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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Castelo de Mogadouro

Portugal, Bragança, Mogadouro
Arquitectura militar, medieval. Castelo fronteiriço, de planta elíptica, conservando torre de menagem rectangular ameiada com portas elevadas em arco rebaixado e frestas, um cubelo quadrangular do castelejo e um troço da caixa murária da alcáçova com porta em arco rebaixado.
Número IPA Antigo: PT010408100007
Categoria
Monumento
Descrição
Do castelejo conservam-se alguns troços de muralha, a torre de menagem, de planta rectangular, tendo adossado a SE. um pano de muro da antiga alcáçova e respectivo cunhal, vazado por uma porta em arco pleno, e outro troço de muralha que liga o que resta da alcáçova a uma pequena torre de ângulo de forma trapezoidal. A torre de menagem, erguida sobre um penhasco, possui 2 portas elevadas, a NE. e SE., ambas em arco rebaixado, a que se acede por escada de pedra de dois lanços em ângulo, com patamar; na fachada NO. abre-se uma janela rectangular, gradeada, encimada por uma fresta e na fachada SO. rasgam-se 2 frestas em dois registos; a O. da torre a boca de uma cisterna quadrangular. Na encosta SE. parte do que resta da barbacã.
Acessos
Largo da Misericórdia, com acesso por caminho de terra batida, a partir da estrada que sai da povoação.
Protecção
MN - Monumento Nacional, Decreto nº 35 443, DG, 1.ª série, n.º 1 de 02 janeiro 1946 / ZEP, Portaria, DG, 2.ª série, n.º 29 de 04 fevereiro 1966 *1
Grau
1 – imóvel ou conjunto com valor excepcional, cujas características deverão ser integralmente preservadas. Incluem-se neste grupo, com excepções, os objectos edificados classificados como Monumento Nacional.
Enquadramento
Urbano, isolado. Implantado sobre colina com afloramentos rochosos, de onde se avista a Serra de Mogadouro, a S., tendo nas proximidades a Torre do Relógio, um palácio em ruínas, a Capela da Misericórdia, o Pelourinho e um passo da Via Sacra.
Descrição Complementar
Utilização Inicial
Militar: castelo
Utilização Actual
Marco histórico-cultural
Propriedade
Pública: estatal
Afectação
DRCNorte, Portaria n.º 829/2009, DR, 2.ª série, n.º 163 de 24 agosto 2009
Época Construção
Séc. 12 / 17
Arquitecto / Construtor / Autor
Desconhecido.
Cronologia
1160 / 1165 - Construção do castelo, num local onde se desenvolvia um importante núcleo habitacional; 1186 - Mogadouro é referido nas doações feitas pelo "Braganção" Fernão Mendes aos Templários; 1197 - Mogadouro e Penas Róias, passam para as mãos do rei que por troca com Idanha; 1199 - As igrejas de Mogadouro passam para o padroado real; 1223 - Mogadouro é novamente pertença dos Templários mas as igrejas continuam no padrado real; 1272 - D. Afonso III concede foral a Mogadouro e Penas Róias; 1273 - D. Afonso III concede novamente foral; 1311 - O senhorio estava nas mãos dos Templários e instituiu-se em comenda; 1319 - Transferiu-se para a Ordem de Cristo; séc. 14 - Obras nas muralhas; 1383 - Mogadouro toma o partido de Castela na crise dinástica; 1433 - Doação a Álvaro Pires de Távora, cujo pai já fora alcaide do castelo; 1483 - D. João II visista a povoação, conforme refere a Crónica de Rui de Pina; 1507 - O Tombo da Comenda da Ordem de Cristo descreve a alcáçova como "uma casa que se diz ser já em outro tempo aposentamento do prior e ora é estrebaria de Álvaro Pires de Távora, e parte ao levante e poente com casas do dito Álvaro Pires, ao aguião (= norte) entesta no muro e ao avrego (= sul) parte com o pátio do dito castelo. É térrea e leva de longo quatro varas e meia de medir pano e outras tantas de largo"; 1509 / 1510 - Duarte D'Armas desenha o castelo representando-o com uma barbacã de planta elíptica irregular e rematada por merlões, exceptuando "uma barreira derribada a mor parte e sem ameias e assi é o muro de dentro", a que se adossa, no canto, uma pequena torre quadrangular que "é começada"; o castelejo
é poligonal irregular com duas torres salientes a N., uma pentagonal e outra quadrangular e um cubelo semi-cilíndrico junto desta, todos ameiados; no interior dispunham-se em redor da praça de armas 2 "pardieiros" e 11 "aposentos", rectangulares e trapezoidais, alguns sobradados e telhados, providos de chaminés cilíndricas (antigas construções da Ordem); a torre de menagem, rectangular, era iluminada por frestas, "toda vã e fundada sobre penedo" à qual se adossavam os "aposentamentos sobradados" da alcáçova, Paço dos Távoras, composta por 3 corpos rectangulares de alturas diferentes: o que se encostava à torre de menagem era o mais baixo, aberto por uma janela em arco pleno e 4 rectangulares, o central, mais elevado, com 2 pisos iluminados cada um por uma janela em arco pleno com balcão de madeira e rematado por merlões, e o extremo, um pouco mais baixo que o anterior, com janelas de arco pleno no 1º registo e rectangulares no 2º, com remate de merlões, tendo na fachada oposta um registo superior projectado em avançamento, com uma porta e uma janela em arco pleno, suportado por traves de madeira; sob este uma janela quadrada gradeada aberta no pano de muralha a que se ligava outro corpo rectangular, inferiormente aberto por porta em arco pleno, e duas janelas em arco pleno no registo superior, frontal e lateralmente, coberto por telhado onde se elevavam 2 chaminés; o acesso à alcáçova era feito por meio de escada de 2 lanços em ângulo recto sob a qual se abria a passagem para a praça de armas, tendo quase defronte um poço circular; extramuros: do lado E. adossava-se à barbacã um cercado de coelhos e, do mesmo lado, estendia-se a vila com o seu pelourinho de gaiola; do lado oposto as casa da periferia da povoação, uma igreja com uma torre campanário adossada, junto da barbacã, e mais afastado um cruzeiro e cinco casas com logradouro cultivado; séc. 17 - Construção da torre do relógio; séc. 18 - Nas gravuras da época surge a denominação de "Palácio, a que chamam castelo"; séc. 20, déc. 90 - A torre foi alvo de vandalismo tendo sido destruido o corrimão, a porta de entrada e o material arqueológico depositado no interior; 1992, 01 junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 1993 - o Inverno muito rigoroso provocou estragos na torre do relógio.
Características Particulares
Castelo fronteiriço que, com os pontos fortes de Algoso, Miranda do Douro, Outeiro, Penas Róias e Vimioso, constituíam forte posição defensiva do NE. português. Mantém vestígios da cisterna junto à torre de menagem na qual foram rasgadas portas em arco abatido, na zona inferior e um cubelo rectílíneo; tinha contudo vários cubelos, como revela os desenhos de Duarte de Armas, uns rectilíneos, outros circulares, mostrando diferentes épocas construtivas.
Dados Técnicos
Sistema estrutural de paredes portantes.
Materiais
Cantarias e alvenarias de granito e xisto argamassado com barro.
Bibliografia
Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1956, Lisboa, 1957; ALVES, Francisco Manuel, Memórias arqueológico-históricas do Distrito de Bragança, 11 vols., 2.ª ed., Bragança, 1981-1982; LOPO, Albino dos Santos Pereira, Apontamentos Arqueológicos, Braga, 1987; D'ARMAS, Duarte, Livro das Fortalezas, Lisboa, 1990; VARIZO, Aníbal, Mogadouro - Apontamentos Históricos, in Brigantia, n.º 1 / 2, Bragança, 1990; LOPES, Flávio [coord.], Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, Lisboa, 1993; Dicionário enciclopédico das freguesias, 3.º vol., Matosinhos, 1997, p. 126; MONTEIRO, João Gouveia, Os castelos medievais portugueses, Lisboa, 1999; VERDELHO, Pedro, Roteiro dos castelos de Trás-os-Montes, Chaves, 2000; Castelo medieval vai ser melhorado, in Jornal de Notícias, 02 Outubro 2006.
Documentação Gráfica
IHRU: DGEMN/DSID
Documentação Fotográfica
IHRU: DGEMN/DSID
Documentação Administrativa
IHRU: DGEMN/DSID
Intervenção Realizada
DGEMN: 1950 - consolidação da torre e restos das muralhas; 1951 - regularização de terrenos; 1952 - construção da parede da torre; 1956 - escavações para sondagens; 1957 - restauro e consolidação das muralhas; 1958 - elevação de parte da muralha poente; 1959 - restauro das ameias da torre de menagem e consolidação das paredes; 1961 - lajeamento da torre e porta nova; 1970 - conservação da torre; 1975 - reparação da torre; 1980 - reparação da torre e consolidação de pavimentos; 1981 - limpeza e beneficiação da muralha; 1982 - trabalhos diversos de reparação e conservação.
Observações
*1 - DOF: Castelo da Vila.
Autor e Data
Ernesto Jana 1994 / Marisa Costa 2001 / Lina Oliveira 2005

in:monumentos.pt

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