Altar da Igreja Matriz de Donai |
Apresentando uma área não muito extensa, tendo em vista a média concelhia, esta freguesia
integra a orla meridional do Parque Natural de Montesinho. Sendo uma parcela planáltica (a semelhança da generalidade do território brigantino), as altitudes médias e máximas rondarão respectivamente os 700 e os 900 metros. Nos seus limites meridionais corre um minúsculo afluente do Sabor.
Habitada, nos meados do século, por 536 almas, Donai acusará desde então ligeiros decréscimos populacionais, pois o número actual de residentes é estimado em 377 (censos de 2001). A despeito de uma relativa proximidade em relação ao perímetro urbano de Bragança, esta é mais uma freguesia marcada por intenso cunho de ruralidade, sendo quase inexpressiva as actividades locais dos sectores económicos secundário e terciário. Assume aqui um particular destaque a herança arqueológica de recuadas épocas pré e proto-históricas, de que a infausta Mamoa de Donai (localmente melhor conhecida por “Tumbeirinho”) era importante exemplo. “Descoberto” e “explorado” pelos finais do século passado, este monumento megalítico terá fornecido um relevante espólio lítico – “ machados de pedra polida, facas de sílex e um percutor” – actualmente depositado, ao que parece, no Museu da Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães.
Apesar de classificado, em 1955, “Imóvel de interesse Público”, este monumento megalítico, localizado no lugar da Defesa (a uns quinhentos metros para ocidente da povoação de Donai) acabaria ingloriamente destruído, vai para uma meia dúzia de anos atrás. Serão entretanto conhecidos pelo menos dois antigos povoados castrejos da Idade do Ferro, registando as curiosas designações toponímicas de “Sagrado” e “Devesa”.
Estes locais terão fornecido espólio diverso – nomeadamente fragmentos de cerâmica comum ou de construção e materiais de natureza lítica ou metálica – obtidos em recolhas de superfície e passíveis de comprovar níveis ocupacionais castrejos e da dominação romana (Baçal, Neto, A.C.F. Silva).
A freguesia de S. Salvador de Donai agrega os lugares de Lagomar, Sabariz (topónimo que sugere origem alti-medieval, das épocas sueva-visigótica ou da reconquista) e Vila Nova. Neste último povoado se sediou uma extinta freguesia, de recuada origem medieval e invocada a S. Jorge. A Igreja Matriz é um templo de medianas proporções, avultando na resposta frontaria o pesado campanário que remata o vértice cortado da empresa. Este tem acesso por uma escadaria de dois lances, dispostos em ângulo, sendo protegida por pequeno alpendre na parte posterior. Para além deste templo, sobreviver aqui a antiga Igreja Paroquial de Vila Nova, a de Lagomar e a Capela de S. Sebastião. Uma mão cheia de cruzeiros, fontes encapeladas “romanas” e moinhos, completam o acervo patrimonial edificado da freguesia.
in:cm-braganca.pt
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