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quinta-feira, 4 de julho de 2024

Pão de abelha foi um dos itens destacados na I São Pedro Agro Summit, em Macedo de Cavaleiros

 Aposta em mercado diferenciador é um passo para o mercado apícola.


O terceiro dia da I São Pedro Agro Summit foi dedicado ao mel, com diversas comunicações e uma mesa redonda sobre os desafios e as oportunidades deste sector.

Uma forma de sustentabilidade deste sector passa pela diferenciação de produtos e de mercado. Um desses produtos é o pão de abelha, como mostrou Francisco Rojão, apicultor e Grão-Mestre da Confraria de Mel de Macedo de Cavaleiros:

“Está a provar pão de abelha, é pólen já semi digerido pelas abelhas, torna-se mais fácil a digestão por nós seres humanos e é mais fácil de assimilar também no nosso organismo. Também existe o pólen direto, que é seco, embora não seja semi digerido e acaba por não ter um sabor tão agradável, mas a origem é exatamente. Nós imaginamos que tudo o que vem do mel é doce, mas tem um sabor ligeiramente amargo. É bom para a memória e é usado para produzir cosmética, sabonetes, shampoos e máscaras.”

Este sub produto da fileira do mel tem um conjunto de benefícios como o combate ao antienvelhecimento, pois estimula o crescimento e a reparação celular, e tem propriedades anticancerígenas, destaca Miguel Vila Boas, investigador do Instituto Politécnico de Bragança.

“Pão de abelha não é mais do que o pólen que as abelhas levaram para o interior da colmeia que sofreu um processo de fermentação, transformando esse pólen. O pólen que passamos a chamar pão de abelha, num produto com uma bio disponibilidade maior.

As abelhas também têm esse mesmo problema e por isso fazem um processo de fermentação láctea que degrada essas paredes, e faz com que esse material, as proteínas, os aminoácidos, as vitaminas sejam muito mais acessíveis, se nós o consumirmos beneficiamos dessa mesma fragilidade que foi criada, nessas estruturas polínicas.

Por isso, temo um produto com uma bio disponibilidade e uma quantidade de nutrientes que são muito relevantes para a nossa dieta alimentar.”

Os apicultores também sofrem consequências com as alterações climáticas, como em todas as culturas. Outras das preocupações com que se deparam é a fraude e a adulteração na qualidade de produção. Para além destas duas ameaças, o apicultor ainda enfrenta as conhecidas questões sanitárias, como a varroa destructor e a vespa asiática.

As soluções para a sustentabilidade da produção do apicultor passam por um papel mais dinâmico do apicultor, aponta Miguel Vila Boas, investigador do Instituto Politécnico de Bragança.

“O apicultor do meu ponto de vista tem de procurar e ser dinâmico. Tem de ter um conhecimento cada vez mais sustentado, para conseguir reagir imediatamente às necessidades das abelhas e consequentemente ter uma produção cada vez mais sustentável, tem que diversificar a sua própria produção. Se calhar nuns anos de boa produção de mel, outros serão para a produção de pólen ou outros produtos apícolas como a própolis, o pão de abelha.

Por isso ele tem de tentar juntar esses produtos para conseguir ofertar mais do um. E em anos em que o mel não foi rentável os outros produtos possam compensar essa diferença. Tem de trabalhar a excelência e procurar mercados de cadeia curta, em que se consiga fazer a rastreabilidade até ao consumidor, para que este conheça e reconheça que aquele produto veio de Macedo, de Mirandela, de um apicultor que ele conhece ou reconhece.”

O auditório da Associação Comercial e Industrial de Macedo de Cavaleiros contou com cerca de 40 participantes, entre especialistas e apicultores. Hoje os painéis serão dedicados à Inovação e ao Empreendedorismo.

Recorde-se que a I São Pedro Agro Summit, este ano, é uma das novidades do programa da Feira de São Pedro, que decorre em Macedo de Cavaleiros. E a sua realização tem o objetivo maior de aliar a investigação científica e partilha-la com os especialistas das áreas de vários produtos endógenos.

Escrito por ONDA LIVRE

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