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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 31 de maio de 2016

Canídeos e gatídeos humanizados

Dada a pertinência do assunto em causa, não tenho dúvidas que a interpretação desta minha escrita suscitará controvérsia. Uns dar-me-ão razão, outros não. Respeito e aceito, natural e pacificamente, a diversidade de opiniões e ações.
Declaro que no meu quintal há uma cadela, que tem vida de cadela. Sem correntes nem restrições recorrentes. No quintal faz a sua vida, não lhe faltando a comida, a bebida, o tratamento convencional legal, tendo com os donos o relacionamento e normal. Aquele que deve existir entre o ser humano racional e um animal. Vivendo e convivendo neste seu mundo, apresenta-se sempre alegre, divertida e bem nutrida. Não incomoda os vizinhos, nem provoca qualquer alarido.
Também, na aldeia, mesmo não vivendo em permanência, procuro dar aos gatos que vagueiam pelo quintal e pelos “baixos” da casa rural, normal apoio para a sua sobrevivência. Sem qualquer restrição que de gatídeos lhes retire a condição.
Sendo oriundo do meio rural, fui educado para ter com os animais, de estimação ou não, o devido e inerente relacionamento, respeitando sempre a sua condição, sem desvirtuar qualquer conceito ou interpretação da humanização. Um gato é um gato, um cão é um cão. E pronto.
Evidentemente, sem colocar em causa os seus direitos, os quais, como os das pessoas, devem ser sempre respeitados. É que, muitas vezes, assistimos a cenas e a comportamentos, que se tornará difícil perceber, se serão racionais os afetos e humanos os sentimentos.
Entre muitas outras cenas, no dia a dia é frequente ver pessoas a passear os seus animais de estimação, não se coibindo de, irresponsavelmente, os espaços públicos conspurcar e poluir, sem qualquer restrição do lugar ou ocasião. Áreas ajardinadas, propícias ao lazer dos idosos e das crianças, ou seja onde qualquer ser humano se poderá divertir e saudavelmente permanecer. Porém, nestes ou noutros locais, que deveriam estar limpos e asseados, com facilidade nos deparamos com cheiros nauseabundos a urina e excrementos de canídeos abandonados, que se tornam constrangedores e de implicações perigosas na saúde pública potenciadores. É verdade que já assisti a cenas de evidente responsabilidade educativa e de sentido de urbanidade de pessoas que estimam os seus cães, ou gatos, em plenos jardins da cidade. Todavia, uma boa parte, mesmo de quem se deveria exigir mais educação cívica e respeito pelos outros, pelo asseio, limpeza e até pela arte, não se coíbe de se pavonear no acompanhamento da passeata dos seus canídeos, promovendo o alçar da perna e dos excrementos dos bichos, o descarte.
Imagine-se uma criança, ou um adulto, sobretudo idoso, de ventre apertado, forçado a “satisfazer as necessidades” num jardim, o quanto seria censurado. Isto para não falar das ladrarias, tantas vezes infernais, que intimidam quem passa na rua, incomodam as vizinhanças e outras coisas mais. Há, até, jardins que dispõem de WC para os animais de estimação, o que não acontece para as pessoas, mas que, mesmo assim, não são usados.
Evidentemente que muitos irão dizer que existe legislação punitiva. Mas que interessa se a mesma não é habitualmente cumprida?!... Pior do que não haver regulamentação é quando existe e não se põe em ação.
Gosto muito da minha cadela, mas quero que ela continue a ser cadela e que ninguém se sinta incomodado com o viver dela!...




Nuno Pires
in:mdb.pt

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