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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Artistas nortenhos unem saberes às belezas paisagísticas


A sociedade está abalada desde os alicerces pela ganância, pelo poder e sobretudo pelo cinismo cívico. O país real confrontou-se nas duas últimas semanas, com a erosão natural. Muitas inundações, muitos cortes de estrada, muitos desabamentos que empobreceram a natureza e alertaram os técnicos e os políticos para decisões criminosas de que uns e outros vão ficar impunes. Adivinham-se estes desfechos.
Vias cortadas, aluimento de terras, queda da habitações foram extensivas a todo o país.
Alguns casos aconteceram porque  a erosão natural é imprevisível. Mas em vários casos essas anomalias resultaram da ganância de empreiteiros sem escrúpulos, de deliberações contaminadas, de actos que o ministério público deveria mandar averiguar e levar até às últimas consequências.
Vivo em Guimarães onde ocorreu um desabamento de terras que suportava um loteamento de vivendas de luxo, às portas da cidade que acaba de ser capital europeia da Cultura. Felizmente não houve vítimas mortais. Mas foram muitos os danos morais de muitos cidadãos que investiram duzentos mil euros em cada habitação, para, num ápice, ficar sem eira nem beira, a ponto de não mais desejarem ali viver.  São ainda vivas muitas pessoas que conheceram o terreno íngreme que era atravessado por uma ribeira. Esse espaço à entrada norte da cidade, situa-se entre a Estrada Nacional e a via circular urbana que liga Guimarães a Fafe, onde há cerca de dez/quinze anos se gastaram muitas dezenas de milhões de euros. O lucro espreitou essa nesga de terreno inclinado entre as duas vias públicas. Não foi difícil fazer desse terreno, tão inclinado quão escorregadio, um bloco de vivendas de luxo. Desapareceu a ribeira, cresceram ervas onde deveriam existir calhaus e árvores que dessem consistência às habitações. Não é preciso ir a Coimbra, a Lisboa ou ao Porto obter um curso técnico para perceber que esse local não deveria servir para construção. Quem tiver dúvidas pesquise no Google uma imagem da área de há uns doze anos. Confronte o que era e como ficou. Ainda se encontra nessa imagem aérea o cartaz eleitoral do autarca que autorizou essa aberração.
O incidente deu-se. Parece que houve ali mão divina para não resultarem danos maiores. Mas o Ministério público deverá abrir um rigoroso processo de averiguações, não só para responsabilizar os técnicos, mas sobretudo os políticos que fecharam os olhos a um abismo que até os cegos teriam visto.
Meditando este drama actual e muito sério, ocorre-me pegar numa boa notícia, editada na mesma semana dessa ocorrência. Confrontando o gestos, os instintos e os fins, constata-se facilmente que os intelectuais pulverizam o planeta de bondade, de generosidade e de altruísmo, enquanto alguns políticos privilegiam a demagogia em nome da qual chegam ao poder. Chegados lá usam e abusam de tudo e de todos. Servem-se em vez de servirem e sentem-se protegidos pela lei que condena os bons e defende os maus. Leia-se esta nota esclarecedora:
«Está a ser realizado um vídeo promocional do Parque Nacional da Peneda-Gerês, que vai reunir alguns artistas sediados naquela região, como fotógrafos e pintores, com a particularidade que se trata de uma iniciativa pessoal destes artistas que, para o efeito, vão realizar e produzir o filme graciosamente. De salientar que a música que servirá de fundo ao filme, e que já está a ser gravada, é original, e trata-se de uma obra sinfónica da autoria de Francisco Gouveia (membro recente da Academia de Artes e Letras de Trás-os-Montes e Alto Douro) que, para o efeito, se juntou a estes artistas, participando também gratuitamente neste trabalho.
Francisco Gouveia (escritor e músico) já é autor de vários trabalhos sobre o Douro, que estão disponíveis na internet, nos quais também é autor e intérprete dos temas musicais e da produção audio/vídeo, e que registam já milhares de visualizações e fazem parte de vários sites e blogs internacionais que se dedicam à divulgação de zonas turísticas a visitar. Num país que vive uma situação de crise desesperada, é de louvar esta iniciativa de artistas do Gerês que dão generosamente o seu trabalho em prol da promoção da sua terra e do seu país, sem qualquer apoio oficial ou privado, dando o que têm de maior valor: o seu trabalho.»
Vivemos num país de paradoxos. Os intelectuais geram progresso, enriquecem o meio ambiente, oferecem o que sabem em troca de nada. Alguns políticos nunca fizeram calos nas mãos, cavalgaram em dorso alheio para chegarem ao pátio das vaidades. Nunca dão ponto sem nó, exercem a prepotência contra os indefesos. A inerência paga os erros que possam cometer, ao invés do cidadão comum. 
Que democracia é esta poetas do meu país?

Barroso da Fonte
in:jornal.netbila.net

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