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Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
(Henrique Martins)
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N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
Miranda do Douro - Um banho de «Cleópatra» no planalto mirandês
No concelho de Miranda do Douro, nordeste transmontano, há uma empresa que está a conquistar mercado com um produto local menos usual: o leite de burra. Matéria-prima que serve para a Tomelo desenvolver produtos de cosmética e, ao mesmo tempo, fomentar a economia local e proteger uma raça autóctone.
«Cleo» é o nome de uma linha de cosmética produzida a partir de leite fresco de burra. Uma iniciativa da Tomelo, empresa que quer pôr os portugueses «a sentir o mesmo prazer que Cleópatra, [rainha do Egipto no século I a.C.], sentia quando mergulhava na sua banheira cheia de leite de burra».
No planalto mirandês, a Tomelo cria burros de raça mirandesa. Os animais fornecem o leite que, depois, é transformado em sabonete esfoliante, creme de rosto anti-rugas, creme de mãos e corporal, entre outros produtos. Os aromas são diversos: lavanda, lírio do vale, verbena, mel amêndoa, entre outros. Partindo de um negócio apoiado num animal característico da região, a empresa movimenta a economia local.
A Tomelo, além da sua criação de burros na aldeia de Atenor, compra leite a outros criadores locais, faz as embalagens numa gráfica local e colabora com o projecto «Lhana» (lã em mirandês), ligado à lã e ao mundo da pastorícia.
«Uma das últimas novidades é um sabonete esfoliante envolvido em lã. As bolsinhas de lã são feitas por duas jovens que fundaram o projecto “Lhana”», explica Jorge Lira, um dos membros da Tomelo.
O sabonete com lã natural actua na pele da mesma forma que uma luva de crina. «A lã sendo macia também é abrasiva sobre a pele. Como é um produto natural que encolhe com a água, à medida que o sabonete se vai gastando, a lã mantém-se justa ao sabonete. Reduzem ambos de tamanho. Funciona muito bem», diz Jorge.
Neste momento, fora da região apenas se fazem os sabonetes porque «ainda não temos as nossas máquinas. Pedimos a pessoas amigas, que estão em França, que nos deixem utilizar as suas máquinas, mas somos nós que fazemos os sabonetes. Em Serapicos [concelho de Vimioso], sede da empresa, iremos criar a unidade de produção logo que tenhamos a maquinaria», comenta o responsável.
Jorge Lira, José Jambas e Barbara Fráguas, gerentes da Tomelo, tinham uma associação ligada aos burros que vivia «de donativos privados e públicos. «Muito antes desta crise despoletar percebemos que as pessoas iriam, preferencialmente, gastar dinheiro em si e na sua família do que em burros». Nasce, assim, em 2005 a Tomelo.
«Entendemos que devíamos desenvolver uma iniciativa de salvaguarda da raça, sustentada num espirito empresarial e auto-sustentável do ponto de vista financeiro. E, desse ponto de vista, aquilo que nos interessa é aumentar os efectivos da raça para tentar minimizar os efeitos de extinção a que está votada», adianta Jorge.
Os produtos podem ser adquiridos on-line, mas também numa loja Tomelo, no Porto, e em alguns espaços comerciais espalhados pelo país. A empresa de cosmética emprega directamente 14 pessoas.
Sara Pelicano; fotos - Tomelo
in:cafeportugal.net
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