais Cidadã, continuando a abrir-se à comunidade ultrapassando já a etapa da comunicação e indo mais longe do que as visitas aos locais de investigação, levando o laboratório a casa de cada um. A equipa de investigação vai enviar para casa de cada família aderente tantos kits quantos os componentes do agregado e são estes que farão a recolha do material biológico e genético da sua própria microbiota que lhe será entregue pelo Gabinete de Ciência e Inovação do Município de Oeiras, para fazer, por um lado, a análise da composição microbiológica e, por outro, a sequenciação dos respetivos genes.
O objetivo é caracterizar a diversidade microbiológica comum em Portugal (que, segundo declarações da cientista Isabel Gordo, será, seguramente, mais rica que a americana por causa da nossa variedade alimentar típica, em contraposição com a dieta mais restrita e menos natural dos norte-americanos) e, a partir daí, identificar os microrganismos que, perante uma doença, a promovem ou previnem. É possível reconhecer, entre os milhões de bactérias que vivem no nosso intestino, aquelas cuja atividade pode ajudar a criar um ambiente propício ao aparecimento de um cancro e, igualmente, aquelas que o dificultam e combatem. Depois “bastará” diferenciar quais os alimentos ou componentes destes que são apreciados por umas e rejeitados por outras e assim condicionar a dieta alimentar portuguesa para prevenir, mesmo antes de tratar, o aparecimento de várias doenças oncológicas. A própria macrobiota pode ser alterada, enriquecendo-a ou diminuindo-a, de acordo com as conveniências de saúde de cada um mas isso, como alertou a investigadora da GIMM, é já um ato médico que poderá ter lugar, num estágio posterior e levado a cabo pelos profissionais de saúde, depois de concluído este estudo e divulgadas as conclusões, devidamente fundamentadas, cientificamente.
Por razões logísticas, este projeto tem de ficar, nesta fase, restringido ao município de Oeiras e, excecionalmente, a alguns dos concelhos vizinhos. Porém, a sua extensão a outras regiões do nosso território será de grande importância, para o projeto em si mas, mais do que isso, para as populações estudadas pelos benefícios que daí poderão, num futuro próximo, recolher. Perante uma pergunta sobre a operacionalidade desta expansão, as responsáveis manifestaram grande abertura condicionando apenas ao apoio logístico local que passará, seguramente, pelo empenho municipal em colaboração com a rede de farmácias concelhias. Estou certo que os autarcas ficarão sensibilizados por esta oportunidade e que não deixarão de aproveitar o ensejo de beneficiarem as populações que pretendem servir. 
Sempre, mas, porque não admiti-lo, com frontalidade?, sobretudo neste período pré-eleitoral que se abre, dentro de pouco tempo. Sobretudo porque, havendo uma capacidade limitada de análise e estudo, quem primeiro se prontificar, ganhará, necessariamente, vantagem sobre os seus concorrentes.

José Mário Leite
, Nasceu na Junqueira da Vilariça, Torre de Moncorvo, estudou em Bragança e no Porto e casou em Brunhoso, Mogadouro.
Colaborador regular de jornais e revistas do nordeste, (Voz do Nordeste, Mensageiro de Bragança, MAS, Nordeste e CEPIHS) publicou Cravo na Boca (Teatro), Pedra Flor (Poesia) e A Morte de Germano Trancoso (Romance), Canto d'Encantos (Contos) tendo sido coautor nas seguintes antologias; Terra de Duas Línguas I e II; 40 Poetas Transmontanos de Hoje; Liderança, Desenvolvimento Empresarial; Gestão de Talentos (a editar brevemente).
Foi Administrador Delegado da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, vereador na Câmara e Presidente da Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo.
Foi vice-presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes.
É Diretor-Adjunto na Fundação Calouste Gulbenkian, Gestor de Ciência e Consultor do Conselho de Administração na Fundação Champalimaud.
É membro da Direção do PEN Clube Português.

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