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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Manuel Gonçalves

Igreja paroquial de Avelanoso
A capela-mor da igreja paroquial de Avelanoso, concelho de Vimioso, foi arrematada a 22 de Junho de 1752 por Manuel Gonçalves, «mestre canteiro da provincia do Minho», por 430$000 réis. A obra era a fundamentis, isto é, toda de raiz. No acto da arrematação o porteiro gritou «em vos alta e intelegivel quem quer fazer a obra da capela mor da Igreja de Avelanoso que se remata logo doulhe huma doulhe duas doulhe tres outra mais pequinina e por ter lançado na dita obra Manuel Gonçalves » foi-lhe adjudicada.

Segundo as condições do contrato, a capela «terá de comprimento pella parte de dentro vinte e seis palmos, de largo vinte e dous, e de alto dezanove, tudo por dentro. O arco cruzeiro terá de alto dezanove palmos no pé direito e de largo quatorze, com sua sepa em lugar de vara, e imposta em lugar de capitel, e esta caminhará pellos lados para arancar a abobeda. O mesmo arco será apilarado pella frente.
As paredes dos lados sairáo de seis palmos, e meyo cinco emthe a gola da terra, e ahi serão cortadas pella parte de fora, e serão de cinco palmos, e meyo dahi para cima. A emperia dos cortes será de tres palmos, e meyo, e a do arco será de tres palmos, e todas as paredes referidas serão asentadas em fraga.
Levará seus cunhaes de pico apilarados nos cortes; estes não terão vara nem capitel, subirão na altura necessaria para dar corrente ao telhado, que hade ser asente sobre a abobeda entulhada de mescla, e pedra, e correrá a sua cornija de meya cana, e levará quatro piramides nos cunhais; e os dous cunhaes da parte do arco sairão; o que descobrirem do corpo da Igreja.
Levará duas cruzes nas empenas com seus pedestraes. As paredes serão de masacote a saber cinco partes de barro, e tres de cal, e serão feitas de boa pedra e bem tramadas.
Da parte da Epistola terá sua fresta de seis palmos de alto na luz, e dous de largo, com suas fachas por dentro, e por fora. Terá seu degrau com seu bucel ao arco cruzeiro, e será toda lageada, e muito bem ajustada, e a cantaria bem lavrada. O altar terá tres degraus de cantaria bem lavrada, e com seu bucel; os dous primeiros correrão de parte a parte, e o terceiro terá tres entradas... o telhado será dobrado e muito bem embocado de cal e area na forma que está o de Santa Cruz desta cidade [Miranda do Douro].
As piramides serão de sepa, golla e espigão com sua bola em cima. As aduellas do arco cruzeiro não terão menos de palmo, e quarto na cabeça lavrada e metade della he por conta do povo».
No final do maço destes documentos vem uma certidão de Francisco Martins Parreira, cura de Avelanoso, datada de 8 de Junho de 1753, onde declara que a obra está concluída «e vista examinada pello mestre que fez os apontamentos», ou sejam as condições artísticas a que a obra tinha de obedecer, a qual corria por conta do cabido de Miranda, por ser quem recebia os dízimos de Avelanoso.
No acto de arrematar a construção da igreja de Vale de Lamas, concelho de Bragança, em 1788, «principiou o pregoeiro Romão Luiz a dizer quem quer lançar na obra da capella mayor de Val de Lamas pertencente a pedraria e entre varios lances que houve o menor foi o que deo Antonio Fernandes, de Cabeça Boa, em oitenta e nove mil e quinhentos reis e por não haver quem por menos a fizesse elle dito senhor Menistro [a arrematação era feita em auto público na Câmara Eclesiástica de Bragança, ante o provisor do bispado – Ministro – como diz o documento] a mandou aprontar e satisfeito pelo pregoeiro dizendo na praça o acho na praça o arremato porque mais não acho doulhe huma doulhe duas doulhe huma mais pequenina e e quem a faça por menos senão dou o Ramo e por não haver quem por menos a fizesse lhe mandou dar o Ramo que elle arrematante aceitou e se obrigou a fazer a dita obra na forma dos apontamentos que lhe forão mostrados antes de se fazer a rematação».

Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança

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