Jesuíta, natural de Bragança, onde nasceu em 1555 e faleceu em 7 de Janeiro de 1608 no colégio que a Companhia tinha em Coimbra. Foi considerado como um dos maiores teólogos do seu tempo.
Era doutor em teologia e lente desta ciência nas universidades de Évora e Coimbra, onde foi substituto de prima do grande Suárez. O seu grande merecimento deduz-se do conceito que dele formava o distinto Suárez, pois ouvindo-o argumentar uma vez, declarou «que Christovão Gil era na theologia escolastica o credito não só de Portugal mas do mundo todo».
Bernardo de Madureira, lente da Universidade de Coimbra, cita frequentes vezes com elogio as obras deste sábio jesuíta, e Rebelo da Silva aponta-o como um dos varões distintos e dignos de louvor do século XVII. Jorge Cardoso tece grandes elogios às suas claras virtudes, que salienta na pureza e na humildade. Quanto à primeira, supõe que nunca perdeu a graça baptismal, e relativamente à segunda, afirma que quem o não conhecesse facilmente o tomaria por idiota, em tão pouco se tinha o grande homem de ciência.
Por ocasião da sua morte desejou que fossem queimadas as suas produções bibliográficas, que são:
Commentariorum Theologicorum de Sacra Doctrina et Essentia atque Virtute Dei. Dois vols.
in-fólio. Lugdon., 1610. Colon., 1610, 1619 e 1641. Comment. Theolog. de attributis, de Divina perfectione, de proedestinatione, de incarnatione, de legibus, de visione beata, de sacramentis, de macrimonio. = Adversaria in 3.
D. Thomea. M. S., que estavam no colégio da Companhia de Jesus em Coimbra.
Fazem menção honrosa deste jesuíta, além de outros: Franco, Annal. Glorios. Soc. Jesu., pág. 9. Fonseca, Évora Gloriosa, pág. 428. Nicol. António, Bibliot. Hispan., tomo I, pág. 187. Ano Histórico, tomo I, pág. 56. João Baptista de Castro,Mapa de Portugal. Paulo Perestrelo Câmara, Dicion. Geograf. vol. II, pág. 273.
O padre Paulo de Carvalho, jesuíta, falecido a 15 de Maio de 1621, deixou manuscrita a vida de Cristóvão Gil, segundo se lê no dicionário Portugal, artigo «Carvalho (padre Paulo de)».
Na Biblioteca Nacional de Lisboa, secção XIII – Manuscritos –, sob o n.° 174 (A. 4-42), a folh. 167, encontra-se uma carta do padre Cristóvão Gil, datada de Roma a 1 de Abril de 1604, na qual ele refere as grandes tempestades desse inverno, dizendo terem morrido os frades todos de um convento, falando em doenças, etc., etc., e que o rei de França protegia os jesuítas.
Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança
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