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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Documentário alerta para agonia das aldeias transmontanas

Uma jovem transmontana decidiu registar o quotidiano de uma aldeia nas encontras da serra do Alvão, em Vila Real, para alertar para a agonia do mundo rural, onde falta gente e sobram recursos, mas também solidão e isolamento.
A partir Mascosêlo, a aldeia dos avós, que Andreia Carvalho conhece desde pequenina, surgiu o documentário "A Última Lavoura desta Terra", apresentado ontem, em Bragança, e que está a ser mostrado em todos os institutos da Juventude da região Norte.

A ideia do projeto, iniciado em finais de 2012, "sempre foi alertar um pouco para aquilo que é a desertificação, principalmente do Interior Norte", como disse à Lua a autora, que vive e trabalho em Vila Real, a 15 quilómetros da aldeia, mas admite não se ver a viver permanentemente naquele local.

Licenciada em Cinema, com mestrado em Ciências da Cultura e um projeto empresarial na incubadora da Universidade de Trás-os-Montes (UTAD) na área do audiovisual, Andreia confessa "honestamente" que o mundo rural não é a área de interesse pessoal e profissional, mas acredita que há interessados e quer contribuir para a reflexão sobre o problema.

A aldeia do documentário é "muito isolada com alguma falta de recursos, principalmente a nível de mobilidade, estão lá cerca de 15 pessoas e com uma vasta produção a nível, por exemplo de castanha, e que está desperdiçada porque não há ninguém que consiga trabalhá-la".

A jovem começou por "fazer algumas questões às senhoras que lá viviam para perceber exatamente quais são as preocupações delas e a maior preocupação é o isolamento, estarem tão isoladas e haver esse perigo constante de caírem no abandono, no esquecimento".

Andreia reconhece que "é muito difícil, através de um projeto documental" resolver o problema porque não é fácil atrair "pessoas jovens para um sítio onde não tem praticamente nada à volta", apesar de estar a cerca de 15 quilómetros da cidade.

"É complicado conseguir atrair a população jovem. Isto, às vezes não é até uma questão de pouco esforço autárquico ou local, é mesmo uma questão de situação geográfica, daquilo que tem para oferecer a terra, que já é muito pouco", indicou.

A autora gostava que estes espaços tivessem "outra rentabilidade, até a componente turística, mas é muito difícil porque depois também não há pessoas para trabalhar lá, que se queiram deslocar para lá".

Adverte, contudo, que "isto é apenas um exemplo, não é um caso isolado".

"Acho que é um exemplo de outros casos que existem principalmente no Norte do país", vincou, acrescentando que a intenção do documentário é promover a reflexão sobre "o que é preciso fazer para contornar a situação ou, se não é para contornar, o que é que se pode fazer pelas pessoas que ainda estão nesta situação".

Com o trabalho que realizou já houve já curiosos que quiseram ir visitar a aldeia e Andreia acredita que "há pessoas com um interesse muito particular na agricultura e na pecuária".

Por isso pergunta: "onde é que estão essas pessoas, como é que podemos capitalizar aquilo que existe lá e fazer ali um simbiose entre as duas partes e conseguir que isso se torne rentável?".

Depois da zona Norte, é intenção da autora levar este documentário ao centro e sul do país acompanhado de uma exposição fotográfica sobre os momentos captados durante a rodagem.

HFI // MSP
Lusa/fim

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