sexta-feira, 8 de novembro de 2013

“Corpo sem chão”, obra literária aborda pela primeira vez caso da “Santa de Vilarchão”

Após a publicação do livro de poesia “Almejado Retorno”, Aida Borges, presenteia os leitores com o seu primeiro romance, “Corpo sem chão”.
A obra, que tem tanto de ficção como de histórico, baseia-se num acontecimento que teve lugar em Vilarchão, concelho de Alfândega da Fé, nos anos 40 do século passado. 
O caso, que ficou conhecido como a “Santa de Vilarchão”, fez correr muita tinta nos jornais da época. A aldeia chegou até a ser apelidada como a Fátima transmontana. Uma história que parecia perdida no tempo, esquecida, mas que Aida Borges resgatou para as página do seu primeiro romance. D. José Cordeiro - Bispo de Bragança Miranda – recorda isso mesmo no prefácio da obra e escreve: “Denunciando um entranhado afeto pelas suas raízes, com uma fundamentada abordagem histórica, Aida Borges, desencrava do impasse um episódio que dominou, em meados do século XX, as atenções sobre a aldeia de Vilarchão (…) O caso aqui retratado teve, sem dúvida, os seus desacertos, estes bem estampados no decurso da narrativa, e Aida Borges teve o condão de não o lançar à maneira de juízo, mas de o tomar no seu realismo, resgatando nele o essencial.”
Aida Borges é, provavelmente, a primeira autora a debruçar-se sobre este caso. “Corpo sem Chão” é uma história ficcionada, mas que aborda um acontecimento marcante da história de Alfândega da Fé. Tal foi referido pela Presidente da Câmara Municipal, Berta Nunes, durante a apresentação da obra, que decorreu na Biblioteca Municipal.
A primeira incursão de Aida Borges na prosa impressiona pela “qualidade linguística, pela estrutura e pelo valor etnográfico”. Estas foram algumas das razões apontadas por Francisco José Lopes, autor de um dos prefácios, para a leitura da obra. “Este romance fala de milagres, de crenças e descrenças, de amores e de paixões, de vida e de morte, de amizade e de traição, de encontros e desencontros, de ideias e de opiniões, de sonhos e de esperança e em si mesmo encerra vários dramas secundários que servem o drama central, embora alguns destes momentos ditos secundários pareçam, por vezes, querer assumi relevo maior, para depois acabarem por ceder espaço à ideia inicial”, escreve.
No livro a realidade e ficção vivem de mãos dadas. Uma realidade que Aida Borges bem conhece, desde menina que ouvia falar na “santinha”. Bastou o desafio do marido para se lançar na investigação deste episódio da história recente do concelho. A realidade foi-se misturando com a ficção e ganhou forma neste “Corpo sem Chão”.
Recorde-se que Aida Borges é natural de Vilarchão, Alfândega da Fé. Por motivos de ordem pessoal e profissional reside em Coimbra. É enfermeira, com mestrado integrado em psicologia clínica e pós-graduação em psicologia e psiquiatria forense. Publicou a primeira obra em 2011 e agora estreia-se na ficção com este “Corpo sem Chão”, que nas palavras de Francisco José Lopes, é “também um hino às gentes da terra que a viu nascer e, por intermédio delas, a todos os transmontanos, residentes ou na diáspora.”
A divulgação e promoção de autores transmontanos com especial destaque para os naturais, residentes ou com raízes em Alfandega da Fé, tem sido uma das políticas levadas a cabo pela autarquia no campo cultural. Uma forma de apoiar e incentivar a criação literária, mas também de possibilitar a formação de novos leitores. Daí que já no dia 9 de novembro, o Auditório da Biblioteca Municipal volte a abrir as portas para a apresentação de mais um livro de uma autora Alfandeguense. Trata-se da obra “Entre Margens”, de Regina Gouveia. Esta é a mais recente publicação da autora, um livro de poesia que é o resultado do 1º lugar conseguido no XVII concurso Poesia em ti, promovido pela APPACDM de Setúbal. A sessão tem lugar a partir das 16.00h.

in:noticiasdonordeste.net

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