O fenómeno tem vindo a crescer nos últimos anos no Nordeste Transmontano e já atingiu um patamar de excelência pouco habitual para uma região esquecida como esta.
As bandas filarmónicas têm cada vez mais adeptos e já deixaram de ser o bombo da festa.
A de Bragança, por exemplo, é uma das 15 do distrito de Bragança, uma entre 692 a nível nacional. Mas foi esta a única convidada transmontana a integrar o leque restrito de 14 que no último dia 1 participaram nas comemorações da Restauração da Independência, em Lisboa, organizadas por Ribeiro e Castro.
Um momento “marcante” para esta banda de Bragança, nas palavras do maestro Chéu Líbano, que rege 40 músicos, 18 deles na escola da banda. “Nota-se uma progressão do litoral para o interior. Antes, as bandas estavam mais aglomeradas no litoral. Há vilas que até têm duas. Aqui estavam um pouco esquecidas, com alguma antiguidade. Mas, nos últimos cinco anos, têm conhecido algum rejuvenescimento”, frisa Chéu Líbano.
Este foi o último dos 44 concertos em que já participaram este ano. O próximo grande evento será no dia 23 de março, no teatro de Bragança, no concerto de primavera. Aqui já deverá ser possível ver 50 elementos em ação.
A média de idades ronda os 25 anos, até porque cerca de metade dos seus elementos têm entre 13 e 14 anos. “Era preciso pôr a banda do concelho no mapa e elevá-la ao estatuto de distrital”, diz Chéu Líbano, algo que tem sido conseguido há custa de muito trabalho e bastante investimento. “Temos de seguir os exemplos do litoral, onde há bandas profissionais e músicos de conservatório.
No nosso caso, 50 por cento já são alunos do Conservatório de Bragança”, realça o maestro, enaltecendo, aqui, o trabalho que tem sido feito pela autarquia brigantina.
Esta viagem a Lisboa foi o momento alto da Banda de Bragança este ano. “Foi um orgulho, sem dúvida”, assegura. A saída foi às 5h00, mas não houve atrasos. “Os músicos estavam motivados. Se fôssemos a pé, íamos na mesma”, garante.
Nos Restauradores, enquanto tocavam com as outras 13 bandas convidadas, foi um momento marcante. “Sentia-me de peito cheio. Foi um orgulho pelos músicos e uma sensação de dever cumprido”, confessa. Entre os mais novos, o momento também foi marcante.
Rita Gomes recorda o mês de ensaios até ao grande dia. “Senti que merecíamos estar ali”, garante. João Pedro, também de 13 anos, gostou de sentir “o reconhecimento à banda de Bragança”. Nesta altura, as vagas estão todas preenchidas e existe mesmo lista de espera. “Têm de ser entradas faseadas”, diz Chéu Líbano.
Prova da vitalidade do conjunto está o facto de há cinco anos serem apenas 20 os músicos que integravam a banda. Um número que cresceu até ao dobro em apenas cinco anos. Atualmente, a banda anima festas, faz concertos, arruadas, desfiles mas também missas. Foram mesmo apontados como um exemplo pelo repertório apresentado. Mas também dão concertos gratuitos. “Temos de dar a nossa parte à sociedade”, explica o presidente, Olímpio Fernandes, orgulhoso dos “seus meninos”.
A Banda vai passar a oferecer uma missa anual à diocese, no domingo de ramos. Um evento que poderia chegar aos 600 euros em condições normais. Também vai entrar em vigor um protocolo com a autarquia no sentido de desenvolver concertos em aldeias não haja capacidade para ter bandas filarmónicas e, assim, haver contacto com este tipo de música, que se tem modernizado, ao ponto de deixar muitas bocas abertas. “é importante que a comunidade desperte para a filarmonia.
As associações só podem funcionar assim, com os filhos da terra. A riqueza de um povo também se mede pelo seu nível cultural”, concluiu Chéu Líbano.
Pode espreitar o repertório da Banda de Bragança com o seu androide ou iPhone através da aplicação Lukar, disponibilizada de forma gratuita.
in:mdb.pt
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Parabéns, a única banda que eu conheci em Braganca chamava-se os " Zíngaros e ja lá vai meio século .
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